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16/03/2006 - 16h34

Ex-militar ia negociar armas roubadas com o tráfico, diz promotoria

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da Folha Online

O ex-cabo do Exército Joelson Basílio da Silva, preso na quarta-feira (15) suspeito de envolvimento no roubo de fuzis e de uma pistola de um quartel em São Cristóvão (zona norte do Rio), confessou em depoimento à Justiça que pretendia negociar as armas com facções criminosas.

De acordo com o Ministério Público Militar, Silva confessou ter participado do roubo e planejado negociar os dez fuzis e a pistola roubados no último dia 3 com facções criminosas que comandam o tráfico de drogas. Silva é apontado pela promotoria como mentor do roubo.

Flávio Florido/Folha Imagem
Exército apresenta armas recuperadas no Rio de Janeiro
Exército apresenta armas recuperadas no Rio de Janeiro
Ele ainda apontou o envolvimento do ex-soldado Carlos Leandro de Souza e de outras cinco pessoas no crime. Os ex-militares estão presos em caráter temporário --por ao menos cinco dias.

Os civis supostamente envolvidos foram identificados por Silva apenas por apelidos. Eles ainda deverão ser localizados. Todos viveriam na favela Nova Brasília, no complexo do Alemão.

Inicialmente, o Exército informou que sete pessoas participaram do ataque ao quartel, mas esse número pode chegar a cerca de 20.

Durante a operação na favela da Rocinha (zona sul do Rio) que, de acordo com o CML (Comando Militar do Leste), culminou no encontro do armamento roubado, o ex-cabo Leandro Saturnino foi preso com armas supostamente desviadas das Forças Armadas.

Porém, ao menos inicialmente, a prisão dele não está ligada ao roubo do quartel.

Armas

O CML informou na noite de terça-feira (14) ter localizado o armamento. De acordo com o Exército, as armas estavam em uma trilha próxima à estrada das Canoas, em São Conrado, junto à favela da Rocinha.

Reportagem publicada pela Folha revelou que as armas estavam em poder do CML desde o último domingo (12), resultado de uma negociação sigilosa entre o Exército e integrantes da facção criminosa Comando Vermelho.

Em troca, os militares concordaram em retirar as tropas das favelas; em apresentar as armas como se tivessem sido achadas em uma favela sob o domínio da facção inimiga, a ADA (Amigos dos Amigos), e em transferir um líder do CV de presídio. O Exército nega o acordo.

Na quarta-feira (15), o secretário da Segurança do Rio, Marcelo Itagiba, e o chefe de Estado Maior do CML, general Hélio de Macedo, evitaram dar detalhes sobre a forma como as armas foram encontradas.

Itagiba disse que elas foram encontradas após denúncia e trabalho do setor de inteligência. "Mas vamos preservar a fonte porque a investigação não chegou ao fim", disse.

Sobre o fato de todas as armas terem sido encontradas em um mesmo local, o general afirmou que podem ter sido abandonadas para que os ladrões não fossem pegos em flagrante. "Provavelmente as armas foram abandonadas. Isso [a operação Asfixia] causou prejuízo em várias comunidades nas atividades ilegais. Provavelmente o prejuízo levou a esta entrega", afirmou Macedo.

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