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05/05/2006
-
01h55
GABRIELA MANZINI
enviada especial da Folha Online a Ibiúna
O juiz Diego Ferreira Mendes suspendeu por volta da 1h10 desta sexta-feira o julgamento do jornalista Antonio Pimenta Neves, 69, réu confesso da morte da ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide. O júri popular deve ser retomando nesta manhã, às 11h, no fórum de Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), onde o crime ocorreu em 2000.
O julgamento foi suspenso logo após os debates entre os advogados de defesa e acusação e deve prosseguir na manhã de hoje com a réplica e a tréplica, que devem durar por cerca de meia hora cada um.
Nesta quinta-feira, segundo dia de julgamento, foram ouvidas oito testemunhas --três de acusação e cinco de defesa. Os depoimentos ocorreram entre 10h e 19h. Em seguida, aconteceram os debates entre os advogados e promotores do caso, que ocorreram sob sigilo de Justiça.
O primeiro depoimento do dia foi o do pai de Sandra Gomide, João Gomide, que disse que a filha era agredida verbalmente por Pimenta Neves e que teria sido agredida também fisicamente. Ele falou, ainda, que o jornalista era arrogante.
O juiz Diego Ferreira Mendes ouviu ainda Deomar Setti, dono do haras onde ocorreu o crime. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, Marlei Setti --também dona do haras-- foi ouvida como testemunha de juízo, a pedido da acusação e aceito pela defesa.
O principal depoimento da defesa foi o do psiquiatra Marcos Pacheco, que avaliou Pimenta Neves após o crime. Ele disse que a morte de Sandra "não foi premeditada" e que, após ter atirado na ex-namorada, "a vida do jornalista se desorganizou" e ele passou a apresentar sintomas de estresse agudo ou pós-traumático.
Foram ouvidos ainda Isabel Pimenta, irmã de Pimenta Neves, os jornalistas Maria Luisa Pastore Gonzales, Íris Valquíria Campos e Roberto Müller --pai do casal de advogados de defesa, Ilana e Frederico Müller. Todos disseram que Pimenta Neves é ético e que demonstrou abatimento pouco antes do crime.
Os jornalistas tentaram desqualificar o caráter de Sandra e sua conduta ética, acusando-a de vender uma matéria para um veículo concorrente.
Ao término dos depoimentos, João Gomide disse que as testemunhas apresentadas pelos advogados de Pimenta Neves eram "compradas" e "mentirosas". Ele lamentou que os debates entre os advogados e os promotores ocorreram sob sigilo de justiça e disse estar "preocupado" com a condenação.
Crime
O crime ocorreu no dia 20 de agosto de 2000, em um haras. Sandra Gomide, à época com 32 anos, foi atingida por dois tiros: um nas costas e outro no ouvido.
Ex-diretor de Redação do jornal "O Estado de S.Paulo", o jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
Com Agora e Folha de S.Paulo
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O juiz Diego Ferreira Mendes suspendeu por volta da 1h10 desta sexta-feira o julgamento do jornalista Antonio Pimenta Neves, 69, réu confesso da morte da ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide. O júri popular deve ser retomando nesta manhã, às 11h, no fórum de Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo), onde o crime ocorreu em 2000.
O julgamento foi suspenso logo após os debates entre os advogados de defesa e acusação e deve prosseguir na manhã de hoje com a réplica e a tréplica, que devem durar por cerca de meia hora cada um.
Nesta quinta-feira, segundo dia de julgamento, foram ouvidas oito testemunhas --três de acusação e cinco de defesa. Os depoimentos ocorreram entre 10h e 19h. Em seguida, aconteceram os debates entre os advogados e promotores do caso, que ocorreram sob sigilo de Justiça.
O primeiro depoimento do dia foi o do pai de Sandra Gomide, João Gomide, que disse que a filha era agredida verbalmente por Pimenta Neves e que teria sido agredida também fisicamente. Ele falou, ainda, que o jornalista era arrogante.
O juiz Diego Ferreira Mendes ouviu ainda Deomar Setti, dono do haras onde ocorreu o crime. Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça, Marlei Setti --também dona do haras-- foi ouvida como testemunha de juízo, a pedido da acusação e aceito pela defesa.
O principal depoimento da defesa foi o do psiquiatra Marcos Pacheco, que avaliou Pimenta Neves após o crime. Ele disse que a morte de Sandra "não foi premeditada" e que, após ter atirado na ex-namorada, "a vida do jornalista se desorganizou" e ele passou a apresentar sintomas de estresse agudo ou pós-traumático.
Foram ouvidos ainda Isabel Pimenta, irmã de Pimenta Neves, os jornalistas Maria Luisa Pastore Gonzales, Íris Valquíria Campos e Roberto Müller --pai do casal de advogados de defesa, Ilana e Frederico Müller. Todos disseram que Pimenta Neves é ético e que demonstrou abatimento pouco antes do crime.
Os jornalistas tentaram desqualificar o caráter de Sandra e sua conduta ética, acusando-a de vender uma matéria para um veículo concorrente.
Ao término dos depoimentos, João Gomide disse que as testemunhas apresentadas pelos advogados de Pimenta Neves eram "compradas" e "mentirosas". Ele lamentou que os debates entre os advogados e os promotores ocorreram sob sigilo de justiça e disse estar "preocupado" com a condenação.
Crime
O crime ocorreu no dia 20 de agosto de 2000, em um haras. Sandra Gomide, à época com 32 anos, foi atingida por dois tiros: um nas costas e outro no ouvido.
Ex-diretor de Redação do jornal "O Estado de S.Paulo", o jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.
Com Agora e Folha de S.Paulo
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