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29/06/2005
-
23h57
FÁBIO AMATO
da Agência Folha, em São José dos Campos
O "fenômeno Catarina", que no final de março de 2004 atingiu os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e deixou um saldo de três mortos e sete desaparecidos, além de um prejuízo calculado em mais de R$ 1 bilhão, pode se repetir no futuro, alertam pesquisadores.
A conclusão surgiu após um encontro que nos últimos dois dias reuniu meteorologistas do Brasil, Estados Unidos e Austrália, realizado no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos (91 km de São Paulo), no Vale do Paraíba.
Depois de mais de um ano de discussões e estudos, o surgimento do Catarina ainda é um ponto de interrogação para pesquisadores e meteorologistas, que consideram esse o fenômeno natural mais violento já registrado no país.
O único consenso é que o Catarina nasceu no atlântico sul como um ciclone extratropical --relacionado às frentes frias que passam pelo país. Com o passar do tempo adquiriu as características de um furacão --fenômeno que atinge principalmente os Estados Unidos e une chuva intensa e ventos fortíssimos que seguem em direção ao continente, acompanhado da formação de um olho.
"Se aconteceu uma vez, por que não poderia acontecer de novo?", questiona a presidente da Sbmet (Sociedade Brasileira de Meteorologia), Maria Gertrudes Justi da Silva. "É um fenômeno raro, mas temos que estar preparados para uma eventualidade, para podermos tomar providências a tempo."
De acordo com o vice-diretor científico do Sbmet, Manoel Alonso Gan, meteorologistas e cientistas acreditam que o surgimento do Catarina possa estar associado a mudanças e "anomalias" climáticas e atmosféricas, como as verificadas na época.
"Tivemos um verão mais frio que o normal nas regiões Sudeste e Sul, e, além disso, a temperatura da superfície do mar ficou próxima a 26ºC, umas das condições principais para o surgimento dos furacões no hemisfério norte."
"Acredito que, se essa situação se repetir, a água do mar continuar quente, podemos ter um novo Catarina não só na região Sul, mas até no Nordeste do Brasil."
O Catarina atingiu Santa Catarina e Rio Grande do Sul entre os dias 27 e 28 de março de 2004, provocando ventos de até 180 km/h. Cerca de 1.500 casas foram destruídas e mais de 40 mil foram danificadas, num prejuízo calculado em mais de R$ 1 bilhão. Três pessoas morreram e outras sete continuam desaparecidas até hoje.
Investimentos
Do encontro realizado no Inpe será preparado um documento com sugestões para desenvolvimento do setor de meteorologia brasileiro, que serão enviadas ao governo federal.
Entre as medias, os meteorologistas consideram fundamental que o Brasil tenha seu próprio radar meteorológico --hoje o país depende das imagens de satélite enviadas pelos EUA para fazer suas previsões de tempo.
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o fenômeno Catarina
Leia o que já foi publicado sobre tornados
Leia o que já foi publicado sobre ciclones
Ciclones que atingiram SC e RS podem se repetir, diz meteorologia
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da Agência Folha, em São José dos Campos
O "fenômeno Catarina", que no final de março de 2004 atingiu os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e deixou um saldo de três mortos e sete desaparecidos, além de um prejuízo calculado em mais de R$ 1 bilhão, pode se repetir no futuro, alertam pesquisadores.
A conclusão surgiu após um encontro que nos últimos dois dias reuniu meteorologistas do Brasil, Estados Unidos e Austrália, realizado no Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), em São José dos Campos (91 km de São Paulo), no Vale do Paraíba.
Depois de mais de um ano de discussões e estudos, o surgimento do Catarina ainda é um ponto de interrogação para pesquisadores e meteorologistas, que consideram esse o fenômeno natural mais violento já registrado no país.
O único consenso é que o Catarina nasceu no atlântico sul como um ciclone extratropical --relacionado às frentes frias que passam pelo país. Com o passar do tempo adquiriu as características de um furacão --fenômeno que atinge principalmente os Estados Unidos e une chuva intensa e ventos fortíssimos que seguem em direção ao continente, acompanhado da formação de um olho.
"Se aconteceu uma vez, por que não poderia acontecer de novo?", questiona a presidente da Sbmet (Sociedade Brasileira de Meteorologia), Maria Gertrudes Justi da Silva. "É um fenômeno raro, mas temos que estar preparados para uma eventualidade, para podermos tomar providências a tempo."
De acordo com o vice-diretor científico do Sbmet, Manoel Alonso Gan, meteorologistas e cientistas acreditam que o surgimento do Catarina possa estar associado a mudanças e "anomalias" climáticas e atmosféricas, como as verificadas na época.
"Tivemos um verão mais frio que o normal nas regiões Sudeste e Sul, e, além disso, a temperatura da superfície do mar ficou próxima a 26ºC, umas das condições principais para o surgimento dos furacões no hemisfério norte."
"Acredito que, se essa situação se repetir, a água do mar continuar quente, podemos ter um novo Catarina não só na região Sul, mas até no Nordeste do Brasil."
O Catarina atingiu Santa Catarina e Rio Grande do Sul entre os dias 27 e 28 de março de 2004, provocando ventos de até 180 km/h. Cerca de 1.500 casas foram destruídas e mais de 40 mil foram danificadas, num prejuízo calculado em mais de R$ 1 bilhão. Três pessoas morreram e outras sete continuam desaparecidas até hoje.
Investimentos
Do encontro realizado no Inpe será preparado um documento com sugestões para desenvolvimento do setor de meteorologia brasileiro, que serão enviadas ao governo federal.
Entre as medias, os meteorologistas consideram fundamental que o Brasil tenha seu próprio radar meteorológico --hoje o país depende das imagens de satélite enviadas pelos EUA para fazer suas previsões de tempo.
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