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19/04/2005
-
09h11
MARIO HUGO MONKEN
da Folha de S.Paulo, no Rio
Investigações policiais, processos no Tribunal de Justiça e sindicâncias internas revelam que ao menos 19 dos 25 batalhões que realizam patrulhamento ostensivo na Grande Rio têm PMs acusados de crimes graves como homicídio, seqüestro, roubo, extorsão e cumplicidade com traficantes.
A demora na conclusão dos inquéritos e do trâmite judicial faz com que muitos suspeitos continuem atuando ou soltos. O número de batalhões investigados pode ser maior --a maioria das apurações contra PMs é sigilosa.
Neste ano, a Secretaria de Segurança Pública prendeu 112 PMs --66 por ordem da Justiça e 46, administrativamente. O número inclui os 11 PMs suspeitos de participar da chacina de 29 pessoas na Baixada Fluminense, em 31 de março. Há policiais do 3º (Méier, zona norte), 18º (Jacarepaguá, zona oeste), 20º (Nova Iguaçu) e 24º (Queimados) batalhões.
Estão incluídos ainda os dez policiais do 15º Batalhão (Duque de Caxias) presos sob a acusação de terem matado um homem e jogado a cabeça dele no quartel.
A mais nova investigação aponta o envolvimento de quatro PMs do 27º Batalhão (Santa Cruz, zona oeste) que trabalham em DPOs (Destacamento de Policiamento Ostensivo) com traficantes das favelas de Antares e do Rola. Segundo informes passados à 36ª delegacia de polícia, os PMs receberam propina para permitir o tráfico. Na semana passada, um PM da mesma unidade foi indiciado sob a acusação de integrar uma quadrilha de roubos a caixas eletrônicos. Ele ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. No mesmo dia, dois PMs cedidos ao 19º Batalhão (Copacabana) foram presos acusados de extorquir um turista holandês.
O inquérito 071/03 concluído recentemente pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) e que apurou os negócios de líderes do CV (Comando Vermelho) revelou que PMs exigiram dinheiro para libertar um traficante preso por eles no complexo do Alemão (zona norte). Segundo a polícia, a acusação foi repassada à Inspetoria Geral de Polícia.
A Corregedoria da PM determinou neste ano a prisão de dois oficiais do 1º Batalhão (Estácio) acusados de integrar uma quadrilha denominada "Bonde dos Primeiros", suspeita de assaltos a caixas eletrônicos. Um vídeo mostraria um carro policial parado com o giroscópio ligado em frente a uma agência na hora em que um equipamento era roubado.
O promotor estadual Marcos Chut disse que encaminhou à Justiça uma investigação que comprovou o envolvimento de ao menos quatro PMs do 3º Batalhão (Méier) com a quadrilha de Márcio Souza da Silva, o Verdão, chefe do tráfico no complexo do Lins (zona norte). Os policiais revenderiam a Verdão drogas apreendidas em seu reduto e exigiam dinheiro para libertar cúmplices. Nenhum suspeito foi preso.
Outra investigação judicial, que apurou o tráfico em favelas dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), apontou que PMs do 17º Batalhão receberiam propina de traficantes do morro do Dendê. Ainda não houve indiciados.
A polícia ainda não esclareceu a morte de cinco jovens na favela Parque Alegria (zona portuária). As vítimas, que não seriam traficantes, jogavam dominó quando PMs do 4º Batalhão (São Cristóvão) fizeram disparos. Os corpos de dois deles foram achados em um valão. Testemunhas apontaram ao menos dez policiais como envolvidos; ninguém foi detido.
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RJ tem PMs suspeitos em 19 dos 25 batalhões
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da Folha de S.Paulo, no Rio
Investigações policiais, processos no Tribunal de Justiça e sindicâncias internas revelam que ao menos 19 dos 25 batalhões que realizam patrulhamento ostensivo na Grande Rio têm PMs acusados de crimes graves como homicídio, seqüestro, roubo, extorsão e cumplicidade com traficantes.
A demora na conclusão dos inquéritos e do trâmite judicial faz com que muitos suspeitos continuem atuando ou soltos. O número de batalhões investigados pode ser maior --a maioria das apurações contra PMs é sigilosa.
Neste ano, a Secretaria de Segurança Pública prendeu 112 PMs --66 por ordem da Justiça e 46, administrativamente. O número inclui os 11 PMs suspeitos de participar da chacina de 29 pessoas na Baixada Fluminense, em 31 de março. Há policiais do 3º (Méier, zona norte), 18º (Jacarepaguá, zona oeste), 20º (Nova Iguaçu) e 24º (Queimados) batalhões.
Estão incluídos ainda os dez policiais do 15º Batalhão (Duque de Caxias) presos sob a acusação de terem matado um homem e jogado a cabeça dele no quartel.
A mais nova investigação aponta o envolvimento de quatro PMs do 27º Batalhão (Santa Cruz, zona oeste) que trabalham em DPOs (Destacamento de Policiamento Ostensivo) com traficantes das favelas de Antares e do Rola. Segundo informes passados à 36ª delegacia de polícia, os PMs receberam propina para permitir o tráfico. Na semana passada, um PM da mesma unidade foi indiciado sob a acusação de integrar uma quadrilha de roubos a caixas eletrônicos. Ele ganhou o direito de responder ao processo em liberdade. No mesmo dia, dois PMs cedidos ao 19º Batalhão (Copacabana) foram presos acusados de extorquir um turista holandês.
O inquérito 071/03 concluído recentemente pela DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes) e que apurou os negócios de líderes do CV (Comando Vermelho) revelou que PMs exigiram dinheiro para libertar um traficante preso por eles no complexo do Alemão (zona norte). Segundo a polícia, a acusação foi repassada à Inspetoria Geral de Polícia.
A Corregedoria da PM determinou neste ano a prisão de dois oficiais do 1º Batalhão (Estácio) acusados de integrar uma quadrilha denominada "Bonde dos Primeiros", suspeita de assaltos a caixas eletrônicos. Um vídeo mostraria um carro policial parado com o giroscópio ligado em frente a uma agência na hora em que um equipamento era roubado.
O promotor estadual Marcos Chut disse que encaminhou à Justiça uma investigação que comprovou o envolvimento de ao menos quatro PMs do 3º Batalhão (Méier) com a quadrilha de Márcio Souza da Silva, o Verdão, chefe do tráfico no complexo do Lins (zona norte). Os policiais revenderiam a Verdão drogas apreendidas em seu reduto e exigiam dinheiro para libertar cúmplices. Nenhum suspeito foi preso.
Outra investigação judicial, que apurou o tráfico em favelas dominadas pelo Terceiro Comando Puro (TCP), apontou que PMs do 17º Batalhão receberiam propina de traficantes do morro do Dendê. Ainda não houve indiciados.
A polícia ainda não esclareceu a morte de cinco jovens na favela Parque Alegria (zona portuária). As vítimas, que não seriam traficantes, jogavam dominó quando PMs do 4º Batalhão (São Cristóvão) fizeram disparos. Os corpos de dois deles foram achados em um valão. Testemunhas apontaram ao menos dez policiais como envolvidos; ninguém foi detido.
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