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18/10/2005
-
09h06
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S.Paulo
Ele é acinzentado e mede uns 20 centímetros. De tão habilidoso, escala até as paredes de casa. No mundo científico, é chamado de Rattus rattus. Já os paulistanos o conhecem como o rato-de-telhado. Mas para o mecânico João Maria da Cruz, que mata uns dez por mês com sua velha ratoeira enferrujada, é "o diabo".
Morador do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, já tentou de tudo para se livrar deles. Do conhecido chumbinho, perigoso veneno que foi proibido mas ainda é amplamente usado na periferia, à cadela vira-lata Pimpa --que em vez de caçar ratos desenvolveu horror a eles.
Cruz é um dos 14 mil paulistanos que neste ano telefonou para a prefeitura (pelo número 156) para reclamar da invasão dos roedores. Uma multidão apavorada que cresce a cada ano.
Em 2000, houve 3.297 reclamações de roedores. O valor foi aumentando ano a ano até atingir as 20.129 chamadas em 2004. E a projeção para este ano indica que a cidade deve registrar novo recorde até o final de dezembro.
Há quem diga que existe de 4 a 15 ratos por habitante, dependendo da região da cidade. Mas especialistas que estudam o assunto dizem que esses números não passam de "chutes estatísticos".
O que se sabe ao certo é que o rato-de-telhado, que até o início da década habitava apenas prédios abandonados e a zona cerealista, está se disseminando, invadindo bairros ricos e pobres.
Um levantamento da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde) realizado há poucas semanas em 12 mil domicílios de cinco bairros da cidade dá a exata noção do problema (veja tabela nesta página). Na Vila Maria (zona norte), 60% das casas visitadas tinham vestígios da presença de ratos. No Butantã (zona oeste), eram 90%. No Campo Limpo (zona sul), 45% das residências.
"Em muitas regiões, os vestígios de ratos-de-telhado superaram os de outras espécies", diz a bióloga Maria das Graças Santos, uma das coordenadoras do estudo.
Cada espécie de rato tem hábitos diferentes. Em comum, o fato de todos transmitirem doenças, como a leptospirose, que já matou 18 paulistanos só neste ano.
O rato de telhado prefere o forro das casas. Já os camundongos, mais frágeis e com um raio de ação de no máximo um metro, se escondem atrás dos móveis.
Os especialistas acreditam que a crescente oferta de alimentos e abrigo está favorecendo a disseminação do rato-de-telhado.
Para tentar impedir uma explosão ainda maior da população, a prefeitura testa uma nova arma: um veneno anticoagulante de efeito retardado. É que o rato-de-telhado não morde a mesma isca que causou a morte de outro integrante da colônia. Com o veneno, que mata o animal em cinco dias, a prefeitura espera enganá-los.
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Ele é acinzentado e mede uns 20 centímetros. De tão habilidoso, escala até as paredes de casa. No mundo científico, é chamado de Rattus rattus. Já os paulistanos o conhecem como o rato-de-telhado. Mas para o mecânico João Maria da Cruz, que mata uns dez por mês com sua velha ratoeira enferrujada, é "o diabo".
Morador do bairro do Limão, na zona norte de São Paulo, já tentou de tudo para se livrar deles. Do conhecido chumbinho, perigoso veneno que foi proibido mas ainda é amplamente usado na periferia, à cadela vira-lata Pimpa --que em vez de caçar ratos desenvolveu horror a eles.
Cruz é um dos 14 mil paulistanos que neste ano telefonou para a prefeitura (pelo número 156) para reclamar da invasão dos roedores. Uma multidão apavorada que cresce a cada ano.
Em 2000, houve 3.297 reclamações de roedores. O valor foi aumentando ano a ano até atingir as 20.129 chamadas em 2004. E a projeção para este ano indica que a cidade deve registrar novo recorde até o final de dezembro.
Há quem diga que existe de 4 a 15 ratos por habitante, dependendo da região da cidade. Mas especialistas que estudam o assunto dizem que esses números não passam de "chutes estatísticos".
O que se sabe ao certo é que o rato-de-telhado, que até o início da década habitava apenas prédios abandonados e a zona cerealista, está se disseminando, invadindo bairros ricos e pobres.
Um levantamento da Covisa (Coordenação de Vigilância em Saúde) realizado há poucas semanas em 12 mil domicílios de cinco bairros da cidade dá a exata noção do problema (veja tabela nesta página). Na Vila Maria (zona norte), 60% das casas visitadas tinham vestígios da presença de ratos. No Butantã (zona oeste), eram 90%. No Campo Limpo (zona sul), 45% das residências.
"Em muitas regiões, os vestígios de ratos-de-telhado superaram os de outras espécies", diz a bióloga Maria das Graças Santos, uma das coordenadoras do estudo.
Cada espécie de rato tem hábitos diferentes. Em comum, o fato de todos transmitirem doenças, como a leptospirose, que já matou 18 paulistanos só neste ano.
O rato de telhado prefere o forro das casas. Já os camundongos, mais frágeis e com um raio de ação de no máximo um metro, se escondem atrás dos móveis.
Os especialistas acreditam que a crescente oferta de alimentos e abrigo está favorecendo a disseminação do rato-de-telhado.
Para tentar impedir uma explosão ainda maior da população, a prefeitura testa uma nova arma: um veneno anticoagulante de efeito retardado. É que o rato-de-telhado não morde a mesma isca que causou a morte de outro integrante da colônia. Com o veneno, que mata o animal em cinco dias, a prefeitura espera enganá-los.
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