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05/05/2006 - 12h14

Juiz retoma julgamento de Pimenta Neves

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da Folha Online

A acusação e a defesa do jornalista Antonio Pimenta Neves, 69, julgado pelo assassinato da ex-namorada --a também jornalista Sandra Gomide--, iniciaram nesta sexta-feira o terceiro dia do júri, com a réplica e a tréplica dos debates, no fórum de Ibiúna (64 km a oeste de São Paulo). A expectativa é que a sentença seja conhecida à tarde.

O júri havia sido suspenso à 1h10 desta sexta e foi retomado por volta das 12h, uma hora depois do horário previsto.

Caio Guatelli/Folha Imagem
Pimenta Neves no fórum de Ibiúna, interior de SP
Pimenta Neves no fórum de Ibiúna, interior de SP
Às 11h, aproximadamente, Pimenta Neves chegou ao fórum e entrou pelos fundos, na companhia dos advogados. Minutos depois, o pai de Sandra, João Gomide, também chegou ao fórum. Ele disse que tomou calmante para dormir e que, para ele, o pior momento do júri foi a fase dos depoimentos da defesa de Pimenta Neves, na quinta-feira (4).

Julgamento

Na noite de quinta, a fase de debates entre acusação e defesa ocorreram sob sigilo de Justiça. A decisão foi tomada pelo juiz titular do Tribunal do Júri de Ibiúna, Diego Ferreira Mendes, a pedido da promotoria. Os promotores alegaram que usariam peças do processo protegidas pelo sigilo judicial para expor os argumentos da acusação. O mesmo tratamento foi, portanto, estendido à apresentação da defesa.

No segundo dia do julgamento, a defesa de Pimenta Neves tentou demonstrar aos jurados que ele sofria de estresse emocional que o deixou desorientado na época do crime. Já a acusação sustentou a tese de crime premeditado. As duas versões podem fazer diferença caso o jornalista seja condenado.

Caso o júri popular --formado por quatro mulheres e três homens-- aceite a tese da doença, a pena --que pode chegar a 30 anos-- deve ser abrandada. O estresse emocional poderia derrubar as qualificadoras de motivo torpe (ciúmes) e impossibilidade de defesa (tiro pelas costas).

Já se o júri entender que houve premeditação, o caso será classificado na lei de crimes hediondos --legislação mais rígida em relação ao cumprimento da condenação.

Testemunhas

Também na quinta-feira, oito testemunhas --três de acusação e cinco de defesa-- foram ouvidas, entre as 10h e às 19h. Em seguida, começaram os debates entre, que ocorreram sob sigilo de Justiça.

João Gomide, pai de Sandra, foi o primeiro a falar. Ele disse disse que a filha era agredida verbalmente por Pimenta Neves e que teria sido agredida também fisicamente. Durante as declarações, Pimenta Neves movimentou a cabeça negativamente.

O jornalista manteve a cabeça baixa e evitou ficar ao alcance da visão de João Gomide. Ele ficou sentado entre os advogados de defesa e, ao término do depoimento, retornou para a cadeira que ocupara antes, na ponta da mesa. O pai de Sandra não via Pimenta Neves desde o crime, há quase seis anos.

Como testemunhas de acusação, foram ouvidos também os donos do haras onde ocorreu o crime --Deomar e Marlei Setti.
Caio Guatelli/Folha Imagem
Pimenta Neves demonstra cansaço em julgamento
Pimenta Neves demonstra cansaço em julgamento


O principal depoimento da defesa foi o do psiquiatra Marcos Pacheco, que avaliou Pimenta Neves após o crime. Para ele, a morte de Sandra "não foi premeditada". O psiquiatra disse, ainda, que após ter atirado na ex-namorada, "a vida do jornalista se desorganizou" e ele passou a apresentar sintomas de estresse agudo ou pós-traumático.

Como testemunhas da defesa, também foram ouvidos Isabel Pimenta, irmã de Pimenta Neves, os jornalistas Maria Luisa Pastore Gonzales, Íris Valquíria Campos e Roberto Müller --pai do casal de advogados de defesa, Ilana e Frederico Müller.

Crime

O crime ocorreu no dia 20 de agosto de 2000, em um haras. Sandra Gomide, à época com 32 anos, foi atingida por dois tiros: um nas costas e outro no ouvido.

A defesa do jornalista afirma que ele agiu sob forte emoção. Pimenta Neves foi denunciado pelo Ministério Público por homicídio doloso com duas qualificadoras (agravantes): motivo torpe (ciúmes) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima (tiro pelas costas).

Ex-diretor de Redação do jornal "O Estado de S.Paulo", o jornalista ficou sete meses preso. Em março de 2001, o STF concedeu uma liminar permitindo a Pimenta Neves aguardar o julgamento em liberdade. Para o STF, ele não representa risco à sociedade.

Com Folha de S.Paulo

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