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01/06/2005
-
22h38
HUDSON CORRÊA
da Agência Folha, em Campo Grande
O professor de física da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) Adriano Manoel dos Santos, 31, aceitou um acordo com o Ministério Público Estadual no processo em que é acusado de "preconceito de raça ou de cor" pelo estudante negro Carlos Lopes dos Santos, 35. O aluno entrou na Uems pelo sistema de cotas.
Segundo o juiz César Castilho Marques, do município de Ivinhema (sul do Estado), onde tramita a ação, Adriano deverá cumprir por dois anos as seguintes obrigações:não freqüentar casas de jogos e de prostituição; não sair da cidade por mais de 30 dias sem autorização judicial; comparecer todos os meses para dar informações sobre suas atividades; não mudar de casa sem avisar e fazer doação em dinheiro --cerca de R$ 500-- a uma entidade de assistência social.
Se não infringir essas regras, passados dois anos, o processo será extinto. O estudante Carlos não foi localizado pela reportagem.
Insatisfação
O presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro, Naércio Ferreira, que divulgou o acordo nesta quarta-feira, afirma que o estudante e a entidade não estão satisfeitos e vão mover outras ações na Justiça.
Carlos teve assistência jurídica do advogado Hédio da Silva Júnior, atual Secretário Estadual da Justiça de São Paulo. Na avaliação dele, o sistema de cotas tende a tornar "mais explícito" o racismo.
Segundo o estudante, em junho de 2004, durante uma aula, o professor usou expressões racistas como um "sujeito de muita melanina [proteína de cor preta encontrada na pele]" e "pretinho básico", além de contar uma piada sobre o azar de um homem que entra no ônibus e, em vez de uma loira, quem se senta ao seu lado é "um negão".
O professor sempre negou que seja racista. Em dezembro passado, Adriano disse à Folha ser favorável às cotas. A reportagem não conseguiu falar com o professor, mas deixou recados na Uems. A Folha ligou ainda para a advogada Isabel da Silva Rodrigues de Almeida, que no processo aparece como defensora de Adriano, mas ela estava em viagem.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o sistema de cotas
Professor acusado de racismo por universitário aceita acordo em processo
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da Agência Folha, em Campo Grande
O professor de física da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul) Adriano Manoel dos Santos, 31, aceitou um acordo com o Ministério Público Estadual no processo em que é acusado de "preconceito de raça ou de cor" pelo estudante negro Carlos Lopes dos Santos, 35. O aluno entrou na Uems pelo sistema de cotas.
Segundo o juiz César Castilho Marques, do município de Ivinhema (sul do Estado), onde tramita a ação, Adriano deverá cumprir por dois anos as seguintes obrigações:não freqüentar casas de jogos e de prostituição; não sair da cidade por mais de 30 dias sem autorização judicial; comparecer todos os meses para dar informações sobre suas atividades; não mudar de casa sem avisar e fazer doação em dinheiro --cerca de R$ 500-- a uma entidade de assistência social.
Se não infringir essas regras, passados dois anos, o processo será extinto. O estudante Carlos não foi localizado pela reportagem.
Insatisfação
O presidente do Conselho Estadual dos Direitos do Negro, Naércio Ferreira, que divulgou o acordo nesta quarta-feira, afirma que o estudante e a entidade não estão satisfeitos e vão mover outras ações na Justiça.
Carlos teve assistência jurídica do advogado Hédio da Silva Júnior, atual Secretário Estadual da Justiça de São Paulo. Na avaliação dele, o sistema de cotas tende a tornar "mais explícito" o racismo.
Segundo o estudante, em junho de 2004, durante uma aula, o professor usou expressões racistas como um "sujeito de muita melanina [proteína de cor preta encontrada na pele]" e "pretinho básico", além de contar uma piada sobre o azar de um homem que entra no ônibus e, em vez de uma loira, quem se senta ao seu lado é "um negão".
O professor sempre negou que seja racista. Em dezembro passado, Adriano disse à Folha ser favorável às cotas. A reportagem não conseguiu falar com o professor, mas deixou recados na Uems. A Folha ligou ainda para a advogada Isabel da Silva Rodrigues de Almeida, que no processo aparece como defensora de Adriano, mas ela estava em viagem.
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