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11/04/2006
-
09h06
LAURA CAPRIGLIONE
da Folha de S.Paulo
"Um verdadeiro mal-entendido." Assim o advogado Denivaldo Barni, tutor legal de Suzane von Richthofen, explicou sua participação na reportagem do "Fantástico" exibida neste domingo. No programa, Barni aparece orientando Suzane a chorar, no que seria uma manobra para encerrar a entrevista que ela concedia ao programa.
Segundo Barni, ele não se referia a chorar para encerrar a entrevista, mas, sim, a chorar para conseguir ajuda alimentícia e de moradia do irmão dela, Andreas von Richthofen.
"Como o senhor explica a gravação do "Fantástico", doutor Barni?"
"Se alguém puder me lembrar...", pede ele aos jornalistas que o entrevistavam na porta do 89º DP, onde ele foi acompanhar Suzane, que se entregou à Justiça às 19h40, depois da decretação de sua prisão preventiva.
Os jornalistas relembram: "O senhor pediu para ela chorar..."
"Pro irmão. Pedi para ela chorar para o irmão. Pra pedir moradia pro irmão. Eu disse: "Suzane, está na hora de você chorar para o seu irmão, ficar de joelhos, pedir moradia". Ela quer residir no imóvel onde residia sua avó paterna. O irmão vem negando. O irmão é maior de idade, é o atual inventariante. Entendemos que ele não vem administrando bem os imóveis.
Na mesma conversa que se prolongou [eu disse]: "Suzane, está na hora de você pleitear, ajoelhar-se diante do seu irmão". Ela tem direito a essa moradia. É uma menina sozinha hoje, jogada pela vida, sem alimentos, sem moradia, sem nada, sem nada."
Questionado se sua fala tinha sido manipulada pela edição do programa "Fantástico", o advogado não quis responder. Preferiu continuar falando sobre as dificuldades de sua cliente.
"Desde que entrou no sistema [carcerário], Suzane não recebeu nenhuma ajuda do irmão ou da avó materna. Ela não tem direito a moradia, o irmão vem negando sistematicamente qualquer ajuda nesse sentido, a despeito dos vários pedidos que tramitam. O irmão nega alimentos para ela e paga caseiros para tomar conta do sítio, dos imóveis, para sustentar cachorros. Tem imóveis que estão abandonados, então Suzane tem direito a ter, no mínimo, a moradia", disse Barni.
Sobre o suposto "mal-entendido" na reportagem, a Central Globo de Comunicação disse que "o público viu exatamente o que foi feito". A Folha não conseguiu localizar ontem o irmão de Suzane, Andreas von Richthofen.
Gastrite nervosa
Segundo o advogado, Suzane não assistiu ao programa, mas ficou sabendo do conteúdo dele ainda no domingo. Juntando isso ao que chamou de "maratona" de entrevistas (Suzane falou à revista "Veja", além de ao "Fantástico"), o resultado, disse Barni, foi uma crise de gastrite nervosa que levou a garota ao hospital, às 10h de ontem. "Levamos a Suzane, ela recebeu medicamento, soro, dormiu a tarde toda e saiu por volta das 16h. Ainda agora ela está um pouquinho grogue."
Denivaldo Barni descreveu a reação de Suzane von Richthofen ao receber a notícia de que voltaria para a prisão: "Ela ficou desesperada, abalada, chorando muito com minha esposa".
O advogado não quis comentar um eventual erro na estratégia da defesa, ao conceder as entrevistas aos dois veículos: "Por quê? Eu não sei. Perguntem aos advogados que cuidam da parte criminal", esquivou-se.
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"Um verdadeiro mal-entendido." Assim o advogado Denivaldo Barni, tutor legal de Suzane von Richthofen, explicou sua participação na reportagem do "Fantástico" exibida neste domingo. No programa, Barni aparece orientando Suzane a chorar, no que seria uma manobra para encerrar a entrevista que ela concedia ao programa.
Segundo Barni, ele não se referia a chorar para encerrar a entrevista, mas, sim, a chorar para conseguir ajuda alimentícia e de moradia do irmão dela, Andreas von Richthofen.
"Como o senhor explica a gravação do "Fantástico", doutor Barni?"
"Se alguém puder me lembrar...", pede ele aos jornalistas que o entrevistavam na porta do 89º DP, onde ele foi acompanhar Suzane, que se entregou à Justiça às 19h40, depois da decretação de sua prisão preventiva.
Os jornalistas relembram: "O senhor pediu para ela chorar..."
"Pro irmão. Pedi para ela chorar para o irmão. Pra pedir moradia pro irmão. Eu disse: "Suzane, está na hora de você chorar para o seu irmão, ficar de joelhos, pedir moradia". Ela quer residir no imóvel onde residia sua avó paterna. O irmão vem negando. O irmão é maior de idade, é o atual inventariante. Entendemos que ele não vem administrando bem os imóveis.
Na mesma conversa que se prolongou [eu disse]: "Suzane, está na hora de você pleitear, ajoelhar-se diante do seu irmão". Ela tem direito a essa moradia. É uma menina sozinha hoje, jogada pela vida, sem alimentos, sem moradia, sem nada, sem nada."
Questionado se sua fala tinha sido manipulada pela edição do programa "Fantástico", o advogado não quis responder. Preferiu continuar falando sobre as dificuldades de sua cliente.
"Desde que entrou no sistema [carcerário], Suzane não recebeu nenhuma ajuda do irmão ou da avó materna. Ela não tem direito a moradia, o irmão vem negando sistematicamente qualquer ajuda nesse sentido, a despeito dos vários pedidos que tramitam. O irmão nega alimentos para ela e paga caseiros para tomar conta do sítio, dos imóveis, para sustentar cachorros. Tem imóveis que estão abandonados, então Suzane tem direito a ter, no mínimo, a moradia", disse Barni.
Sobre o suposto "mal-entendido" na reportagem, a Central Globo de Comunicação disse que "o público viu exatamente o que foi feito". A Folha não conseguiu localizar ontem o irmão de Suzane, Andreas von Richthofen.
Gastrite nervosa
Segundo o advogado, Suzane não assistiu ao programa, mas ficou sabendo do conteúdo dele ainda no domingo. Juntando isso ao que chamou de "maratona" de entrevistas (Suzane falou à revista "Veja", além de ao "Fantástico"), o resultado, disse Barni, foi uma crise de gastrite nervosa que levou a garota ao hospital, às 10h de ontem. "Levamos a Suzane, ela recebeu medicamento, soro, dormiu a tarde toda e saiu por volta das 16h. Ainda agora ela está um pouquinho grogue."
Denivaldo Barni descreveu a reação de Suzane von Richthofen ao receber a notícia de que voltaria para a prisão: "Ela ficou desesperada, abalada, chorando muito com minha esposa".
O advogado não quis comentar um eventual erro na estratégia da defesa, ao conceder as entrevistas aos dois veículos: "Por quê? Eu não sei. Perguntem aos advogados que cuidam da parte criminal", esquivou-se.
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