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11/10/2005 - 22h25

Ministério pagará despesas da FAB em socorro às vítimas da seca

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SÍLVIA FREIRE
da Agência Folha

O Ministério da Integração Nacional anunciou na tarde desta terça-feira que irá pagar as despesas dos helicópteros e aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) e da movimentação de tropas do Exército usadas nas operações de socorro às comunidades atingidas pela seca no Amazonas.

Segundo a assessoria do ministério, não há uma estimativa fechada de gasto. Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conversou por telefone com o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PMDB-AM), para obter informações sobre a situação no Estado.

Segundo a Secretaria da Comunicação do Amazonas, Braga falou ao presidente da necessidade do auxílio das Forças Armadas nas operações de socorro às comunidades isoladas, mas que não havia recursos. Cerca de 3.000 pessoas estão isoladas em 900 comunidades.

O governo não dispõe de helicópteros, e a Aeronáutica não tinha dinheiro para as operações. Segundo a secretaria, o presidente disse que iria toma providências.

O Ministério da Integração Nacional anunciou também o repasse de R$ 5 milhões para o Ministério do Desenvolvimento Social para a compra de 5.000 cestas básicas que serão distribuídas para a população atingida pela estiagem.

Também serão distribuídos kits de medicamentos básicos, cada um com capacidade para atender até 3.000 pessoas, que serão enviados ao Estado pelo Ministério da Saúde.

As operações de socorro devem começar quarta (12), segundo informações do governo do Estado. Serão distribuídos também remédios para combater a desidratação infantil, combustível (usado para a geração de energia) e água potável.

Calamidade

Todo o Estado do Amazonas está desde anteontem em estado de calamidade pública devido à seca. Com a falta de chuvas, o nível dos rios baixou e diversas comunidades nas quais se têm acesso apenas por barcos estão isoladas.

O decreto de calamidade pública permite que o governo estadual faça compras sem licitações para atender um desastre classificado em níveis três e quatro. Segundo a Defesa Civil, desastre de nível três é de grande porte com prejuízos vultosos, mas suportáveis e superáveis pela comunidade.

O de nível quatro é de muito grande porte e com muitos prejuízos à comunidade, que precisa de apoio de fora para superá-los.

A navegabilidade é crítica nas calhas dos rios Madeira, Purus, Juruá, Javari, Iça e Jutaí. Segundo o governo do Estado, é o mais baixo nível dos rios nos últimos 50 anos na região.

Em cinco municípios --Caapiranga, Manaquiri, Anori, Atalaia do Norte e Humaitá-- o acesso só pode feito por helicópteros, pois não há pistas de pouso, e o rio que dá acesso a eles secou.

As aulas foram suspensas nas zonas rurais de Caapiranga e Manaquiri. As correspondências não estão sendo entregues em Anori.

Dos 62 municípios do Estado, pelo menos 36 já sofrem com o desabastecimento de comida, medicamentos e combustíveis.

A diminuição do nível dos rios costuma ocorrer anualmente entre setembro e novembro. Neste ano, a seca, no entanto, chegou em agosto. O rio Solimões, que tem em média, na cheia, 12,30 m, estava ontem com 78 cm, em Tabatinga.

Toneladas de peixes morreram nas margens secas e lodosas. Ao menos cerca de cem peixes-bois não conseguiram sobreviver.

Segundo o coordenador-executivo da Defesa Civil no Estado do Amazonas, Roberto Rocha, alguns municípios estão sem acesso há 20 dias, mas prefeituras têm ajudado no abastecimento.

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