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29/09/2005
-
04h12
JOSÉ CARLOS PEGORIM
da Folha de S.Paulo
A Prefeitura de São Paulo ampliará de 52 para 66 os distritos com coleta seletiva a partir de 17 de outubro. Das cerca de 204 mil toneladas mensais de lixo geradas na cidade, apenas 0,9% --cerca de 1.800 toneladas-- é recuperado e revendido como material reciclável para as indústrias.
Segundo a prefeitura, hoje os 72 caminhões que fazem a coleta seletiva transportam 20% da capacidade. Os materiais são levados para 14 centrais de triagem, onde 705 catadores organizados em cooperativas selecionam e revendem recicláveis para a indústria.
"Os caminhões são muito pouco eficientes", disse o secretário de Serviços, Andrea Matarazzo, também subprefeito da Sé, área onde se concentra o maior número de catadores avulsos e cooperativas fora das centrais municipais.
O programa de coleta seletiva foi implantado em setembro de 2003, pela gestão Marta Suplicy (PT), em 45 dos 96 distritos paulistanos. A meta era contemplar toda a cidade até o fim do ano passado, o que não ocorreu.
O projeto teve problemas também com o transporte do material. No começo deste ano, na gestão José Serra (PSDB), os contratos com as empresas que recolhiam o reciclável demoraram a ser renovados, e o lixo chegou a ser prensado sem separação.
O plano agora é que as centrais passem a trabalhar em três turnos. A renda média mensal passaria de R$ 400 para R$ 600 com o maior volume de material recebido. Hoje, só a central de São Mateus (zona leste) tem dois turnos.
Das atuais centrais de triagem, duas serão fundidas (Miguel Yunes, em Santo Amaro, e Granja Julieta) e duas deslocadas (Vila Leopoldina e Pinheiros) para uma área na Lapa, porque estão em áreas com solo contaminado.
A meta é também aumentar os postos de entrega voluntária de 34 para mil e retirar os contêineres da rua. Eles irão para supermercados e outros pontos comerciais ou para condomínios, já que, na rua, recebem qualquer tipo de lixo.
Se a proposta da prefeitura para os catadores ligados às centrais municipais está pronta, com os grupos de cooperativas independentes e com os catadores avulsos a conversa apenas engatinha.
Matarazzo disse que o modelo de gestão das centrais de triagem "está aberto" ao catador que queira participar, mas a negociação com as cooperativas que atuam no centro, que já têm uma rede de escritórios e empresas das quais retiram papéis e papelão, começou apenas no início do mês.
"O programa é viável, mas a grande massa [dos catadores] ainda não foi chamada para discutir", diz Carlos Antônio dos Reis, 37, o Carlão, do movimento nacional de catadores, um ex-camelô que mudou de ramo há seis anos. Ele é da Recicla Vida, cooperativa com 70 participantes instalada na baixada do Glicério que usa carrocinhas puxadas a mão.
Essas carrocinhas devem seguir rodando no centro. "Elas podem continuar no centro, não há o menor problema", diz Matarazzo.
A decisão é um recuo da prefeitura. No início do mês, ao anunciar uma pesquisa sobre carroceiros, o secretário do Trabalho, Gilmar Viana, trabalhava com a diretriz de barrar as carrocinhas no centro, inviabilizando a atuação das cooperativas independentes e dos carroceiros avulsos.
Ontem, Matarazzo conheceu pessoalmente o padre Júlio Lancellotti, um dos articuladores dos catadores. Pediu para não ser chamado de "higienista". O padre solicitou "transparência".
Eles trocaram farpas por causa da instalação, pela prefeitura, de uma rampa inclinada, com superfície áspera, na ligação entre as avenidas Paulista e Dr. Arnaldo. Segundo o padre, o objetivo da medida é evitar que moradores de rua fiquem no local. A prefeitura diz que visa acabar com o abrigo para ladrões.
Veja a lista dos 66 distritos que passarão a ter coleta seletiva a partir de outubro:
- Água Rasa
- Alto de Pinheiros
- Aricanduva
- Barra Funda
- Bela Vista
- Belém
- Bom Retiro
- Brás
- Butantã
- Cambuci
- Campo Belo
- Campo Grande
- Carrão
- Casa Verde
- Cidade Ademar
- Cidade Dutra
- Cidade Líder
- Consolação
- Cursino
- Freguesia do Ó
- Ipiranga
- Itaim Bibi
- Itaim Paulista
- Itaquera
- Jabaquara
- Jaçanã
- Jaguará
- Jaguaré
- Jardim Paulista
- Jardim São Luís
- Lapa
- Liberdade
- Limão
- Mandaqui
- Moema
- Mooca
- Morumbi
- Pari
- Parque do Carmo
- Penha
- Perdizes
- Pinheiros
- Pirituba
- República
- Sacomã
- Santa Cecília
- Santana
- Santo Amaro
- São Domingos
- São Lucas
- Sapopemba
- Saúde
- Sé
- Socorro
- Tatuapé
- Tucuruvi
- Vila Andrade
- Vila Curuçá
- Vila Formosa
- Vila Guilherme
- Vila Leopoldina
- Vila Maria
- Vila Mariana
- Vila Matilde
- Vila Medeiros
- Vila Prudente
Especial
Leia o que já foi publicado sobre reciclagem
Leia o que já foi publicado sobre coleta de lixo
São Paulo amplia área de coleta de lixo reciclável
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da Folha de S.Paulo
A Prefeitura de São Paulo ampliará de 52 para 66 os distritos com coleta seletiva a partir de 17 de outubro. Das cerca de 204 mil toneladas mensais de lixo geradas na cidade, apenas 0,9% --cerca de 1.800 toneladas-- é recuperado e revendido como material reciclável para as indústrias.
Segundo a prefeitura, hoje os 72 caminhões que fazem a coleta seletiva transportam 20% da capacidade. Os materiais são levados para 14 centrais de triagem, onde 705 catadores organizados em cooperativas selecionam e revendem recicláveis para a indústria.
"Os caminhões são muito pouco eficientes", disse o secretário de Serviços, Andrea Matarazzo, também subprefeito da Sé, área onde se concentra o maior número de catadores avulsos e cooperativas fora das centrais municipais.
O programa de coleta seletiva foi implantado em setembro de 2003, pela gestão Marta Suplicy (PT), em 45 dos 96 distritos paulistanos. A meta era contemplar toda a cidade até o fim do ano passado, o que não ocorreu.
O projeto teve problemas também com o transporte do material. No começo deste ano, na gestão José Serra (PSDB), os contratos com as empresas que recolhiam o reciclável demoraram a ser renovados, e o lixo chegou a ser prensado sem separação.
O plano agora é que as centrais passem a trabalhar em três turnos. A renda média mensal passaria de R$ 400 para R$ 600 com o maior volume de material recebido. Hoje, só a central de São Mateus (zona leste) tem dois turnos.
Das atuais centrais de triagem, duas serão fundidas (Miguel Yunes, em Santo Amaro, e Granja Julieta) e duas deslocadas (Vila Leopoldina e Pinheiros) para uma área na Lapa, porque estão em áreas com solo contaminado.
A meta é também aumentar os postos de entrega voluntária de 34 para mil e retirar os contêineres da rua. Eles irão para supermercados e outros pontos comerciais ou para condomínios, já que, na rua, recebem qualquer tipo de lixo.
Se a proposta da prefeitura para os catadores ligados às centrais municipais está pronta, com os grupos de cooperativas independentes e com os catadores avulsos a conversa apenas engatinha.
Matarazzo disse que o modelo de gestão das centrais de triagem "está aberto" ao catador que queira participar, mas a negociação com as cooperativas que atuam no centro, que já têm uma rede de escritórios e empresas das quais retiram papéis e papelão, começou apenas no início do mês.
"O programa é viável, mas a grande massa [dos catadores] ainda não foi chamada para discutir", diz Carlos Antônio dos Reis, 37, o Carlão, do movimento nacional de catadores, um ex-camelô que mudou de ramo há seis anos. Ele é da Recicla Vida, cooperativa com 70 participantes instalada na baixada do Glicério que usa carrocinhas puxadas a mão.
Essas carrocinhas devem seguir rodando no centro. "Elas podem continuar no centro, não há o menor problema", diz Matarazzo.
A decisão é um recuo da prefeitura. No início do mês, ao anunciar uma pesquisa sobre carroceiros, o secretário do Trabalho, Gilmar Viana, trabalhava com a diretriz de barrar as carrocinhas no centro, inviabilizando a atuação das cooperativas independentes e dos carroceiros avulsos.
Ontem, Matarazzo conheceu pessoalmente o padre Júlio Lancellotti, um dos articuladores dos catadores. Pediu para não ser chamado de "higienista". O padre solicitou "transparência".
Eles trocaram farpas por causa da instalação, pela prefeitura, de uma rampa inclinada, com superfície áspera, na ligação entre as avenidas Paulista e Dr. Arnaldo. Segundo o padre, o objetivo da medida é evitar que moradores de rua fiquem no local. A prefeitura diz que visa acabar com o abrigo para ladrões.
Veja a lista dos 66 distritos que passarão a ter coleta seletiva a partir de outubro:
- Água Rasa
- Alto de Pinheiros
- Aricanduva
- Barra Funda
- Bela Vista
- Belém
- Bom Retiro
- Brás
- Butantã
- Cambuci
- Campo Belo
- Campo Grande
- Carrão
- Casa Verde
- Cidade Ademar
- Cidade Dutra
- Cidade Líder
- Consolação
- Cursino
- Freguesia do Ó
- Ipiranga
- Itaim Bibi
- Itaim Paulista
- Itaquera
- Jabaquara
- Jaçanã
- Jaguará
- Jaguaré
- Jardim Paulista
- Jardim São Luís
- Lapa
- Liberdade
- Limão
- Mandaqui
- Moema
- Mooca
- Morumbi
- Pari
- Parque do Carmo
- Penha
- Perdizes
- Pinheiros
- Pirituba
- República
- Sacomã
- Santa Cecília
- Santana
- Santo Amaro
- São Domingos
- São Lucas
- Sapopemba
- Saúde
- Sé
- Socorro
- Tatuapé
- Tucuruvi
- Vila Andrade
- Vila Curuçá
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- Vila Guilherme
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- Vila Maria
- Vila Mariana
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