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04/05/2006 - 17h34

Suspeitas de envolvimento de Belo com o tráfico surgiram em 2002

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da Folha Online

O juiz Carlos Eduardo Carvalho Figueiredo, da VEP (Vara de Execuções Penais) do Rio, deferiu nesta quinta-feira o pedido para que o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, deixe o presídio durante o dia para trabalhar. Condenado por envolvimento com o tráfico de drogas, o pagodeiro conseguiu em março a progressão do regime fechado para o semi-aberto.

As suspeitas de envolvimento do cantor com traficantes surgiram a partir de grampos, autorizados pela Justiça, em abril de 2002.

Os grampos revelaram conversas entre o cantor e Waldir Ferreira, o Vado, apontado pela polícia como gerente do tráfico na favela do Jacarezinho (zona norte do Rio). Vado foi morto em agosto de 2002, durante confronto com policiais militares na favela.

Nas conversas telefônicas interceptadas, o traficante pede R$ 11 mil para comprar um "tecido fino". Em troca, daria um "tênis AR" para Belo. Para a polícia, o "tecido fino" é cocaína e o tênis, um fuzil AR-15.

Belo teve a prisão preventiva decretada. O cantor se entregou à polícia em 5 de junho de 2002, após passar uma semana foragido. Ele ficou detido na carceragem da Delegacia Anti-Seqüestro no Leblon, zona sul do Rio, por cerca de um mês, até ser beneficiado por um habeas corpus concedido pelo então presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Marco Aurélio de Mello.
Folha Imagem
O cantor Belo
O cantor Belo


No final de 2002, Belo foi condenado pela 34ª Vara Criminal do TJ (Tribunal de Justiça) do Rio a seis anos de prisão pelos crimes de tráfico e de associação para o tráfico de drogas.

O resultado só foi divulgado em janeiro de 2003, porque o TJ estava em recesso. Na decisão, a Justiça determinou que Belo recorresse em liberdade.

O Ministério Público, então, apresentou recurso e os desembargadores da 8ª Câmara Criminal do TJ do Rio aumentaram a pena do cantor para oito anos e expediram novo mandado de prisão, em dezembro de 2003.

Na ocasião, o desembargador Flávio Magalhães afirmou que Belo teve a pena aumentada por "sua conduta censurável ter repercutido de forma desfavorável nos admiradores adolescentes".

Enquanto estava foragido, Belo reconheceu, pela primeira vez, que era sua a voz registrada na conversa telefônica com o traficante Vado. O cantor gravou um vídeo no qual disse ter negado, em um primeiro momento, a conversa com Vado por orientação de seus advogados no início do processo.

Rio

Em janeiro de 2004, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) concedeu liminar em habeas corpus para que Belo respondesse ao processo em liberdade até o julgamento do mérito (decisão definitiva). Com isso, Belo também foi proibido de se ausentar do município do Rio para qualquer atividade.

A defesa do cantor entrou com recurso no STJ e pediu para que Belo pudesse fazer shows no interior do Rio e em São Paulo, mas teve o pedido negado. O cantor, então, fez novo pedido de reconsideração ao STJ, que, em março, negou o recurso.

No dia 4 de novembro de 2004, por unanimidade, o cantor foi condenado a oito anos de prisão, em regime fechado, por tráfico de drogas e associação para o tráfico. A decisão é da 8ª Câmara Criminal do TJ do Rio, que, na ocasião, expediu novo mandado de prisão contra o cantor.

Belo foi preso no dia seguinte em sua casa, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio. Segundo a polícia, o cantor estava escondido em um fundo falso de um quarto da casa.

O cantor foi levado para a Polinter e, inicialmente, para o presídio Ary Franco. Depois, Belo foi transferido para o presídio Evaristo de Moraes e, no final de março de 2005, voltou para o Ary Franco.

A transferência ocorreu após agentes encontrarem um celular e um videogame na cela que Belo dividia com outros quatro presos. Segundo a Secretaria da Administração Penitenciária, não é possível afirmar se algum dos objetos pertencia ao cantor.

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