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15/05/2006 - 13h29

Agente penitenciário é morto com 22 tiros em Sorocaba

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da Folha Online

O agente penitenciário Robson Cleiss, 46, foi assassinado na noite de domingo (14) em Sorocaba (100 km a oeste de São Paulo). De acordo com o sindicato dos agentes penitenciários de São Paulo, é a oitava morte de um funcionário do sistema prisional desde o início dos ataques atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Cleiss estava em um bar próximo de sua casa, acompanhado da mulher e de amigos. Ele permanecia sentado de costas para a porta do estabelecimento. Por volta das 21h30, um homem encapuzado entrou no local com duas pistolas e atirou na cabeça e nas costas do agente, que teria recebido 22 tiros.

"Foi uma execução", considera Adriano Rodrigues dos Santos, amigo de Cleiss e coordenador regional do Sifupesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do Estado de São Paulo). "Estamos apreensivos. Se a Polícia Militar está em pânico, imagine nós."

Agente penitenciário há cerca de dez anos, Cleiss trabalhava na penitenciária 2 de Sorocaba. O corpo será enterrado hoje, às 17h.

Às 14h desta segunda feira, o sindicato fará assembléias em todas as 11 regionais para definir sua posição frente aos atentados e rebeliões comandados pelo PCC que já vitimaram, segundo a entidade, oito funcionários do sistema prisional.

Violência

A onda de violência --a maior contra forças de segurança já registrada no Estado-- começou com ataques contra policiais, guardas e agentes penitenciários.

Ao mesmo tempo, rebeliões simultâneas começaram em penitenciárias, CDPs (Centros de Detenção Provisória) e cadeias. Na manhã desta segunda, 46 unidades permaneciam rebeladas, com 237 reféns. Em Jaboticabal, o delegado Adelson Taroco, 39, foi incendiado por presos rebelados na cadeia. Ele foi internado em estado grave.

Presos de unidades de Mato Grosso do Sul e do Paraná também iniciaram rebeliões no domingo (14). Os motins teriam envolvimento do PCC.

Entre a noite de domingo (14) e a manhã desta segunda, a violência atingiu também agências bancárias e ônibus. Criminosos atiraram contra ao menos cinco agências e jogaram coquetéis molotov em outras cinco.

Cerca de 60 ônibus foram queimados --44 em São Paulo e os outros em Osasco e na região do ABC. Com medo de novas ações, ao menos dez empresas não tiraram os ônibus da garagem --três delas circulam parcialmente-- e nove terminais foram fechados. A região sul é a mais afetada da cidade.

A prefeitura suspendeu o rodízio de veículos na nesta segunda-feira. Com isso, veículos com placas finais 1 e 2 podem circular normalmente pelo chamado centro expandido da cidade durante o horário de pico --das 7h às 10h e das das 17h às 20h.

Transferências

A série de ataques começou após a transferência de 765 presos para Presidente Venceslau, na quinta-feira (11), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

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