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14/06/2005
-
09h20
da Folha Online
Leves tremores de terra foram sentidos na noite de segunda-feira (13) na capital e interior de São Paulo, além de Paraná, Goiás e Distrito Federal, como reflexos de um terremoto de 7,9 na escala Richter que causou ao menos nove mortes no Chile.
Em São Paulo, foram afetados bairros como Perdizes, Higienópolis, Pinheiros e Vila Madalena, Parada de Taipas e São Domingos. Leitores da Folha Online avisaram a redação sobre a ocorrência de tremores em outras localidades, como na região de Marília (444 km a noroeste de São Paulo).
Os tremores assustaram os moradores. Queda de livros das estantes ou o balançar das chaves nas portas foram alguns dos relatos feitos à Defesa Civil. Não há registros de vítimas ou prejuízos no Brasil.
De acordo com o professor Jesus Berrocal, do Departamento de Geofísica do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), as conseqüências do tremor foram mínimas no Brasil. "Não passou de uma tontura."
"Não há perigos de rachaduras, somente os prédios altos sob sedimentos tiveram breves oscilações", afirmou.
Em São Paulo, de acordo com Berrocal, as regiões central, norte e oeste, onde está localizada a avenida Paulista e bairros como Santana e Perdizes e cidades como Campinas (95 km de São Paulo) e Ribeirão Preto (314 km de São Paulo) estão mais suscetíveis a este tipo de tremor.
O motivo é a localização, pois são regiões construídas sobre sedimentos
--rochas não tão consolidadas.
Susto
O economista Eduardo Assumpção, 23, afirma ter sentido os reflexos do tremor por volta das 20h, em seu apartamento localizado no 14º e 15º andares de um prédio na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo).
"Quando fui até a sala para ver como minha mãe estava, percebemos que o lustre estava em movimento de pêndulo", conta. Folhas de plantas também estavam em movimento, ainda que as janelas permanecessem fechadas.
Assustados com a possibilidade de que a estrutura do prédio pudesse ser prejudicada, Assumpção e a mãe desceram pelas escadas. O corrimão vibrava. No térreo, vizinhos já aguardavam notícias sobre o ocorrido. "Sabia que devia ser reflexo de algum terremoto. Já aconteceu outras vezes", diz.
Temerosos, alguns moradores de um conjunto de prédios na Lagoinha, bairro nobre de Ribeirão Preto, deixaram os apartamentos. "Foi horrível, deu pânico", disse a empresária Vera Lúcia Baltazar, 52.
Terremoto
Segundo o Departamento de Emergências do Ministério do Interior, que fica em Santiago, capital chilena, o tremor, ocorrido às 18h48 locais [19h48 de Brasília] nas cidades de Iquique e Arica, no norte do país, atingiu 7,9 graus na escala Richter e 110 km de profundidade.
De acordo com a escala de Mercalli, que mede os efeitos do terremoto nas pessoas, no Chile, o terremoto teve uma magnitude de 10 a 11. Em São Paulo, a magnitude foi de 2 a 3. Tremores de magnitude 2 só são percebidos em locais altos e por quem está em repouso.
Outros sustos
Em 23 de março, um terremoto de 5 graus na escala Richter assustou moradores de cinco municípios do norte de Mato Grosso. Foi o tremor mais forte no país em sete anos. Não houve feridos e o prejuízo se restringiu a rachaduras em casas e prédios públicos.
Segundo o Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), o epicentro foi registrado em Porto dos Gaúchos (644 km de Cuiabá), onde há a mais intensa atividade sísmica do país.
Em 1998, aconteceu um abalo mais forte, de 5,1 graus na escala Richter. Foi lá também que se verificou o maior terremoto já registrado no Brasil, de 6,6 graus, em 1955.
Ainda em 2005, em 08 de fevereiro, um terremoto de 4,4 graus na escala Richter foi registrado na região central do Amazonas, no parque nacional do Jaú. O terremoto não causou prejuízos, por ter sido em uma área desabitada e a 18 km de profundidade.
Segundo Vasile Marza, do Observatório Sismológico da UnB, o tremor pode ter sido conseqüência do sismo que causou a tsunami, em 26 de dezembro de 2004. "Um sismo tão grande como o da Ásia [9,3 graus] afeta todo o sistema de esforço tectônico global".
Com Folha de S.Paulo
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Leves tremores de terra foram sentidos na noite de segunda-feira (13) na capital e interior de São Paulo, além de Paraná, Goiás e Distrito Federal, como reflexos de um terremoto de 7,9 na escala Richter que causou ao menos nove mortes no Chile.
Em São Paulo, foram afetados bairros como Perdizes, Higienópolis, Pinheiros e Vila Madalena, Parada de Taipas e São Domingos. Leitores da Folha Online avisaram a redação sobre a ocorrência de tremores em outras localidades, como na região de Marília (444 km a noroeste de São Paulo).
Os tremores assustaram os moradores. Queda de livros das estantes ou o balançar das chaves nas portas foram alguns dos relatos feitos à Defesa Civil. Não há registros de vítimas ou prejuízos no Brasil.
De acordo com o professor Jesus Berrocal, do Departamento de Geofísica do IAG-USP (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo), as conseqüências do tremor foram mínimas no Brasil. "Não passou de uma tontura."
"Não há perigos de rachaduras, somente os prédios altos sob sedimentos tiveram breves oscilações", afirmou.
Em São Paulo, de acordo com Berrocal, as regiões central, norte e oeste, onde está localizada a avenida Paulista e bairros como Santana e Perdizes e cidades como Campinas (95 km de São Paulo) e Ribeirão Preto (314 km de São Paulo) estão mais suscetíveis a este tipo de tremor.
O motivo é a localização, pois são regiões construídas sobre sedimentos
--rochas não tão consolidadas.
Susto
O economista Eduardo Assumpção, 23, afirma ter sentido os reflexos do tremor por volta das 20h, em seu apartamento localizado no 14º e 15º andares de um prédio na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo).
"Quando fui até a sala para ver como minha mãe estava, percebemos que o lustre estava em movimento de pêndulo", conta. Folhas de plantas também estavam em movimento, ainda que as janelas permanecessem fechadas.
Assustados com a possibilidade de que a estrutura do prédio pudesse ser prejudicada, Assumpção e a mãe desceram pelas escadas. O corrimão vibrava. No térreo, vizinhos já aguardavam notícias sobre o ocorrido. "Sabia que devia ser reflexo de algum terremoto. Já aconteceu outras vezes", diz.
Temerosos, alguns moradores de um conjunto de prédios na Lagoinha, bairro nobre de Ribeirão Preto, deixaram os apartamentos. "Foi horrível, deu pânico", disse a empresária Vera Lúcia Baltazar, 52.
Terremoto
Segundo o Departamento de Emergências do Ministério do Interior, que fica em Santiago, capital chilena, o tremor, ocorrido às 18h48 locais [19h48 de Brasília] nas cidades de Iquique e Arica, no norte do país, atingiu 7,9 graus na escala Richter e 110 km de profundidade.
De acordo com a escala de Mercalli, que mede os efeitos do terremoto nas pessoas, no Chile, o terremoto teve uma magnitude de 10 a 11. Em São Paulo, a magnitude foi de 2 a 3. Tremores de magnitude 2 só são percebidos em locais altos e por quem está em repouso.
Outros sustos
Em 23 de março, um terremoto de 5 graus na escala Richter assustou moradores de cinco municípios do norte de Mato Grosso. Foi o tremor mais forte no país em sete anos. Não houve feridos e o prejuízo se restringiu a rachaduras em casas e prédios públicos.
Segundo o Observatório Sismológico da UnB (Universidade de Brasília), o epicentro foi registrado em Porto dos Gaúchos (644 km de Cuiabá), onde há a mais intensa atividade sísmica do país.
Em 1998, aconteceu um abalo mais forte, de 5,1 graus na escala Richter. Foi lá também que se verificou o maior terremoto já registrado no Brasil, de 6,6 graus, em 1955.
Ainda em 2005, em 08 de fevereiro, um terremoto de 4,4 graus na escala Richter foi registrado na região central do Amazonas, no parque nacional do Jaú. O terremoto não causou prejuízos, por ter sido em uma área desabitada e a 18 km de profundidade.
Segundo Vasile Marza, do Observatório Sismológico da UnB, o tremor pode ter sido conseqüência do sismo que causou a tsunami, em 26 de dezembro de 2004. "Um sismo tão grande como o da Ásia [9,3 graus] afeta todo o sistema de esforço tectônico global".
Com Folha de S.Paulo
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