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18/04/2005 - 10h47

Fachada do Conjunto Nacional é tombada

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AMARÍLIS LAGE
da Folha de S.Paulo

Primeiro grande prédio da avenida Paulista. Exemplo da arquitetura modernista brasileira. Símbolo de glamour, de decadência e de revitalização. São muitos os apostos do Conjunto Nacional, que agora recebe mais um: o de patrimônio histórico da cidade.

O tombamento do prédio e do entorno pelo Condephaat (conselho estadual de preservação) foi publicado na sexta-feira no "Diário Oficial" do Estado e vale para a fachada e o conceito do edifício. Mudanças nos imóveis dos dois prédios de escritórios e no de apartamentos estão liberadas.

"É um marco da cidade. Quem mora lá adora o prédio, e as pessoas que trabalham ali se desdobram pela manutenção. Fico superfeliz com essa medida", declara a arquiteta Helena Saia, especialista em restauro histórico.

Saia destaca o prédio como um dos poucos da cidade a ter preocupação com o entorno. Projetado na década de 50 por David Libeskind, tem o térreo aberto à passagem de pedestres e, desde o início, integra atividades comerciais, residenciais e de serviço --duas orientações presentes no atual plano diretor da cidade.

"O Conjunto Nacional tem uma relação muito boa com o espaço urbano", opina Gilberto Beleza, vice-presidente do IAB (Instituto dos Arquitetos do Brasil).

Para ele, o edifício tem alguns dos principais conceitos da arquitetura moderna, como fachadas independentes, teto-jardim e brises, que evitam a incidência direta de raios solares na fachada.

Suvenires do prédio

A ampliação dos brises para ocupar toda a fachada inferior é uma das medidas de restauração que serão adotadas, afirma a síndica Vilma Paramezza. O piso do local, feito de pedras portuguesas, também deve ser recuperado.

Outra proposta é criar uma loja de suvenires do prédio, que ainda não tem prazo para sair do papel.

Segundo a síndica, desde 1992 toda a verba para as obras de reforma vem do aluguel, para o banco Itaú, do relógio luminoso que existe sobre o prédio. Os valores, porém, são sigilosos.

Para o presidente do Condephaat, José Roberto Melhem, o trabalho do condomínio foi importante para manter as características do prédio. "A área central era tomada por divisórias de madeira e lojinhas. Eles decidiram tirar tudo e revalorizar o espaço."

Hoje, o térreo abriga exposição de obras de arte e, em julho, receberá uma homenagem aos 400 anos do lançamento do livro "Dom Quixote", escrito pelo espanhol Miguel de Cervantes.

Ao lado da estátua de Dom Quixote, em vez de seu escudeiro, Sancho Pancha, será representado o construtor do Conjunto Nacional, José Tjurs. "Ele queria transformar a Paulista na 5ª Avenida de Nova York. Era uma intenção quixotesca", brinca Paramezza.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre o Conjunto Nacional
  • Leia o que já foi publicado sobre Condephaat
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