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31/03/2006 - 20h52

Cinco cidades da Baixada Santista têm aumento nos casos de dengue

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MARIANA CAMPOS
da Agência Folha, em Guarujá
THIAGO REIS
da Agência Folha

Cinco municípios da Baixada Santista registraram de janeiro a março deste ano um aumento de casos de dengue em relação ao mesmo período de 2005. Apenas em Santos houve decréscimo. Já são 521 pessoas com a doença confirmada no litoral sul de São Paulo. Em 2005, eram 192.

No Guarujá, houve, até terça, 156 casos confirmados --26 vezes o registro do primeiro trimestre do ano passado (seis). Nesta semana, uma mulher de 40 anos morreu na cidade com suspeita de dengue hemorrágica. A doença não foi confirmada, mas a população reclama que os casos estão sendo abafados.

A diretora da Vigilância em Saúde, Sandra Furquim, nega que a secretaria esteja "mascarando" os casos de dengue. Segundo ela, há 818 casos notificados ainda em análise porque a confirmação só pode ser feita pelo Adolfo Lutz e há, como no resto do país, falta de kits para a validação.

Segundo Furquim, o aumento de casos em 2006 se deve ao verão bem característico. "De dia fazia sol, temperatura muito forte; já de noite, chovia. Então, havia água parada e limpa."

Em São Vicente, outra cidade em que os casos ultrapassaram em dez vezes os do ano passado (são 141 contra 11), o coordenador do programa de dengue, Marcus Vinícius Rodrigues dos Santos, afirma que parte da culpa é da própria população.

"As pessoas não têm colaborado, não dão continuidade ao trabalho dos agentes. Há bairros na cidade em que mais de 50% dos moradores se recusam a abrir a porta."

A população diz ainda que não há um trabalho de fumacê sendo feito pelas administrações. Furquim diz que a ação na atual situação serviria só como "fator psicológico". "A ação química não adianta nesse caso, pois só fortalece o mosquito."

Santos concorda. "O hábito do Aedes aegypti é intradomicílio, e a fumaça é jogada por fora. Pode causar problemas para as pessoas com bronquite. O ministério diz ter feito os testes e o aprova. Acho que ele [fumacê] não atingiu o objetivo em relação à dengue."

O Ministério da Saúde diz que o fumacê é apenas uma das armas na luta contra dengue e que só é usado quando há alta infestação de mosquitos adultos. Em Cubatão, Bertioga e Praia Grande, também houve aumento de casos. Em Santos, o número caiu de 172 para 88 neste ano. Em Mongaguá, Itanhaém e Peruíbe, não há registros.

Família doente

A dona-de-casa Alvina Rey Cota Paixão, 47, que mora na Enseada (Guarujá), diz que pegou dengue na última semana. Além dela, seu marido, Luis Carlos Paixão, 48, e sua mãe, Carmen Rey Cota, 69, também ficaram doentes nos últimos 15 dias. "Aqui na rua todo mundo teve. Não pula uma casa."

Ela acha que os números são distorcidos da realidade porque muitas pessoas não procuram atendimento médico, por já saber como tratar a doença e para evitar enfrentar as filas. A reportagem esteve nesta sexta-feira no posto de saúde da rodoviária, no Guarujá. Entre as seis pessoas entrevistadas, cinco estavam com suspeita de dengue.

A vendedora Maria Lucia de Andrade, 52, disse que estava se sentindo mal, com febre, dores pelo corpo e vômitos. "O remédio é que está me deixando de pé. Eu estou nessa fila há mais de uma hora", afirmou. Ela foi buscar o resultado do exame para poder confirmar a doença.

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