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13/05/2006 - 13h14

Estado confirma 22 rebeliões de presos em São Paulo

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da Folha Online

Em entrevista coletiva na tarde deste sábado, o governo estadual confirmou que São Paulo registrou rebeliões ou inícios de motim em 22 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) localizados em cidades do interior paulista.

A ação, coordenada pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em retaliação ao isolamento de líderes da facção criminosa, é a segunda maior em presídios e CDPs da história do Estado. Em 2001, uma megarrebelião atingiu 29 unidades do Estado, porém não foram registrados ataques fora das unidades --diferentemente do que ocorreu entre a noite de sexta-feira e a manhã deste sábado, quando cinqüenta e cinco ataques a policiais, guardas e civis deixaram 25 mortos. Assim, a ação deste fim de semana é considerada o maior ataque do PCC ao Estado.

Os crimes seriam uma resposta à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa, entre Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, líder do PCC. Seu poder sobre o PCC em São Paulo é comparado ao de Fernandinho Beira-Mar no Comando Vermelho, no Rio.

Nilton Fukuda/Folha Imagem
Posto móvel foi atacado na zona leste da capital
Posto móvel foi atacado na zona leste da capital
Entre as unidades rebeladas estariam as de Ribeirão Preto, Pirajuí, Mogi das Cruzes, Suzano, Araraquara, Lucélia, Lavínia, Marabá Paulista, Paraguaçu Paulista e Flórida Paulista. A assessoria de imprensa da Secretaria de Administração Penitenciária não quis se pronunciar antes da coletiva marcada para as 12h --e que ainda não começou-- pelo governo estadual. Participarão o governador Cláudio Lembo (PFL) e o secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho.

Informações preliminares também dão conta de que os mortos nos ataques seriam ao menos 23. Novos ataques teriam ocorrido na manhã deste sábado. Em Engenheiro Marsilac (zona sul), um policial militar que estava em serviço teria sido morto. Em Guarulhos (Grande SP), outro PM, à paisana, teria morrido.

A série de ataques começou na noite de sexta-feira (12) no Estado de São Paulo. Postos e carros policiais foram atacados a bala. Em duas penitenciárias há confirmações de presos amotinados com reféns.

Nilton Fukuda/Folha Imagem
Ataques a policiais começaram após transferência de presos
Ataques a policiais começaram após transferência de presos
As ações --a maior onda de ataques a policiais e postos das forças de segurança no Estado-- ocorreram na cidade de São Paulo, na região metropolitana --em cidades como Osasco, Guarulhos e Carapicuíba-- e na Baixada Santista --Cubatão e Guarujá. A cúpula da Segurança Pública se reuniu às pressas no centro da capital.

Megaoperação

Os crimes começaram horas depois de uma megaoperação de transferência em massa de presos --cerca de 700--, no interior. O objetivo seria isolar membros da facção criminosa.

Na tarde de sexta, oito integrantes do PCC haviam sido levados para o Deic para depor sobre uma suposta megarrebelião que estaria sendo planejada. O grupo deixou a unidade por volta das 8h30 deste sábado, mas o destino não foi confirmado --seria um presídio no interior.

Tensão

No início da madrugada, toda a cúpula da polícia se reuniu no quartel da Polícia Militar, na região da Luz, para avaliar a onda de ataques. Participaram da reunião o Secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, o delegado-geral da Polícia Civil, Marco Antônio Desgualdo, o diretor do Deic, Godofredo Bittencourt, o comandante do Policiamento Metropolitano, Eliésio Rodrigues, e comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges.

No início dos ataques, Marcola foi levado à sala do diretor do Deic, mas o teor da conversa não foi divulgado. Por meio de sua assessoria de imprensa, Bittencourt admitiu que Marcola conversou informalmente com policiais do Deic, mas negou que ele tenha prestado depoimentos formais.

Durante toda a quinta-feira (11), a SAP (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) promoveu uma megaoperação que transferiu cerca de 700 detentos para a recém-reformada P-2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo) e realizou revistas em todas as unidades de regime fechado do Estado. A secretaria definiu a operação de reocupação da prisão de Presidente Venceslau como "administrativa" e atribuiu a uma casualidade o fato da reforma ter terminado dias atrás.

Com a transferência em massa, porém, o governo teria como objetivo desarticular a atuação de facções criminosas no sistema penitenciário --inclusive na promoção de rebeliões simultâneas.

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