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05/05/2005 - 18h38

Disputa política pode ter influenciado chacina na Baixada Fluminense

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da Folha Online

Durante audiência pública com o secretário da Segurança Pública do Estado do Rio, Marcelo Itagiba, realizada nesta quinta-feira, o deputado Paulo Ramos (PDT) afirmou acreditar que mudanças nos comandos dos batalhões da Polícia Militar da Baixada Fluminense tenham influenciado a chacina ocorrida na região.

No final de março, 29 pessoas foram mortas nos municípios de Queimados e de Nova Iguaçu. No total, 11 PMs estão presos temporariamente sob acusação de envolvimento no crime.

Conflitos surgiram, segundo Ramos, depois que o coronel João Carlos Rodrigues Ferreira, inspetor-geral da PM, mudou cargos de comando que haviam sido anteriormente definidos pelo também coronel D'Ambrósio Francisco. Na ocasião, D'Ambrósio deixava o cargo de comandante de Policiamento da Baixada Fluminense por tempo de serviço.

Nos dois casos, ainda segundo Ramos, as mudanças foram motivadas pela tentativa de obter apoio às candidaturas políticas que os dois coronéis pretendem lançar, em 2006. O deputado disse ter obtido a informação em conversas com PMs que atuam na região.

A.C.Fernandes/Folha Imagem
O secretário da Segurança do Rio, Marcelo Itagiba
O secretário da Segurança do Rio, Marcelo Itagiba
As notas taquigráficas da audiência devem ser anexadas ao inquérito sobre o caso, conforme determinação de Itagiba. Segundo a Alerj (Assembléia Legislativa do Rio), aos integrantes da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Casa, ele disse que pretende convidar ambos coronéis para prestar esclarecimentos.

"O que havia era o depoimento de uma testemunha, que disse ter ouvido os envolvidos no crime em um bar, onde diziam que a ação seria uma retaliação à troca de comando em alguns batalhões da Baixada. Ao que parece, a questão não dizia respeito só à troca de comando no 15º Batalhão [Duque de Caxias], mas às mudanças feitas na região como um todo", disse Itagiba.

O inquérito da Polícia Federal sobre o caso foi concluído no dia 18 de abril --11 dias antes do prazo previsto em lei. Nele, nove PMs são indiciados por homicídio doloso, co-autoria, tentativa de homicídio e formação de quadrilha.

Por outro lado, a Polícia Civil obteve prorrogação do prazo por mais 30 dias. Durante a audiência, o secretário voltou a justificar o adiamento, dizendo que pretende "obter mais provas técnicas" antes de apresentar o inquérito ao Ministério Público.

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