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10/08/2005 - 11h48

PF localiza van que teria sido usada por assaltantes do BC

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da Folha Online

A PF (Polícia Federal) localizou no final da noite de terça-feira uma van que teria sido usada pela quadrilha que levou cerca de R$ 150 milhões do Banco Central em Fortaleza (CE) --o maior já ocorrido no Brasil.

O veículo foi encontrado em um estacionamento. De acordo com a PF, sacos de náilon, dinheiro e areia foram encontrados na van. Além de cédulas soltas de R$ 50, a polícia achou um pacote com cerca de R$ 5.000 em notas de R$ 50 e que teria o lacre do BC.

Restos de cigarros também localizados no carro, que estava a três quarteirões da casa alugada pelo grupo e que serviu de fachada para a escavação. A van foi estacionada pela última vez no sábado, pelo suposto líder da quadrilha.

O assalto foi descoberto na manhã da última segunda-feira (8). Os criminosos alugaram uma casa perto da sede do banco --há três meses--, cavaram um túnel sob uma avenida, arrombaram um piso de concreto e, durante o último final de semana, levaram o dinheiro.

Jarbas Oliveira/EFE
Roupas deixadas por quadrilha que assaltou o Banco Central
Roupas deixadas por quadrilha que assaltou o Banco Central
A construção do túnel foi sustentada e revestida por tábuas e lonas plásticas. Na chegada ao cofre do banco, os assaltantes tiveram de arrombar o piso, de 1,10 metro de largura, reforçado por concreto e aço. Eles não usaram explosivos.

Segundo o delegado da PF responsável pelo caso, Luiz Wagner Mota Sales, o circuito de câmeras interno estava ligado, mas não gravava nada, apenas filmava. O monitoramento das imagens do BC deveria ser feito por um vigia, "mas o sistema não funcionou a contento", de acordo com o delegado.

Assalto

A casa onde foi escavado o túnel que chegou à caixa-forte do Banco Central, na rua 25 de Março, no centro da cidade, foi preparada pelos ladrões também para dificultar a sua identificação pela polícia.

Após o crime, os assaltantes jogaram um pó branco, possivelmente cal, em todos os móveis, para atrapalhar a localização de impressões digitais.

Enquanto cavavam o túnel, também prepararam paredes falsas, de gesso, para esconder sacos de terra que estavam retirando. Parte do jardim também foi aterrado com areia retirada na escavação.

Os criminosos reformaram o imóvel e montaram até uma empresa de fachada, Gramas Sintéticas, de venda e plantio de gramas naturais e artificiais, o que ajudava a justificar a retirada freqüente de terra, resultado da escavação realizada em um dos cômodos da casa.

Notas

As notas levadas são antigas, com números de série não seqüenciais, e não tinham passado ainda por nenhum controle interno do BC que possa identificá-las.

De acordo com estimativas da PF, eram 3 milhões de notas de R$ 50, embaladas em pacotes de mil notas e que pesariam 3.500 quilos.

A PF já teria o retrato-falado de suspeitos. O BC determinou a abertura de uma sindicância interna para investigar o caso.

Seguro

O conteúdo dos cofres mantidos pelo BC em sua sede, em Brasília, e em nove escritórios no país não é protegido por nenhum tipo de seguro.

Com isso, caso os R$ 150 milhões levados não sejam recuperados, o prejuízo será assumido pelo Tesouro Nacional, ou seja, será pago pelos contribuintes.

Grandes assaltos

Antes, o maior assalto a banco do país havia sido registrado em julho de 1999, quando 15 homens assaltaram uma agência do Banespa localizada no centro de São Paulo e levaram, em valores atualizados, cerca de R$ 70 milhões.

Em julho de 1990, o Banco Central em Salvador foi alvo de uma quadrilha que levou o equivalente a R$ 53 milhões. No ano seguinte, o assalto ocorreu no Banco Central em Recife, e os ladrões levaram quase R$ 28 milhões.

Com Agência Folha

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