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04/09/2005 - 09h05

Propagandista pediu uma "forcinha"

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CLÁUDIA COLLUCCI
da Folha de S.Paulo

Médicos de duas áreas distintas da medicina, a neurologia e a urologia, relatam cenas ou situações em que ficou clara a troca de favores entre médicos e laboratórios.

Celio Levyman, neurologista das unidades Morumbi e Alphaville do Hospital Israelita Albert Einstein, diz ter presenciado um médico brasileiro receber US$ 8.000 de um representante de laboratório após palestrar favoravelmente sobre uma droga em um congresso no exterior.

"A entrega do dinheiro foi na minha frente. Ninguém teve vergonha ou qualquer constrangimento. Diante da minha surpresa, esse médico explicou que a remuneração era pelo trabalho que tivera elaborando a apresentação", conta Levyman.

Já o urologista Jorge Hallak, da USP de São Paulo, diz que, entre os médicos, são conhecidas as "mesadas" que especialistas de áreas como a reprodução humana recebem da indústria farmacêutica em troca da prescrição de medicamentos. "Nos EUA, a relação dos médicos é com o setor de pesquisas e desenvolvimento da indústria farmacêutica. Aqui, é com área comercial", diz ele.

Ex-diretor do Cremesp, Levyman diz acreditar que haja sim um monitoramento das receitas médicas pelos laboratórios por meio das farmácias.

"Os propagandistas costumam dizer: "Dá uma forcinha aí, doutor. Prescreve mais porque ainda não atingi a minha cota na região". Se ele diz isso, é porque tem a informação de que estou prescrevendo pouco o seu produto."

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