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15/05/2006 - 16h17

Alvo de ataques, Ipiranga tem "toque de recolher" informal

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DIÓGENES MUNIZ
da Folha Online

Lojas fechadas, fachadas de bancos com marcas de balas e pessoas sem conseguir ir ao trabalho marcaram a manhã e a tarde desta segunda-feira na região do Ipiranga, na zona sul de São Paulo.

Nessa área, ao menos oito agências bancárias foram atingidas nos ataques da última madrugada. Parte foi alvo de coquetéis molotov e outras foram alvejadas por balas, em ações atribuídas ao PCC (Primeiro Comando da Capital).

Faculdades poderão suspender as aulas. Essa possibilidade é estudada pelos centros de graduação São Camilo, FAI (Centro Universitário Assunção) e São Marcos. "Ninguém consegue assistir às aulas. Espero que nos liberem", diz Paula Cristina, 24, estudante de informática da São Camilo.

Perto dali, na avenida Nazaré, uma loja que oferece serviços de cópia de documentos fechou as portas às 12h30. "Acho que hoje não abriremos mais", diz a funcionária Natália Cachada. A poucos metros fica uma agência do Unibanco que teve a fachada parcialmente destruída por um coquetel molotov, na madrugada.

"Ainda não sei se vou ao cursinho, que fica em Santa Cruz. Com todo esse problema no transporte, a gente fica assustada", continua Natália.

A vigia Mônica Rodrigues, 27, também não se sente segura em seu trabalho. A agência da Caixa Econômica Federal em que trabalha, no bairro São João Clímaco, também na zona sul, foi metralhada. Ela teme a volta dos criminosos. "Fico com medo de eles quererem 'terminar o serviço' quando todo mundo estiver aqui dentro. Estou muito insegura", diz. Segundo Mônica, depois das 18h começa um "toque de recolher" informal nas ruas.

Ao lado da agência da CEF, clientes do Banco do Brasil entravam e saíam de uma agência com ao menos 15 marcas de balas nas paredes e vidraças. Alguns questionam os seguranças sobre o ocorrido, outros apenas olham com curiosidade e tentam sair do local o mais rápido possível.

Transferências

A série de ataques começou após a transferência de 765 presos para Presidente Venceslau, na quinta-feira (11), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

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