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11/03/2005
-
16h11
PATRÍCIA ZIMMERMANN
da Folha Online, em Brasília
A população está trocando o transporte coletivo por outras alternativas (a pé ou outro veículo), de acordo com o perfil do transporte apresentado hoje pelo Ministério das Cidades e pela Associação Nacional de Transportes Urbanos.
A pesquisa realizada pelos dois órgãos aponta para um "índice de passageiros por quilômetro", correspondente ao índice de produtividade, considerado baixo (em torno de 2). O relatório traz, no entanto, os dados da produtividade em anos anteriores.
A explicação, segundo o diretor do Departamento de Cidadania e Inclusão Social do Ministério das Cidades, Luiz Carlos Bertotto, está não só no preços e qualidade do transporte coletivo, que levaria os passageiros a andarem a pé. Ele disse que, por outro lado, parte dos usuários do transporte público também vem migrando para o uso de automóveis.
Bertotto informou que a migração é uma tendência mundial, e não uma característica exclusivamente brasileira. Segundo ele, além dos outros meios de locomoção, também concorrem com o transporte coletivo mudanças de hábito como o uso de telefones celulares, internet, informática, entre outras facilidades que fazem com que a população se desloque menos.
Ele destacou que o transporte público tem sido prejudicado também pela lentidão do trânsito, já que a velocidade média do transporte por ônibus é inferior a 20 km/h em 49% dos municípios.
As tarifas também foram consideradas altas pelos coordenadores da pesquisa, uma vez que a aquisição de 50 bilhetes por mês corresponde ao gasto de aproximadamente 27% do salário mínimo.
São Paulo
Na cidade de São Paulo, a redução do uso de transporte coletivo já se reverteu, segundo o secretário de transportes do município, Frederico Bussinger. Ele explicou que a queda do número de passageiros no passado havia sido motivada principalmente por causa da expansão do sistema clandestino de transporte urbano, que não entrava nas estatísticas.
Com a regularização desse tipo de transporte em 2003, os números do transporte coletivo voltaram a crescer.
Segundo o secretário, a cidade conta hoje com 6,5 mil veículos no transporte coletivo local (dentro de uma mesma região da cidade) e outros 8,5 mil no transporte estrutural (entre as regiões).
Bussinger estima que um terço da população de São Paulo utilize o transporte coletivo, um terço prefira se locomover de carro e o restante ande a pé. A cidade conta hoje com aproximadamente 5,6 milhões de veículos registrados.
Investimentos
O secretário cobrou hoje mais investimentos por parte do governo federal e financiamentos para o setor.
Ele reconheceu, entretanto, que apenas 20% dos municípios têm hoje capacidade de endividamento. "De nada adianta ter recursos se o município não pode ser tomador", disse o secretário, ao cobrar do governo federal alternativas para ampliar a capacidade de endividamento dos municípios para a realização dos investimentos necessários no sistema de transporte urbano.
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da Folha Online, em Brasília
A população está trocando o transporte coletivo por outras alternativas (a pé ou outro veículo), de acordo com o perfil do transporte apresentado hoje pelo Ministério das Cidades e pela Associação Nacional de Transportes Urbanos.
A pesquisa realizada pelos dois órgãos aponta para um "índice de passageiros por quilômetro", correspondente ao índice de produtividade, considerado baixo (em torno de 2). O relatório traz, no entanto, os dados da produtividade em anos anteriores.
A explicação, segundo o diretor do Departamento de Cidadania e Inclusão Social do Ministério das Cidades, Luiz Carlos Bertotto, está não só no preços e qualidade do transporte coletivo, que levaria os passageiros a andarem a pé. Ele disse que, por outro lado, parte dos usuários do transporte público também vem migrando para o uso de automóveis.
Bertotto informou que a migração é uma tendência mundial, e não uma característica exclusivamente brasileira. Segundo ele, além dos outros meios de locomoção, também concorrem com o transporte coletivo mudanças de hábito como o uso de telefones celulares, internet, informática, entre outras facilidades que fazem com que a população se desloque menos.
Ele destacou que o transporte público tem sido prejudicado também pela lentidão do trânsito, já que a velocidade média do transporte por ônibus é inferior a 20 km/h em 49% dos municípios.
As tarifas também foram consideradas altas pelos coordenadores da pesquisa, uma vez que a aquisição de 50 bilhetes por mês corresponde ao gasto de aproximadamente 27% do salário mínimo.
São Paulo
Na cidade de São Paulo, a redução do uso de transporte coletivo já se reverteu, segundo o secretário de transportes do município, Frederico Bussinger. Ele explicou que a queda do número de passageiros no passado havia sido motivada principalmente por causa da expansão do sistema clandestino de transporte urbano, que não entrava nas estatísticas.
Com a regularização desse tipo de transporte em 2003, os números do transporte coletivo voltaram a crescer.
Segundo o secretário, a cidade conta hoje com 6,5 mil veículos no transporte coletivo local (dentro de uma mesma região da cidade) e outros 8,5 mil no transporte estrutural (entre as regiões).
Bussinger estima que um terço da população de São Paulo utilize o transporte coletivo, um terço prefira se locomover de carro e o restante ande a pé. A cidade conta hoje com aproximadamente 5,6 milhões de veículos registrados.
Investimentos
O secretário cobrou hoje mais investimentos por parte do governo federal e financiamentos para o setor.
Ele reconheceu, entretanto, que apenas 20% dos municípios têm hoje capacidade de endividamento. "De nada adianta ter recursos se o município não pode ser tomador", disse o secretário, ao cobrar do governo federal alternativas para ampliar a capacidade de endividamento dos municípios para a realização dos investimentos necessários no sistema de transporte urbano.
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