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23/09/2005 - 10h47

Dono do Bahamas ataca outdoor pornô

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FERNANDO DONASCI
repórter-fotográfico da Folha de S.Paulo

"Isso é uma falta de respeito com a população. Se eu fosse o prefeito, agiria igual, minha mãe e minha filha não são obrigadas a ver essa pornografia pelas ruas da cidade." A frase indignada, sobre os outdoors sugerindo sexo oral retirados de São Paulo nesta semana, soaria menos irônica se não fosse de Oscar Maroni Filho. Ele é dono do Bahamas Night Club, bar que reúne belas garotas em trajes sensuais, a maioria de biquíni, bem maquiadas e dispostas a entreter o cliente por um bom dinheiro.

"Trabalho nesse ramo há 30 anos. Minhas propagandas são totalmente discretas. A vulgaridade denigre os próprios estabelecimentos, prejudicando o glamour da noite paulistana."

O Bahamas ocupa um prédio de quatro andares e 2.300 m2. No pico do movimento pré-GP Brasil de F-1, reúne 350 mulheres, algumas delas capas de revistas pornô. Nesta época, até 300 homens surgem por noite.

A casa fecha a área VIP especialmente para pilotos e mecânicos, onde eles têm a visão completa do Bahamas, pedindo para algumas mulheres os acompanharem à parte reservada. Na maioria dos casos esse valor é cobrado em dólar.

Ao entrar, o cliente recebe uma chave e paga R$ 101 de consumação --mulheres bem menos, R$ 20. Com direito a sauna (seca e vapor) e shows.

Mulheres, boa parte delas dizendo ser universitárias de todo o país, se insinuam no estilo dos antigos cabarés. Após uma conversa e o acerto, a garota vai ao balcão e requisita a chave do quarto. Valor: R$ 300 a R$ 700.

Sobre esse ponto Maroni tem uma posição: "Um casal maior de idade decide o que quer. Vivemos em uma democracia".

Questionado sobre problemas com a polícia --foram quatro vezes-- por causa da prostituição ou facilitação, Maroni responde: "Fui absolvido de todos os processos. Na opinião de juízes e desembargadores, meu estabelecimento, da forma que funciona, é legal", diz ele, que seis meses atrás saiu algemado do Bahamas e ficou 13 dias preso por porte ilegal de arma.

"Acredito que a causa dessas batidas policiais foram protestos que fiz e por falar o que penso. Tenho consciência dos meus direitos. Ao sair da delegacia fui a um programa de TV, ao vivo, com uma fantasia de "Irmãos Metralha", e pedi que a imprensa e a população brasileira não me julgassem antes da Justiça."

O estabelecimento funciona todos os dias, das 12h às 4h, com shows de strip-tease à moda dos cabarés, em um palco espelhado, a cada 30 minutos.

As dançarinas encarnam personagens de vários estilos. Uma delas veste um macacão de piloto de F-1 com a bandeira do Brasil na mão e a música tocada nas vitórias de brasileiros, principalmente Ayrton Senna. É especial para o GP de F-1.

Maroni promove festas e eventos esportivos e sonha em expandir seu negócio pelo Brasil vendendo franquia. Fala até em colocar ações de suas empresas na Bolsa de Valores.

"Posso ser imoral, indecente e até pornográfico, mas não sou ilegal, dependendo do ponto de vista de cada um, como diz o meu sócio Larry Flynt, da revista [pornô] "Hustler"."

Expansão

O grupo de Maroni avança. Ele está construindo um hotel cinco estrelas, já em fase final, com o intuito de hospedar turistas e executivos que passeiam pela capital paulistana. O hotel é uma das empresas totalmente independentes do Bahamas.

Montadoras, com outras empresas ligadas à corrida, fecharam o estabelecimento inteiro por R$ 90 mil no ano passado para seus convidados.

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