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14/05/2006 - 13h19

Presos promovem rebeliões simultâneas em mais de 50 unidades de SP

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LÍVIA MARRA
Editora de Cotidiano da Folha Online

A série de rebeliões orquestradas pelo PCC (Primeiro Comando da Capital) em São Paulo se intensificou e, neste domingo, atinge ao menos 57 penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) no Estado. Desde a noite da última sexta-feira (12), quando também começou a maior onda de ataques contra forças de segurança de São Paulo, presos promoveram rebeliões em 64 unidades.

Segundo o governo do Estado, São Paulo tem 33 CDPs e 74 presídios. A Secretaria da Administração Penitenciária informou que 273 pessoas são mantidas reféns.

Nas ruas, a violência se espalhou e, desde sexta-feira, foram registrados ao menos cem ataques, que resultaram em 52 mortes, sendo 35 policiais civis, militares, integrantes de guardas metropolitanas ou agentes de segurança de penitenciária. Também morreram três civis --entre eles a namorada de um policial-- e 14 suspeitos de envolvimento nos crimes, segundo balanço parcial do governo do Estado --os números podem sofrer alteração ao longo do dia.

As rebeliões começaram na tarde de sexta, em Avaré e em Iaras. Neste domingo, entre as unidades rebeladas estão os CDPs de São Bernardo do Campo, São José dos Campos e Belém, a cadeia feminina de Campinas, e os presídios Itapetininga 1 e 2, Praia Grande, Adriano Marrey (Guarulhos), Pirajuí 2, Assis, Hortolândia, Martinópolis, Getulina, Mirandópolis 1 e 2, Potim 2, Casa Branca, Álvaro Carvalho e Marília.

Em 2001, uma megarrebelião orquestrada pelo PCC atingiu 29 unidades no dia 18 de fevereiro. Os líderes do grupo conseguiram organizar o movimento e dar a ordem para o início dos motins se comunicando por meio de telefones celulares. O dia escolhido foi um domingo --quando os presídios estavam cheios de parentes e amigos dos detentos que faziam a visita semanal.

Reação

As ações são orquestradas pelo PCC, em retaliação à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção. Na quinta-feira (11), 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), com a intenção de coibir ações promovidas pela facção.

Na sexta, oito lideres do PCC foram levados para depoimento na sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo. Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

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