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11/03/2005 - 16h02

Pesquisa mostra que brasileiros gastam R$ 80 bi por ano com transporte urbano

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PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília

O deslocamento da população nas cidades consome anualmente cerca de R$ 80 bilhões, ou 6,7% do PIB (Produto Interno Bruto), segundo levantamento realizado pelo Ministério das Cidades e a Associação Nacional de Transportes Públicos.

Esse valor, que corresponde a aproximadamente R$ 745 por pessoa a cada ano entre gastos da sociedade e dos governos, é considerado alto pelo diretor de Cidadania e Inclusão Social do Ministério das Cidades, Luiz Carlos Bertotto, responsável pela pesquisa relativa a 2003, cujos resultados foram apresentados hoje. Ele não informou, no entanto, qual é a média mundial para esse tipo de despesa.

Os dados relativos a 2003, que compõem a pesquisa divulgada hoje, revelam um total de 43 bilhões de viagens por ano, sendo 35% a pé, 32% via transporte público coletivo, 2% por motocicleta e 3% de bicicleta.

Os veículos privados foram responsáveis por 82,6% dos custos do transporte urbano, cabendo ao transporte coletivo público uma participação de 17,4%.

No transporte coletivo, os ônibus foram responsáveis por 90% dos deslocamentos nos municípios com mais de 60 mil habitantes considerados na pesquisa. O metrô e os trens transportaram os 10% restantes da população que se deslocou utilizando o transporte público.

Motorizados

A pesquisa constatou que os municípios considerados na amostra (mais de 60 mil habitantes) são "motorizados". Isso porque na faixa entre 60 mil e 250 mil habitantes, 63% dos deslocamentos urbanos utilizaram veículos motorizados. Esse valor subiu para 87% nas cidades com mais de 1 milhão de habitantes.

A média de viagens urbanas nas cidades pesquisadas foi de 1,34 por dia, variando de 0,97 viagem nas cidades menores a 1,78 viagem por dia nos municípios maiores.

A distância média das viagens, segundo o levantamento, vai de 5,8 km para as motocicletas a 14,3 km para os ônibus metropolitanos. Já o tempo médio de duração de cada viagem varia de 9 minutos, no caso das motos, a 36 minutos, para os ônibus metropolitanos.

As motos também são mais rápidas entre os meios de transporte urbano pesquisados, com uma velocidade média de 40 km/h, enquanto o metrô e os três registraram velocidade média de 37,1 km/h, os automóveis com 30 km/h e os ônibus de 20 a 23,8 km/h.

Consumo

O deslocamento motorizado (carro, ônibus, moto, metrô e trem) da população consumiu em 2003 cerca de 9,7 milhões de TEP (toneladas equivalentes de petróleo). O transporte individual foi responsável por cerca de 72% do combustível gasto no deslocamento urbano. O consumo estimado do transporte coletivo foi de 2,669 bilhões de litros de diesel, enquanto o transporte individual consumiu 9,112 bilhões de litros de gasolina.

Infra-estrutura

As áreas urbanas dos municípios pesquisados têm aproximadamente 284 mil quilômetros de vias, a maioria pavimentada. Por essas vias, cujas condições atuais não foram detalhadas, circulam cerca de 19,1 milhões de veículos: 13 milhões de automóveis, 2,5 milhões de motocicletas, 90 mil de ônibus e 3 mil carros metro-ferroviários.

Como não conseguiram obter informações sobre as calçadas das cidades junto às prefeituras, os coordenadores da pesquisa consideraram que há uma "baixa prioridade" do setor público em geral ao ato de caminhar.

A infra-estrutura especial para pedestres e ciclistas encontrada também foi considerada "ínfima": apenas 0,2% do sistema viário total corresponde às vias exclusivas para pedestres, e as ciclovias ou ciclofaixas correspondem a 0,15% do sistema.

O próprio transporte coletivo, responsável por um terço das viagens urbanas, encontra nas cidades pesquisadas tratamento prioritário apenas em 321 quilômetros.

Auto-sustentável

A pesquisa concluiu que o transporte coletivo é "auto-sustentável", uma vez que a maioria dos gestores ou operadores de sistemas de ônibus declarou que as receitas com o serviço são iguais ou superiores aos custos de operação. Isso sem considerar a existência de subsídios em determinados casos relacionados principalmente aos sistemas metro-ferroviários.

O relatório divulgado hoje foi elaborado com base nas informações prestadas por 150 dos 437 municípios com mais de 60 mil habitantes. De acordo com o Ministério das Cidades, o universo de respostas correspondeu a aproximadamente 60% da frota de veículos e do PIB dos municípios com população superior a 60 mil habitantes. Entre as cidades com mais de 500 mil habitantes, o índice de respostas foi de 70%.

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