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02/06/2005
-
22h43
da Folha Online
O coronel da Polícia Militar Paulo César Lopes, comandante do 15º Batalhão (Duque de Caxias) afirmou nesta quinta-feira em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) que houve mandantes na chacina ocorrida no dia 31 de março na Baixada Fluminense. "Existe um peixe graúdo, e ele vai cair na rede", disse.
A hipótese, segundo o deputado Paulo Ramos (PDT), havia sido descartada pelas autoridades ouvidas --o secretário estadual da Segurança Pública, Marcelo Itagiba, e o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins.
Segundo Lopes, quando tomou conhecimento das primeiras mortes, o inspetor-geral da Secretaria de Segurança Pública, coronel João Carlos Ferreira, "vaticinou: 'Hoje é o 20º BPM [Batalhão da Polícia Militar], amanhã será o 24º", em referência aos dois batalhões responsáveis pelos municípios onde o crime ocorreu. No total, 29 pessoas morreram.
Na ocasião, ainda segundo Lopes, eles analisavam imagens de PMs envolvidos no encontro de dois mortos, ao lado do 15º Batalhão. A cabeça de uma das vítimas foi arremessada para dentro do batalhão. "Não sei dizer por que ele disse isso, esta pergunta deveria ser feita a ele", afirmou.
"Ninguém atuou isoladamente, qualquer ser humano com inteligência mediana pode deduzir isto", disse o coronel que sugeriu à comissão a realização de audiências com os 11 PMs presos sob acusação de terem cometido os crimes. "Ouçam os que estão presos, eles devem ter muito a dizer", opinou.
Comandos
Foi o próprio deputado Paulo Ramos quem levantou a hipótese de que mudanças nos comandos dos batalhões da Polícia Militar da Baixada Fluminense tenham motivado o crime.
Segundo ele, conflitos surgiram quando o coronel João Carlos Rodrigues Ferreira, inspetor-geral da PM, mudou cargos de comando em batalhões daqueles municípios. Inicialmente, eles haviam sido definidos pelo também coronel D'Ambrósio Francisco, pouco antes de deixar o cargo de comandante de Policiamento da Baixada Fluminense.
Nos dois casos, ainda segundo Ramos, as mudanças foram realizadas com a intenção de obter apoio às candidaturas políticas que os dois coronéis pretendem lançar em 2006. O deputado disse ter obtido a informação em conversas com PMs que atuam na região.
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Para coronel da PM, chacina na Baixada Fluminense teve mandante
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O coronel da Polícia Militar Paulo César Lopes, comandante do 15º Batalhão (Duque de Caxias) afirmou nesta quinta-feira em audiência pública realizada pela Comissão de Direitos Humanos da Alerj (Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro) que houve mandantes na chacina ocorrida no dia 31 de março na Baixada Fluminense. "Existe um peixe graúdo, e ele vai cair na rede", disse.
A hipótese, segundo o deputado Paulo Ramos (PDT), havia sido descartada pelas autoridades ouvidas --o secretário estadual da Segurança Pública, Marcelo Itagiba, e o chefe da Polícia Civil, Álvaro Lins.
Segundo Lopes, quando tomou conhecimento das primeiras mortes, o inspetor-geral da Secretaria de Segurança Pública, coronel João Carlos Ferreira, "vaticinou: 'Hoje é o 20º BPM [Batalhão da Polícia Militar], amanhã será o 24º", em referência aos dois batalhões responsáveis pelos municípios onde o crime ocorreu. No total, 29 pessoas morreram.
Na ocasião, ainda segundo Lopes, eles analisavam imagens de PMs envolvidos no encontro de dois mortos, ao lado do 15º Batalhão. A cabeça de uma das vítimas foi arremessada para dentro do batalhão. "Não sei dizer por que ele disse isso, esta pergunta deveria ser feita a ele", afirmou.
"Ninguém atuou isoladamente, qualquer ser humano com inteligência mediana pode deduzir isto", disse o coronel que sugeriu à comissão a realização de audiências com os 11 PMs presos sob acusação de terem cometido os crimes. "Ouçam os que estão presos, eles devem ter muito a dizer", opinou.
Comandos
Foi o próprio deputado Paulo Ramos quem levantou a hipótese de que mudanças nos comandos dos batalhões da Polícia Militar da Baixada Fluminense tenham motivado o crime.
Segundo ele, conflitos surgiram quando o coronel João Carlos Rodrigues Ferreira, inspetor-geral da PM, mudou cargos de comando em batalhões daqueles municípios. Inicialmente, eles haviam sido definidos pelo também coronel D'Ambrósio Francisco, pouco antes de deixar o cargo de comandante de Policiamento da Baixada Fluminense.
Nos dois casos, ainda segundo Ramos, as mudanças foram realizadas com a intenção de obter apoio às candidaturas políticas que os dois coronéis pretendem lançar em 2006. O deputado disse ter obtido a informação em conversas com PMs que atuam na região.
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