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23/10/2005
-
22h26
LÉO GERCHMANN
da Agência Folha, em Porto Alegre
O dia do referendo no Rio Grande do Sul foi marcado pela tentativa de convencimento pelos partidários do "sim" e do "não". Funcionários Taurus, a principal indústria de armas brasileira, foram os principais protagonistas do "não".
Até o sábado, houve atos coletivos: uma carreata com 50 carros percorreu dez quilômetros, da sede da empresa até o Parque Farroupilha. Hoje, o trabalho foi boca a boca.
"Se mudamos votos, não sei. Só sei que fomos muito bem acolhidos. Quase todos, durante a carreata, identificavam-se conosco e defendiam o 'não'", disse o montador Lírio Segala Rosa, 40.
"O clima na empresa era de extrema angústia, mas as pesquisas que andaram saindo, mostrando a vitória do 'não", acalmou o pessoal", acrescentou o operador de máquinas computadorizadas Agenor Santos Silva, 48.
Alguns funcionários da Taurus passaram o dia de hoje tentando convencer que a vitória do "sim" não diminuirá a violência no país e, ao mesmo tempo, poderia gerar desemprego.
"A gente teme que, com o referendo, surja uma barreira comercial terrível contra nós. É o princípio da reciprocidade: se empresas estrangeiras não podem exportar para o Brasil, os mercados dos países também se fecham para nós. Unidades nossas podem se mudar para o exterior", disse Segala.
Outro funcionário, Antônio Medeiros, 47, foi para Glorinha (46 km de Porto Alegre) na sexta-feira, voltou a Porto Alegre hoje para votar pela manhã e, à tarde, já estava em Glorinha, reunido com pessoas na igreja para fazer o convencimento.
"É importante vencer o 'não'. As restrições às armas já constam no Estatuto do Desarmamento. Por que gerar tanto problema econômico?", disse.
Levantamento realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul mostra que 66,6% dos gaúchos votariam no "não". Os que votam no "sim" seriam 24,5%.
A Taurus exporta 70% da sua produção, 80% para os EUA, que, assim como a Alemanha e a Áustria, exportam para o Brasil. "A arma é como qualquer produto. Como soja, arroz ou calçados. Se o Brasil não aceita um produto da China, o chinês não vai aceitar o brasileiro", disse Segala.
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da Agência Folha, em Porto Alegre
O dia do referendo no Rio Grande do Sul foi marcado pela tentativa de convencimento pelos partidários do "sim" e do "não". Funcionários Taurus, a principal indústria de armas brasileira, foram os principais protagonistas do "não".
Até o sábado, houve atos coletivos: uma carreata com 50 carros percorreu dez quilômetros, da sede da empresa até o Parque Farroupilha. Hoje, o trabalho foi boca a boca.
"Se mudamos votos, não sei. Só sei que fomos muito bem acolhidos. Quase todos, durante a carreata, identificavam-se conosco e defendiam o 'não'", disse o montador Lírio Segala Rosa, 40.
"O clima na empresa era de extrema angústia, mas as pesquisas que andaram saindo, mostrando a vitória do 'não", acalmou o pessoal", acrescentou o operador de máquinas computadorizadas Agenor Santos Silva, 48.
Alguns funcionários da Taurus passaram o dia de hoje tentando convencer que a vitória do "sim" não diminuirá a violência no país e, ao mesmo tempo, poderia gerar desemprego.
"A gente teme que, com o referendo, surja uma barreira comercial terrível contra nós. É o princípio da reciprocidade: se empresas estrangeiras não podem exportar para o Brasil, os mercados dos países também se fecham para nós. Unidades nossas podem se mudar para o exterior", disse Segala.
Outro funcionário, Antônio Medeiros, 47, foi para Glorinha (46 km de Porto Alegre) na sexta-feira, voltou a Porto Alegre hoje para votar pela manhã e, à tarde, já estava em Glorinha, reunido com pessoas na igreja para fazer o convencimento.
"É importante vencer o 'não'. As restrições às armas já constam no Estatuto do Desarmamento. Por que gerar tanto problema econômico?", disse.
Levantamento realizado pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul mostra que 66,6% dos gaúchos votariam no "não". Os que votam no "sim" seriam 24,5%.
A Taurus exporta 70% da sua produção, 80% para os EUA, que, assim como a Alemanha e a Áustria, exportam para o Brasil. "A arma é como qualquer produto. Como soja, arroz ou calçados. Se o Brasil não aceita um produto da China, o chinês não vai aceitar o brasileiro", disse Segala.
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