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25/01/2006
-
09h08
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S.Paulo
A administração do prefeito José Serra (PSDB) iniciou ontem o processo de licitação para a construção de cinco garagens subterrâneas no centro de São Paulo.
Serão no mínimo 3.000 vagas a mais para estacionar no centro, segundo a Folha apurou. Pela previsão, as garagens devem estar prontas até o final de 2007.
Os locais beneficiados serão: avenida São João (entre as ruas Líbero Badaró e São Bento), rua Conselheiro Crispiniano, 378, praça Dom José Gaspar (entre a avenida São Luiz e a rua Bráulio Gomes), praça Fernando Costa (entre as ruas General Carneiro, 25 de Março e Bittencourt Rodrigues) e praça João Mendes e avenida Liberdade (do viaduto Dona Paulina à rua da Glória).
A milionária concorrência da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), que terá seus detalhes publicados no "Diário Oficial" nos próximos 20 dias, prevê contratos de concessão.
Isto é, as empresas vencedoras serão responsáveis pela construção das garagens e pela sua administração por 30 anos. Após esse período, as garagens passam a ser de propriedade da administração, caso não haja interesse em manter a concessão. A tarifa ao usuário, o número exato de vagas e os valores a serem pagos pela concessionária à prefeitura só serão definidos após o recebimento das propostas na licitação.
Hoje, a cidade já tem duas garagens subterrâneas concedidas: uma sob a praça Alexandre de Gusmão, ao lado do parque Trianon, e a outra sob a avenida Enéas Carvalho de Aguiar, ao lado do Hospital das Clínicas, ambas na região da avenida Paulista. Oferecem juntas 1.710 vagas.
Segundo o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, as novas garagens vão suprir uma demanda crescente por vagas de estacionamento no centro da cidade.
"Com a revitalização em curso dessa região, há mais pessoas e carros circulando, até mesmo de noite. Nossa idéia é apertar a fiscalização junto aos estacionamentos ilegais, que atrapalham o trânsito, e oferecer vagas boas e seguras", diz Matarazzo.
A Estapar, que opera as duas garagens subterrâneas em funcionamento, não tem interesse na concorrência, afirma o presidente da empresa, Helio Cerqueira Júnior, que também é vice-presidente do sindicato dos estacionamentos.
Segundo ele, o investimento é alto --R$ 25 milhões para construir uma garagem para 500 vagas-- e o modelo de concessão é falho, pois os reajustes de tarifa têm de ser autorizados pelo prefeito, não existe um combate efetivo dos estacionamentos irregulares e não há garantias contra eventuais perdas de receita.
Desde a gestão de Jânio Quadros, no final dos anos 80, a prefeitura projeta novas garagens subterrâneas. Mas a maioria não saiu do papel por causa de problemas ambientais e econômicos.
Pela localização das novas garagens, em áreas já bastante consolidadas, a repercussão entre urbanistas não aponta para polêmica.
O arquiteto Edson Antunes, que participou de projeto para garagens subterrâneas em Paris, elogia a iniciativa, mas defende mudanças no atual modelo de concessão. Segundo ele, as garagens subterrâneas revitalizam áreas degradadas como o centro.
Mas, para Antunes, o modelo deveria prever a concessão de vagas individuais a moradores do entorno das garagens. "A pessoa poderia ter o direito de "comprar" a vaga pelo mesmo prazo da concessão. Isso até valorizaria o imóvel, porque teria uma garagem."
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Centro de São Paulo terá cinco garagens subterrâneas
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FABIO SCHIVARTCHE
da Folha de S.Paulo
A administração do prefeito José Serra (PSDB) iniciou ontem o processo de licitação para a construção de cinco garagens subterrâneas no centro de São Paulo.
Serão no mínimo 3.000 vagas a mais para estacionar no centro, segundo a Folha apurou. Pela previsão, as garagens devem estar prontas até o final de 2007.
Os locais beneficiados serão: avenida São João (entre as ruas Líbero Badaró e São Bento), rua Conselheiro Crispiniano, 378, praça Dom José Gaspar (entre a avenida São Luiz e a rua Bráulio Gomes), praça Fernando Costa (entre as ruas General Carneiro, 25 de Março e Bittencourt Rodrigues) e praça João Mendes e avenida Liberdade (do viaduto Dona Paulina à rua da Glória).
A milionária concorrência da Emurb (Empresa Municipal de Urbanização), que terá seus detalhes publicados no "Diário Oficial" nos próximos 20 dias, prevê contratos de concessão.
Isto é, as empresas vencedoras serão responsáveis pela construção das garagens e pela sua administração por 30 anos. Após esse período, as garagens passam a ser de propriedade da administração, caso não haja interesse em manter a concessão. A tarifa ao usuário, o número exato de vagas e os valores a serem pagos pela concessionária à prefeitura só serão definidos após o recebimento das propostas na licitação.
Hoje, a cidade já tem duas garagens subterrâneas concedidas: uma sob a praça Alexandre de Gusmão, ao lado do parque Trianon, e a outra sob a avenida Enéas Carvalho de Aguiar, ao lado do Hospital das Clínicas, ambas na região da avenida Paulista. Oferecem juntas 1.710 vagas.
Segundo o subprefeito da Sé, Andrea Matarazzo, as novas garagens vão suprir uma demanda crescente por vagas de estacionamento no centro da cidade.
"Com a revitalização em curso dessa região, há mais pessoas e carros circulando, até mesmo de noite. Nossa idéia é apertar a fiscalização junto aos estacionamentos ilegais, que atrapalham o trânsito, e oferecer vagas boas e seguras", diz Matarazzo.
A Estapar, que opera as duas garagens subterrâneas em funcionamento, não tem interesse na concorrência, afirma o presidente da empresa, Helio Cerqueira Júnior, que também é vice-presidente do sindicato dos estacionamentos.
Segundo ele, o investimento é alto --R$ 25 milhões para construir uma garagem para 500 vagas-- e o modelo de concessão é falho, pois os reajustes de tarifa têm de ser autorizados pelo prefeito, não existe um combate efetivo dos estacionamentos irregulares e não há garantias contra eventuais perdas de receita.
Desde a gestão de Jânio Quadros, no final dos anos 80, a prefeitura projeta novas garagens subterrâneas. Mas a maioria não saiu do papel por causa de problemas ambientais e econômicos.
Pela localização das novas garagens, em áreas já bastante consolidadas, a repercussão entre urbanistas não aponta para polêmica.
O arquiteto Edson Antunes, que participou de projeto para garagens subterrâneas em Paris, elogia a iniciativa, mas defende mudanças no atual modelo de concessão. Segundo ele, as garagens subterrâneas revitalizam áreas degradadas como o centro.
Mas, para Antunes, o modelo deveria prever a concessão de vagas individuais a moradores do entorno das garagens. "A pessoa poderia ter o direito de "comprar" a vaga pelo mesmo prazo da concessão. Isso até valorizaria o imóvel, porque teria uma garagem."
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