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05/02/2006 - 10h18

Parado, Trem de Prata sofre ação do tempo

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RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo

Fica atrás dos portões de ferro de uma estação da antiga RFFSA (Rede Ferroviária Federal S.A.), em Juiz de Fora (MG), um patrimônio esquecido que a ação do tempo e dos vândalos trata de consumir aos poucos. O nome, um pouco empoeirado, permanece o mesmo: abandonado, sem manutenção, ali está, há quase oito anos, o Trem de Prata.

Símbolo de glamour, a composição prateada, que fazia o trajeto São Paulo-Rio, circulou entre dezembro de 1994 e novembro de 1998. Na ocasião, os passageiros haviam rareado, muito pela concorrência de companhias rodoviárias e aéreas. Uma passagem de avião SP-Rio custava cerca de R$ 80 à época, por uma viagem de apenas 50 minutos.

De trem, o percurso levava oito horas por R$ 120, na cabine mais barata. Também contribuiu para abreviar a vida do Trem de Prata sucessivos atrasos, causados pela precariedade das linhas.

O trem, da década de 40, fabricado pela americana Budd, está sob a guarda da RFFSA, que, desde 1999, está em fase de liqüidação. A empresa informou apenas que nenhum trem será vendido.

Enquanto nenhuma parceria é feita, o trem permanece encostado no pátio da estação de Francisco Bernardino da RFFSA. A aparência externa está conservada, graças à estrutura de aço inoxidável. Dentro, porém, o requinte e a limpeza deram lugar à sujeira, ao mofo e ao aspecto de abandono.

O período sem uso fez do trem alvo de ladrões. Segundo relatos de quem o visitou, foram furtadas peças do sistema hidráulico, componentes dos freios, cadeiras de vime e parte dos colchões dos dormitórios. A RFFSA informou desconhecer os furtos.

"É um trem muito bonito para ficar assim", afirma Wilson Geraldo Rodrigues, 62, o Wilson Mineiro, maquinista do Trem de Prata por um ano e meio.

Passageiro da última viagem do trem, o aposentado Walter Dreguer, 62, conta que, ao deixar de rodar, as composições já haviam perdido o glamour de antes. Para Dreguer, paulistano da Penha, saber que o trem está abandonado causa tristeza.

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