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26/02/2006
-
14h51
LUIZ FERNANDO VIANNA
da Folha de S.Paulo, no Rio
da Folha Online
As sete escolas que entram neste domingo no sambódromo carioca, no primeiro dos dois dias de desfile do Grupo Especial, transitarão entre o enredo invisível do Salgueiro e o abundante da Beija-Flor. Será uma noite marcada pelo luxo e pelos Carnavais patrocinados.
O desfile está marcado para começar às 21h. Sábado (25) foi a última noite de desfiles das escolas do Grupo Especial de São Paulo. A primeira noite foi marcada por acidentes.
Neste domingo a Beija-Flor, última a desfilar, encaixou no enredo sobre as águas o nome da cidade mineira de Poços de Caldas, sua patrocinadora neste ano. Para alcançar seu primeiro tetracampeonato, a fórmula é a mesma dos anos anteriores: a natureza como matéria-prima, imagens grandiloqüentes e um padrão de eficiência controlado com mão-de-ferro.
Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, economiza em sorrisos o que gasta em energia para comandar os quatro assistentes da comissão de Carnaval e os 4.000 componentes da escola. Ele não é exatamente um carnavalesco, mas um gerente-geral com amplos poderes.
"Tenho carta branca na Beija-Flor. E não dou moleza para ninguém", diz Laíla, 62, sendo 54 de Carnaval. Ele é cria do Salgueiro e iniciou em 1992 sua terceira passagem pela escola de Nilópolis.
Embora todo-poderoso, Laíla não se diz centralizador, adjetivo que dirige a Joãosinho Trinta, o principal carnavalesco da história da Beija-Flor. "Foi por isso [ele ser centralizador] que a escola ficou 14 anos sem ganhar nada", ataca Laíla, referindo-se ao período entre 1984 e 1997. Na verdade, Joãosinho saiu no início dos anos 90 e venceu em 97 pela Viradouro.
Imperatriz e Grande Rio
O modelo que une luxo e eficiência é adotado por outras duas escolas de hoje: a Imperatriz Leopoldinense e a Acadêmicos do Grande Rio.
Enquanto a primeira, apoiada por Santa Catarina, fala da vida do herói italiano Garibaldi no Brasil apostando no bom gosto da carnavalesca Rosa Magalhães, a segunda vem embalada pelo terceiro lugar de 2005 contar a história do Amazonas, patrocinada por empresas do Estado.
"Tenho vários "defeitos" especiais. Mas não conto porque, se não der certo, ninguém fica sabendo", diz o carnavalesco Roberto Szaniecki. Além do estímulo do patrocínio, Szaniecki optou pela história do Estado porque, segundo ele, já foram feitos 18 enredos sobre a Amazônia, e não seria interessante repetir o tema.
Renato Lage passou longe desse perigo. O enredo com que o Salgueiro abre o desfile de hoje é para lá de original: a vida do que é invisível ou quase, como átomos, espermatozóides e insetos.
A Acadêmicos da Rocinha, que vem em seguida, é uma escola pequena que quer se mostrar grande. Foram gastos R$ 4 milhões --parte dada por empresas que não interferiram no enredo-- para se dizer que "Felicidade não tem preço". A idéia-chave é a de que o dinheiro não compra tudo.
Depois da Imperatriz, vêm mais duas escolas que engordaram seus orçamentos com patrocínios. A Caprichosos de Pilares fala do Espírito Santo com verbas de uma fábrica de chocolates do Estado.
E a Unidos de Vila Isabel exaltará a integração da América Latina financiada pela PDVSA, a petrolífera da Venezuela de Hugo Chávez. "É uma visão mais romântica de uma América", diz o carnavalesco Alexandre Louzada.
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Desfile de escolas do Rio começa com luxo e patrocínio
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da Folha de S.Paulo, no Rio
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As sete escolas que entram neste domingo no sambódromo carioca, no primeiro dos dois dias de desfile do Grupo Especial, transitarão entre o enredo invisível do Salgueiro e o abundante da Beija-Flor. Será uma noite marcada pelo luxo e pelos Carnavais patrocinados.
O desfile está marcado para começar às 21h. Sábado (25) foi a última noite de desfiles das escolas do Grupo Especial de São Paulo. A primeira noite foi marcada por acidentes.
Neste domingo a Beija-Flor, última a desfilar, encaixou no enredo sobre as águas o nome da cidade mineira de Poços de Caldas, sua patrocinadora neste ano. Para alcançar seu primeiro tetracampeonato, a fórmula é a mesma dos anos anteriores: a natureza como matéria-prima, imagens grandiloqüentes e um padrão de eficiência controlado com mão-de-ferro.
Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, economiza em sorrisos o que gasta em energia para comandar os quatro assistentes da comissão de Carnaval e os 4.000 componentes da escola. Ele não é exatamente um carnavalesco, mas um gerente-geral com amplos poderes.
"Tenho carta branca na Beija-Flor. E não dou moleza para ninguém", diz Laíla, 62, sendo 54 de Carnaval. Ele é cria do Salgueiro e iniciou em 1992 sua terceira passagem pela escola de Nilópolis.
Embora todo-poderoso, Laíla não se diz centralizador, adjetivo que dirige a Joãosinho Trinta, o principal carnavalesco da história da Beija-Flor. "Foi por isso [ele ser centralizador] que a escola ficou 14 anos sem ganhar nada", ataca Laíla, referindo-se ao período entre 1984 e 1997. Na verdade, Joãosinho saiu no início dos anos 90 e venceu em 97 pela Viradouro.
Imperatriz e Grande Rio
O modelo que une luxo e eficiência é adotado por outras duas escolas de hoje: a Imperatriz Leopoldinense e a Acadêmicos do Grande Rio.
Enquanto a primeira, apoiada por Santa Catarina, fala da vida do herói italiano Garibaldi no Brasil apostando no bom gosto da carnavalesca Rosa Magalhães, a segunda vem embalada pelo terceiro lugar de 2005 contar a história do Amazonas, patrocinada por empresas do Estado.
"Tenho vários "defeitos" especiais. Mas não conto porque, se não der certo, ninguém fica sabendo", diz o carnavalesco Roberto Szaniecki. Além do estímulo do patrocínio, Szaniecki optou pela história do Estado porque, segundo ele, já foram feitos 18 enredos sobre a Amazônia, e não seria interessante repetir o tema.
Renato Lage passou longe desse perigo. O enredo com que o Salgueiro abre o desfile de hoje é para lá de original: a vida do que é invisível ou quase, como átomos, espermatozóides e insetos.
A Acadêmicos da Rocinha, que vem em seguida, é uma escola pequena que quer se mostrar grande. Foram gastos R$ 4 milhões --parte dada por empresas que não interferiram no enredo-- para se dizer que "Felicidade não tem preço". A idéia-chave é a de que o dinheiro não compra tudo.
Depois da Imperatriz, vêm mais duas escolas que engordaram seus orçamentos com patrocínios. A Caprichosos de Pilares fala do Espírito Santo com verbas de uma fábrica de chocolates do Estado.
E a Unidos de Vila Isabel exaltará a integração da América Latina financiada pela PDVSA, a petrolífera da Venezuela de Hugo Chávez. "É uma visão mais romântica de uma América", diz o carnavalesco Alexandre Louzada.
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