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24/03/2005 - 08h21

Acusada de fraudar seguro espera indenização de carro desde 99

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AFRA BALAZINA
da Folha de S. Paulo

A motorista de ônibus escolar Rosa Maria de Souza Ribeiro, 59, espera há seis anos uma indenização da seguradora Porto Seguro pelo furto de um Civic, que foi levado por ladrões em 1999.

"Disseram que eu tinha vendido meu carro no Paraguai e fui processada. Depois, me absolveram por falta de provas em 2003." Ela foi uma das pessoas que prestaram depoimento ao Ministério Público sobre supostas irregularidades cometidas por funcionários da seguradora e policiais.

Na segunda, a Promotoria apresentou denúncia contra dois diretores e um gerente da empresa. Foram acusados também três delegados e um escrivão, além de um advogado e três empresários. O gerente e o escrivão, acusados de extorsão contra segurados, tiveram prisão preventiva decretada e estão foragidos.

Enquanto o processo corria, conta Rosa, sua vida virou um "inferno". "Fiquei doente, com pancreatite. Passei muito nervoso, chorava dia e noite."

Segundo ela, seu filho estava de férias no Paraná e foi até o Paraguai, onde foi feita uma foto do carro. A motorista disse que ele voltou com o carro e até levou uma multa por estacionar na calçada semanas depois.

Após ter sido absolvida, ela entrou com processo contra a Porto Seguro por danos morais, mas perdeu. "Uma vizinha viu os ladrões levarem meu carro e foi minha testemunha", disse. Ribeiro não se conforma por ainda não ter sido indenizada. "Eles têm que pagar por isso", afirmou.

O comerciante Sérgio Lopes da Silva, 29, também enfrentou problemas em 2001, quando teve uma caminhonete F-4.000 roubada. "Mostraram documentos que provariam que eu tinha negociado meu carro no Paraguai. Passei muita humilhação", disse.

Ele acabou entrando em acordo com a empresa e recebeu, após três anos de disputa judicial, o valor do carro com as correções. "Para uma pessoa honesta, não há dinheiro que pague o fato de ser acusado de fraude", disse Silva, que se arrepende de ter entrado em acordo.

Já o médico Joseph Simon, 57, só teve problemas após receber a indenização. "Pagaram pelo carro roubado e depois queriam que eu devolvesse o dinheiro. Tentaram me intimidar na delegacia", afirmou. Segundo ele, a seguradora entrou com uma ação, mas o médico não chegou a ser indiciado.

A Susep (Superintendência de Seguros Privados) órgão responsável pelo controle e fiscalização dos mercados de seguro, afirmou ontem à Folha que não vai se pronunciar sobre o caso.
O órgão, que é ligado ao Ministério da Fazenda, afirmou que vai fiscalizar a empresa.

Leia mais
  • http://www1.folha.uol.com.br/folha/cotidiano/ult95u107150.shtml

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