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16/05/2006 - 10h06

PCC ordena fim dos ataques; ônibus voltam a circular em SP

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da Folha Online
da Folha de S.Paulo

Os ataques promovidos pelo PCC diminuíram, e os moradores de São Paulo tentam voltar à vida normal. Nesta terça, um dia depois de a cúpula da facção criminosa ordenar o fim dos ataques e rebeliões no Estado, o comércio abriu e os ônibus voltaram a circular na capital. O rodízio de veículos está suspenso na cidade.

Iniciados na noite da última sexta (12), os ataques contra as forças de segurança, deflagrados pelo PCC, continuaram na madrugada desta terça, mas foram em menor número e não deixaram policiais ou guardas feridos. A polícia matou suspeitos de envolvimento com os atentados na Grande São Paulo.

Reportagem publicada pela Folha nesta terça, mostra que, por telefone celular, líderes da facção criminosa determinaram a presos e membros do PCC do lado de fora das cadeias que interrompessem a onda de violência.

Segundo o que a Folha apurou, o preso Orlando Mota Júnior, 34, o Macarrão, foi um dos principais interlocutores do governo. Ele e outros líderes do PCC deram a ordem de cessar os atentados. Reportagem publicada pela Folha Online no domingo já indicava a negociação entre o governo e presos. Na ocasião, a Secretaria da Administração Penitenciária negou qualquer acordo.

Nas conversas com representantes da Secretaria da Administração Penitenciária, a facção condicionou o fim dos ataques a benefícios a presos transferidos para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de SP). Entre as reivindicações estão a visita íntima e televisores para os presos em RDD (Regime Disciplinar Diferenciado). O sistema mais rígido proíbe esses dois benefícios.

Ataques

Foram registrados cerca de 270 ataques criminosos, desde sexta. O último balanço divulgado pelo governo estadual aponta que as ações --o maior movimento contra as forças de segurança já ocorrido no Estado-- deixaram 81 mortos --22 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes penitenciários e quatro civis. Até a tarde de segunda, 38 suspeitos de ataques haviam morrido em supostos confrontos. Treze presos também morreram em rebeliões, elevando para 94 o número de mortes.

O PCC ainda promoveu, ao lado da série de ataques, uma onda de rebeliões que atingiu mais de 80 penitenciárias, CDPs e cadeias públicas do Estado. Na noite de segunda, todas foram consideradas encerradas.

Segunda-feira

A sensação de insegurança parou São Paulo na segunda-feira. Devido a incêndios criminosos, o número de ônibus diminuiu drasticamente, principalmente na zona sul. Algumas empresas de ônibus deixaram os veículos nas garagens, e terminais ficaram fechados. Metrôs, lotações e pontos de ônibus ficaram sobrecarregados.

Lojas, empresas e entidades de ensino de toda a cidade decidiram fechar as portas mais cedo. Muitas prometiam permanecer fechadas nesta terça-feira. O congestionamento bateu recorde às 17h30, com 195 km de extensão. A situação se repetiu na Baixada Santista.

Tensão

O sentimento de insegurança provocou uma onda de boatos na internet. Em entrevista realizada na noite de segunda-feira, o comandante-geral da PM, coronel Elizeu Eclair Teixeira Borges, pediu tranqüilidade à população, mas admitiu que as forças de segurança do Estado estão contra o crime organizado.

"Vamos ter mais baixas, mas não vamos recuar", afirmou. O coronel ressaltou que a "grande maioria" dos ataques registrados são "contra imóveis, não contra pessoas".

Também em entrevista à imprensa, o governador de São Paulo, Cláudio Lembo (PFL), e o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, uniram-se nesta segunda-feira para reforçar à população que as forças de segurança paulistas têm o controle da situação da segurança no Estado.

Os dois concordaram em dizer que "ainda não é o momento" de colocar as tropas do Exército nas ruas de São Paulo.

Retaliação

O movimento é uma retaliação do PCC à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. Na quinta-feira passada (11), 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

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