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11/03/2006 - 15h21

Operação do Exército no Rio inicia fase mais "seletiva e direcionada", diz CML

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JANAINA LAGE
da Folha Online, no Rio

O porta-voz do CML (Comando Militar do Leste), tenente-coronel Munir el Mohi, afirmou neste sábado que a operação do Exército em morros do Rio de Janeiro iniciou uma nova fase mais "seletiva e direcionada".

O Exército busca dez fuzis FAL e uma pistola roubados de um quartel em São Cristóvão (zona norte) no último dia 3.

Segundo Mohi, a mudança foi motivada pelo cruzamento de informações do Disque-Denúncia e de outras fontes. Com base neste cenário, o Exército pretende focar a operação nas áreas onde podem estar escondidos os autores do roubo ou possíveis locais onde as armas podem ter sido levadas.

Além disso, o Exército pretende manter a operação nas áreas onde tem enfrentado resistência armada, como no morro da Providência.

Segundo Mohi, não haverá redução do efetivo. Atualmente, o Exército trabalha com cerca de 1.500 homens, incluindo os que estão em operação e em quartéis.

O Exército voltou a afirmar que só concluirá a operação depois que as armas forem encontradas. "Estas armas foram adquiridas para defender a nação. Não podemos permitir que sejam retiradas e usadas contra a nação."

O tenente-coronel refutou as críticas de excessos por parte do Exército e afirmou que os soldados têm se preocupado com o respeito aos direitos humanos.

Tiroteio

A troca de tiros entre homens do Exército e traficantes na manhã de hoje no morro da Providência terminou sem feridos, segundo o CML.

Na noite de ontem, um garoto de 11 anos foi baleado em um tiroteio na Providência. Segundo a polícia, ele foi atingido no braço e o caso registrado na 4ª DP (Central do Brasil).

Outros tiroteios, na manhã desta sexta-feira, deixaram três pessoas feridas. Um bebê com apenas 26 dias de vida foi ferido na cabeça pelos estilhaços de um disparo. Ele obteve alta ontem à tarde e passa bem. Os outros dois feridos, uma mulher e um homem, também já tiveram alta.

De acordo com o CML, os problemas no morro começaram quando cerca de 50 soldados foram agredidos por moradores, na maioria mulheres e crianças. Os militares, então, atiraram para o alto para dispersar a manifestação.

Com o barulho dos tiros, traficantes que estavam no morro do Pinto, em frente ao morro da Providência, atiraram na direção aos militares. O tiroteio durou cerca de duas horas.

Durante a operação, quatro pessoas foram presas em uma casa, onde também foram apreendidos 10 kg de cocaína, uma farda camuflada do Exército e radiotransmissores.

Ocupação

No total, dez morros e favelas foram ocupados pelo Exército desde o dia 4. Ontem, os militares estenderam as ocupações ao morro do Pinto, anexo ao morro da Providência, onde confrontos entre as tropas e criminosos têm sido constantes.

Na noite de terça (7), enquanto os militares ocupavam a favela da Metral, outros saíram das favelas Vila dos Pinheiros e Caju. Na noite de quinta (9), os militares saíram do Dendê e do Jardim América.

Na quarta (8), o Exército fixou bloqueios nas principais rodovias de acesso ao Rio --como Dutra, BR-040, Rio-Santos e ponte Rio-Niterói. Nesta sexta, porém, os bloqueios foram substituídos por blitze eventuais.

Roubo

O roubo das armas ocorreu na madrugada de sexta passada (3). Sete homens vestindo roupas camufladas e toucas ninja invadiram o ECT (Estabelecimento Central de Transportes), renderam e agrediram soldados responsáveis pela guarda e roubaram armas que estavam em armários.

Um inquérito policial militar foi instaurado após o roubo. Para realizar a operação em busca das armas, o Exército obteve mandados de busca na Justiça Militar.

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