19/03/2006 - 23h04

Exército deve se preocupar mais com corrupção interna, diz coronel

da Folha Online

Após o roubo de dez fuzis e uma pistola do Estabelecimento Central de Transportes, em São Cristóvão (zona norte do Rio), o coronel Fernando da Graça Lemos, assessor de imprensa do CML (Comando Militar do Leste), disse que o Exército aprendeu que precisa ter mais cuidado com a corrupção interna.

O CML informou na terça-feira (14) que as armas foram encontradas em uma trilha em São Conrado, perto da favela da Rocinha. Dois ex-militares confessaram ter participado do roubo, de acordo com o Ministério Público Militar.

"A coisa mais difícil do mundo é você enfrentar o inimigo interno. São soldados que estão dentro do quartel, conhecem todas as regras de segurança", disse o coronel em entrevista à Rádio Nacional AM.

Reportagem publicada na última quarta-feira (15) pela Folha revelou que os dez fuzis e a pistola roubados só foram recuperados pelo Exército depois de um acordo com o CV (Comando Vermelho).

O Exército se comprometeu a deixar as favelas ocupadas e em troca recebeu o armamento de volta, mas declarou oficialmente que as armas foram localizadas próximo à Rocinha, onde o tráfico é controlado pela facção ADA (Amigos dos Amigos), rival do CV. O acordo também será investigado pelo Ministério Público Militar.

Roubo

Sete homens vestindo roupas camufladas e toucas ninja invadiram o ECT (Estabelecimento Central de Transportes), renderam e agrediram soldados responsáveis pela guarda e roubaram armas que estavam em armários.

Um inquérito policial militar foi instaurado após o roubo. Para realizar a operação em busca das armas, o Exército obteve mandados de busca na Justiça Militar.

Com Agência Brasil

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