Publicidade
Publicidade
14/05/2006
-
17h21
da Folha Online
da Folha de S.Paulo
Na noite de 12 de maio, sexta-feira, São Paulo começou a vivenciar uma onda de ataques a policiais, guardas municipais e agentes penitenciários. A ação --a maior já ocorrida contra a força de segurança no Estado-- é atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), em resposta à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa.
Entre a noite de sexta-feira e a manhã de domingo (14), os ataques deixaram 52 pessoas mortas. Morreram 35 policiais civis, militares, integrantes de guardas metropolitanas e agentes de segurança de penitenciária, três civis --entre eles a namorada de um policial-- e 14 suspeitos de envolvimentos nos crimes. Cerca de 50 feridas: 24 PMs, cinco policiais civis, cinco guardas, dois agentes penitenciários, oito civis e seis suspeitos.
A violência também chegou a penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória). Desde a sexta-feira, 64 unidades registraram rebeliões em todo o Estado. Na tarde de domingo, presos de 57 penitenciárias e CDPs permaneciam rebelados, mantendo 273 reféns. Segundo o governo do Estado, São Paulo tem 33 CDPs e 74 presídios.
O movimento, coordenado pelo PCC, ocorreu após a transferência, no dia 11, de 765 presos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), com a intenção de coibir ações promovidas pela facção.
No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para depoimento na sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo. Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, que acabou sendo levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.
A necessidade de manter os líderes em São Paulo para que prestassem depoimento seria o pretexto para cortar os canais de comunicação entre os líderes e os integrantes da facção.
A Folha apurou que a transferência foi decidida por conta das informações de que o PCC, o maior grupo criminoso organizado do Estado, tinha um plano para atacar lideranças políticas.
A transferência dos presidiários, iniciada anteontem e concluída ontem, ocorreu exatamente um dia após os delegados Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes, do Deic, prestarem depoimento sobre as ações do grupo aos deputados da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Armas, em Brasília (DF). A sessão foi secreta.
Em 2002, o PCC foi chamado de "organização falida" pela polícia paulista. "O PCC é uma organização falida. Se o PCC tinha uma boca cheia de dentes, agora tem um dentinho ali e outro lá. Não morde mais ninguém", disse na ocasião o delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
Especial
Leia o que já foi publicado sobre o PCC
Entenda a onda de violência em SP
Publicidade
da Folha de S.Paulo
Na noite de 12 de maio, sexta-feira, São Paulo começou a vivenciar uma onda de ataques a policiais, guardas municipais e agentes penitenciários. A ação --a maior já ocorrida contra a força de segurança no Estado-- é atribuída ao PCC (Primeiro Comando da Capital), em resposta à decisão do governo do Estado de isolar líderes da facção criminosa.
Entre a noite de sexta-feira e a manhã de domingo (14), os ataques deixaram 52 pessoas mortas. Morreram 35 policiais civis, militares, integrantes de guardas metropolitanas e agentes de segurança de penitenciária, três civis --entre eles a namorada de um policial-- e 14 suspeitos de envolvimentos nos crimes. Cerca de 50 feridas: 24 PMs, cinco policiais civis, cinco guardas, dois agentes penitenciários, oito civis e seis suspeitos.
A violência também chegou a penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória). Desde a sexta-feira, 64 unidades registraram rebeliões em todo o Estado. Na tarde de domingo, presos de 57 penitenciárias e CDPs permaneciam rebelados, mantendo 273 reféns. Segundo o governo do Estado, São Paulo tem 33 CDPs e 74 presídios.
O movimento, coordenado pelo PCC, ocorreu após a transferência, no dia 11, de 765 presos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), com a intenção de coibir ações promovidas pela facção.
No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para depoimento na sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), na zona norte de São Paulo. Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, que acabou sendo levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.
A necessidade de manter os líderes em São Paulo para que prestassem depoimento seria o pretexto para cortar os canais de comunicação entre os líderes e os integrantes da facção.
A Folha apurou que a transferência foi decidida por conta das informações de que o PCC, o maior grupo criminoso organizado do Estado, tinha um plano para atacar lideranças políticas.
A transferência dos presidiários, iniciada anteontem e concluída ontem, ocorreu exatamente um dia após os delegados Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes, do Deic, prestarem depoimento sobre as ações do grupo aos deputados da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) do Tráfico de Armas, em Brasília (DF). A sessão foi secreta.
Em 2002, o PCC foi chamado de "organização falida" pela polícia paulista. "O PCC é uma organização falida. Se o PCC tinha uma boca cheia de dentes, agora tem um dentinho ali e outro lá. Não morde mais ninguém", disse na ocasião o delegado Godofredo Bittencourt, diretor do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado).
Especial
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Sem PM nas ruas, poucos comércios e ônibus voltam a funcionar em Vitória
- Sem-teto pede almoço, faz elogios e dá conselhos a Doria no centro de SP
- Ato contra aumento de tarifas termina em quebradeira e confusão no Paraná
- Doria madruga em fila de ônibus para avaliar linha e ouve reclamações
- Vídeos de moradores mostram violência em ruas do ES; veja imagens
+ Comentadas
- Alessandra Orofino: Uma coluna para Bolsonaro
- Abstinência não é a única solução, diz enfermeira que enfrentou cracolândia
+ EnviadasÍndice