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02/03/2006
-
19h38
da Folha Online
O presidente da Gaviões da Fiel, Wellington Rocha Júnior, afirmou nesta quinta-feira que a escola estuda a possibilidade de recorrer à Justiça para reverter o resultado da apuração das notas do Carnaval paulista deste ano. Ontem (1º), ele anunciou que a agremiação não irá mais desfilar.
O caderno com as justificativas dos jurados para as notas atribuídas à escola serão entregues amanhã (3). Por meio de sua assessoria de imprensa, a diretoria da Gaviões afirmou que, se julgar que houve má-fé, irá recorrer à Justiça para permanecer no Grupo Especial.
Somando apenas 283,25 pontos dos 300 possíveis, a Gaviões ficou em último lugar e foi rebaixada para o Grupo de Acesso ao lado das escolas Acadêmicos do Tatuapé, Leandro de Itaquera e Camisa Verde e Branco. Império de Casa Verde foi a campeã, com 298,25 pontos.
Rocha Júnior disse nesta quinta que a Gaviões só volta a competir em São Paulo se a Liga Independente das Escolas de Samba reconhecer que houve problemas e mantiver a escola no Grupo Especial. O afastamento anunciado ontem ocorreu em repúdio ao tratamento dado pela Liga à escola.
Por telefone, a reportagem não conseguiu encontrar representantes da Liga para comentar as condições da Gaviões para voltar ao Carnaval.
Embates
Os problemas entre a agremiação e a Liga começaram em 2005, quando a Gaviões --oriunda da torcida organizada homônima do Corinthians-- venceu no Grupo de Acesso e reconquistou o direito de desfilar pelo Grupo Especial, considerado a elite da competição.
Como ela desfilaria ao lado de outra agremiação oriunda de uma torcida, a Mancha Verde, ligada ao Palmeiras, a Liga recorreu a um dispositivo do regulamento vigente para determinar que ambas competissem entre si, na categoria Grupo Especial das Escolas da Samba Esportivas.
Para obter na Justiça o direito de concorrer ao título de campeã do Carnaval, a Gaviões diz ter investido, ao todo, R$ 80 mil. Semanas antes dos desfiles, uma decisão liminar garantiu à escola o direito de desfilar ao lado das demais integrantes do Grupo Especial e de concorrer com elas.
Para a avenida, a escola levou o enredo "Asas da Imaginação", que falava sobre o anseio de vôo do homem. Teriam sido investidos R$ 2 milhões.
Punição
Um dia antes da apuração, a escola recebeu a notícia de que havia sido punida com a perda de quatro pontos por ter ultrapassado em um minuto e dez segundos o tempo máximo de desfile; e por ter exposto no gerador a marca de uma empresa.
No dia da apresentação da Gaviões, a Liga chegou a considerar a hipótese de tirar pontos da escola também pela exibição do escudo do Corinthians. Porém, a agremiação apresentou uma liminar que permitia a prática.
Apuração
Torcedores compareceram ao sambódromo e acompanharam a apuração cantando o hino do time de costas para os integrantes da mesa apuradora. Indignados por não terem recebido nenhuma nota dez nos primeiros seis quesitos anunciados, os diretores convocaram a torcida a sair.
"Nossos carros eram luxuosos, não tinha como perder pontos", disse Rocha Júnior. Na saída, alguns torcedores tentaram interditar a marginal Tietê, mas foram impedidos pela polícia.
"Estamos indo embora porque temos vergonha na cara. Fomos roubados. Nós fizemos um Carnaval lindo e maravilhoso para termos umas notas dessas", disse a diretora de harmonia Rosa Maria Lopes, ao deixar o sambódromo.
"A Gaviões está abandonando o Carnaval de São Paulo. Sofremos o ano todo uma exclusão. Para o nosso povo é triste, mas não vamos ficar num lugar onde a gente vai tirar sempre nove e nunca vai ser reconhecido", disse Rocha Júnior na apuração.
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O presidente da Gaviões da Fiel, Wellington Rocha Júnior, afirmou nesta quinta-feira que a escola estuda a possibilidade de recorrer à Justiça para reverter o resultado da apuração das notas do Carnaval paulista deste ano. Ontem (1º), ele anunciou que a agremiação não irá mais desfilar.
Keiny Andrade/Folha Imagem |
A Gaviões, durante o desfile no Sambódromo do Anhembi |
Somando apenas 283,25 pontos dos 300 possíveis, a Gaviões ficou em último lugar e foi rebaixada para o Grupo de Acesso ao lado das escolas Acadêmicos do Tatuapé, Leandro de Itaquera e Camisa Verde e Branco. Império de Casa Verde foi a campeã, com 298,25 pontos.
Rocha Júnior disse nesta quinta que a Gaviões só volta a competir em São Paulo se a Liga Independente das Escolas de Samba reconhecer que houve problemas e mantiver a escola no Grupo Especial. O afastamento anunciado ontem ocorreu em repúdio ao tratamento dado pela Liga à escola.
Por telefone, a reportagem não conseguiu encontrar representantes da Liga para comentar as condições da Gaviões para voltar ao Carnaval.
Embates
Os problemas entre a agremiação e a Liga começaram em 2005, quando a Gaviões --oriunda da torcida organizada homônima do Corinthians-- venceu no Grupo de Acesso e reconquistou o direito de desfilar pelo Grupo Especial, considerado a elite da competição.
Como ela desfilaria ao lado de outra agremiação oriunda de uma torcida, a Mancha Verde, ligada ao Palmeiras, a Liga recorreu a um dispositivo do regulamento vigente para determinar que ambas competissem entre si, na categoria Grupo Especial das Escolas da Samba Esportivas.
Para obter na Justiça o direito de concorrer ao título de campeã do Carnaval, a Gaviões diz ter investido, ao todo, R$ 80 mil. Semanas antes dos desfiles, uma decisão liminar garantiu à escola o direito de desfilar ao lado das demais integrantes do Grupo Especial e de concorrer com elas.
Para a avenida, a escola levou o enredo "Asas da Imaginação", que falava sobre o anseio de vôo do homem. Teriam sido investidos R$ 2 milhões.
Punição
Um dia antes da apuração, a escola recebeu a notícia de que havia sido punida com a perda de quatro pontos por ter ultrapassado em um minuto e dez segundos o tempo máximo de desfile; e por ter exposto no gerador a marca de uma empresa.
No dia da apresentação da Gaviões, a Liga chegou a considerar a hipótese de tirar pontos da escola também pela exibição do escudo do Corinthians. Porém, a agremiação apresentou uma liminar que permitia a prática.
Apuração
Torcedores compareceram ao sambódromo e acompanharam a apuração cantando o hino do time de costas para os integrantes da mesa apuradora. Indignados por não terem recebido nenhuma nota dez nos primeiros seis quesitos anunciados, os diretores convocaram a torcida a sair.
"Nossos carros eram luxuosos, não tinha como perder pontos", disse Rocha Júnior. Na saída, alguns torcedores tentaram interditar a marginal Tietê, mas foram impedidos pela polícia.
"Estamos indo embora porque temos vergonha na cara. Fomos roubados. Nós fizemos um Carnaval lindo e maravilhoso para termos umas notas dessas", disse a diretora de harmonia Rosa Maria Lopes, ao deixar o sambódromo.
"A Gaviões está abandonando o Carnaval de São Paulo. Sofremos o ano todo uma exclusão. Para o nosso povo é triste, mas não vamos ficar num lugar onde a gente vai tirar sempre nove e nunca vai ser reconhecido", disse Rocha Júnior na apuração.
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