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04/05/2006
-
10h41
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
O julgamento de Antonio Pimenta Neves, 69, réu confesso da morte da ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide--, em 2000, foi retomado por volta das 10h desta quinta-feira, no fórum de Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), com o depoimento de testemunhas.
Inicialmente, estavam previstos os depoimentos de cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa. Porém, há possibilidade de apenas sete serem ouvidas. Nesta quinta, a sessão foi aberta com o depoimento de João Gomide, pai de Sandra. Ele não via Pimenta Neves desde o crime.
Depois dos depoimentos, ocorrerá a fase de debates entre a defesa e a acusação. A expectativa é que a sentença seja conhecida na noite desta quinta. O júri é composto por quatro mulheres e três homens.
Pimenta Neves pode ser condenado a uma pena entre 12 e 30 anos, segundo o Ministério Público. Caso isso ocorra, seus advogados irão recorrer. Na terça-feira (2), o Tribunal de Justiça negou o pedido antecipado da defesa para que ele, mesmo condenado, recorra da decisão em liberdade.
Ao contrário do primeiro dia da audiência, quando Pimenta Neves entrou pela porta da frente, sob gritos de "assassino", nesta quinta ele entrou pelos fundos, no carro dos advogados.
Primeiro dia
O júri começou por volta das 9h de quarta (3) --após várias tentativas de adiamento feitas pela defesa--, e foi suspenso por volta das 23h.
O primeiro dia do julgamento foi marcado pelo silêncio do jornalista durante interrogatório. Questionado pelo juiz Diego Ferreira Mendes se queria se defender da denúncia de homicídio duplamente qualificado --motivo torpe e recurso que impossibilitou defesa da vítima--, ele disse que preferia "não se manifestar".
Pimenta Neves, ex-diretor de redação do jornal "O Estado de S.Paulo", tem o direito constitucional de não se manifestar mesmo na Justiça.
Para o Ministério Público Estadual, a decisão favoreceu a acusação. "Se ele não fala depois de seis anos, ele confessa que assassinou da maneira que está na denúncia, ou seja, de maneira torpe [por ciúme] e sem possibilitar defesa", disse o assistente de acusação, Sergei Cobra, em referência às qualificações do homicídio que Pimenta Neves é acusado de ter cometido.
Essa foi a segunda vez que Pimenta Neves se recusou a falar sobre o crime à Justiça. Em 2000, durante a fase inicial do processo criminal, ele afirmou que estava "confuso" e não tinha condições de falar durante uma audiência.
O depoimento mais longo de Pimenta Neves foi dado à polícia, também em 2000, quando afirmou que foi traído "pessoalmente e profissionalmente" por Sandra.
A defesa do jornalista alega que ele agiu sob forte emoção e não premeditou o assassinato.
Jurados
No final da audiência, o ânimo dos sete jurados --quatro mulheres e três homens-- tornou-se decisivo para validar o julgamento. Caso alguém do grupo demonstrasse cansaço excessivo, estresse ou sono, o fato poderia ser usado pela defesa como argumento para pedir a anulação do júri, devido à impossibilidade dos jurados de opinar com isenção.
Em uma demonstração de que pretende colher provas para pedir a anulação do júri, os advogados do jornalista mantêm uma assistente na platéia instruída a observar o comportamento dos jurados ininterruptamente.
Crime
O crime ocorreu no dia 20 de agosto de 2000, em um haras. Sandra Gomide, à época com 32 anos, foi atingida por dois tiros: um nas costas e outro no ouvido.
O jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
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da Folha de S.Paulo
O julgamento de Antonio Pimenta Neves, 69, réu confesso da morte da ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide--, em 2000, foi retomado por volta das 10h desta quinta-feira, no fórum de Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), com o depoimento de testemunhas.
Inicialmente, estavam previstos os depoimentos de cinco testemunhas de acusação e quatro de defesa. Porém, há possibilidade de apenas sete serem ouvidas. Nesta quinta, a sessão foi aberta com o depoimento de João Gomide, pai de Sandra. Ele não via Pimenta Neves desde o crime.
Caio Guatelli/Folha Imagem |
Pimenta Neves no fórum de Ibiúna, onde ocorre julgamento |
Depois dos depoimentos, ocorrerá a fase de debates entre a defesa e a acusação. A expectativa é que a sentença seja conhecida na noite desta quinta. O júri é composto por quatro mulheres e três homens.
Pimenta Neves pode ser condenado a uma pena entre 12 e 30 anos, segundo o Ministério Público. Caso isso ocorra, seus advogados irão recorrer. Na terça-feira (2), o Tribunal de Justiça negou o pedido antecipado da defesa para que ele, mesmo condenado, recorra da decisão em liberdade.
Ao contrário do primeiro dia da audiência, quando Pimenta Neves entrou pela porta da frente, sob gritos de "assassino", nesta quinta ele entrou pelos fundos, no carro dos advogados.
Primeiro dia
O júri começou por volta das 9h de quarta (3) --após várias tentativas de adiamento feitas pela defesa--, e foi suspenso por volta das 23h.
O primeiro dia do julgamento foi marcado pelo silêncio do jornalista durante interrogatório. Questionado pelo juiz Diego Ferreira Mendes se queria se defender da denúncia de homicídio duplamente qualificado --motivo torpe e recurso que impossibilitou defesa da vítima--, ele disse que preferia "não se manifestar".
Pimenta Neves, ex-diretor de redação do jornal "O Estado de S.Paulo", tem o direito constitucional de não se manifestar mesmo na Justiça.
Para o Ministério Público Estadual, a decisão favoreceu a acusação. "Se ele não fala depois de seis anos, ele confessa que assassinou da maneira que está na denúncia, ou seja, de maneira torpe [por ciúme] e sem possibilitar defesa", disse o assistente de acusação, Sergei Cobra, em referência às qualificações do homicídio que Pimenta Neves é acusado de ter cometido.
Essa foi a segunda vez que Pimenta Neves se recusou a falar sobre o crime à Justiça. Em 2000, durante a fase inicial do processo criminal, ele afirmou que estava "confuso" e não tinha condições de falar durante uma audiência.
O depoimento mais longo de Pimenta Neves foi dado à polícia, também em 2000, quando afirmou que foi traído "pessoalmente e profissionalmente" por Sandra.
A defesa do jornalista alega que ele agiu sob forte emoção e não premeditou o assassinato.
Jurados
No final da audiência, o ânimo dos sete jurados --quatro mulheres e três homens-- tornou-se decisivo para validar o julgamento. Caso alguém do grupo demonstrasse cansaço excessivo, estresse ou sono, o fato poderia ser usado pela defesa como argumento para pedir a anulação do júri, devido à impossibilidade dos jurados de opinar com isenção.
Em uma demonstração de que pretende colher provas para pedir a anulação do júri, os advogados do jornalista mantêm uma assistente na platéia instruída a observar o comportamento dos jurados ininterruptamente.
Crime
O crime ocorreu no dia 20 de agosto de 2000, em um haras. Sandra Gomide, à época com 32 anos, foi atingida por dois tiros: um nas costas e outro no ouvido.
O jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
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