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13/05/2006 - 17h32

Série de ataques causa 30 mortes em SP; polícia prende 16 suspeitos

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LÍVIA MARRA
Editora de Cotidiano da Folha Online

Entre a noite de sexta-feira (12) e a manhã deste sábado, criminosos promoveram ao menos 55 ataques que tiveram como alvos policiais, guardas municipais e agentes penitenciários, em diferentes pontos do Estado de São Paulo. A onda de violência é considerada uma resposta do PCC (Primeiro Comando da Capital) à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa. As ações deixaram, no total, 30 mortos.

Morreram 11 PMs --três deles não estavam trabalhando--, cinco policiais civis em folga, três guardas municipais em serviço, quatro agentes penitenciários em folga e dois civis --a namorada de um policial e uma possível vítima de bala perdida. Segundo a Secretaria da Segurança, 16 suspeitos de envolvimento nos crimes foram presos e cinco morreram em confrontos.
Nilton Fukuda/Folha Imagem
Posto móvel foi atacado na zona leste da capital
Posto móvel foi atacado na zona leste da capital


Somente na cidade de São Paulo, os criminosos promoveram 31 ataques: cinco no centro, três na zona norte, dois na zona oeste, oito na zona sul e 13 na zona leste.

Segundo balanço da Secretaria da Segurança, as ações também ocorreram na Grande São Paulo --dois em Guarulhos, um em Santo André, um em Jandira e um em Jundiaí--, no litoral --dois no Guarujá e um em Cubatão-- e no interior --Araras, Campo Limpo Paulista, Itapira, Mogi Mirim, Ourinhos, Piracicaba, Ribeirão Preto, Santa Bárbara d'Oeste, Várzea Paulista.

Reação

A onda de ataques ocorreu após a transferência, na quinta-feira (11), de 765 presos para a penitenciária de Presidente Venceslau, no interior. A idéia era isolar a facção criminosa.

Na sexta, oito integrantes do PCC foram levados para depoimento no Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo, incluindo o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. A facção estaria planejando uma série de crimes e rebeliões.

Neste sábado, o governador Cláudio Lembo (PFL) disse que o governo sabia, na quarta (10), que as transferências poderiam provocar "conseqüências". "Pensamos em todas as possibilidades e também nos riscos que nós poderíamos correr. Mas era preciso combater o que estava ocorrendo e acontecendo."

"Nós não estamos com bravatas nem com timidez. Estamos com a segurança de quem cumpre a lei e o Estado de Direito", disse o governador.

O comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, afirmou que a corporação estava em alerta, com equipes de prontidão, para possíveis reações. "Acreditamos que o número de mortes, inclusive, foi bem menor se não tivesse esse tipo de alerta", disse.

Em entrevista que contou com a cúpula da Segurança no Estado, o secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, descartou uma possível falha do governo na estratégia de isolar a liderança do PCC.

"Acho que a medida que o governo tomou era necessária, ainda que tenha ocorrido esta resposta, porque o governo tem que agir, tem que cumprir a lei e ser firme em suas ações."

Presídios

Na sexta, enquanto líderes da facção estavam no Deic, presos iniciaram rebeliões na penitenciária 1 de Avaré e na penitenciária de Iaras, ambas no interior.

As ações criminosas ganharam proporção e os motins se espalharam, neste sábado, para outras 21 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) do Estado. Das 23 unidades, 20 permaneciam rebeladas às 15h30. Há reféns.

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