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16/05/2006 - 13h02

Polícia prende suspeito de ordenar ataques a ônibus em São Paulo

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da Folha Online

Policiais civis prenderam na madrugada desta terça-feira o suposto coordenador dos ataques a ônibus em São Paulo. Desde o último domingo, 51 veículos foram incendiados na cidade --no Estado, o número chega a 90.

Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o suspeito --identificado como Lourival Silva de Paula-- foi localizado em um telefone público na região de Americanópolis (zona sul). Ele estaria conversando com comparsas.

Uma agenda de telefones foi apreendida com ele. A suspeita é que ela aponte nomes de integrantes do PCC (Primeiro Comando da Capital). Silva de Paula tem antecedentes criminais por roubo e formação de quadrilha.

Além de ônibus, agências bancárias e forças de segurança do Estado têm sido alvos desde sexta-feira (12) de ataques promovidos pela facção criminosa, como resposta à decisão do governo estadual de isolar lideranças.

Tensão

Devido aos ataques, empresas da zona sul não circularam e terminais foram fechados na segunda-feira. Cerca de 5,5 milhões de passageiros foram afetados.

Os ônibus voltaram a circular nesta terça, com apoio da Polícia Militar e da GCM (Guarda Civil Metropolitana). Equipes reforçam a segurança em terminais e corredores de ônibus da cidade.

Ataques

Foram registrados cerca de 270 ataques criminosos, desde sexta. O último balanço divulgado pelo governo estadual aponta que as ações --o maior movimento contra as forças de segurança já ocorrido no Estado-- deixaram 81 mortos --22 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes penitenciários e quatro civis. Até a tarde de segunda, 38 suspeitos de ataques haviam morrido em supostos confrontos. Treze presos também morreram em rebeliões, elevando para 94 o número de mortes.

O PCC ainda promoveu, ao lado da série de ataques, uma onda de rebeliões que atingiu mais de 80 penitenciárias, CDPs e cadeias públicas do Estado. Na noite de segunda, todas foram consideradas encerradas.

O número de ataques diminuiu nesta terça, e São Paulo retoma a rotina. O comércio reabriu normalmente e os ônibus voltaram a circular. Reportagem publicada pela Folha nesta terça, mostra que, por telefone celular, líderes da facção criminosa determinaram a presos e membros do PCC do lado de fora das cadeias que interrompessem a onda de violência.

Segundo o que a Folha apurou, o preso Orlando Mota Júnior, 34, o Macarrão, foi um dos principais interlocutores do governo. Ele e outros líderes do PCC deram a ordem de cessar os atentados. Reportagem publicada pela Folha Online no domingo já indicava a negociação entre o governo e presos. Na ocasião, a Secretaria da Administração Penitenciária negou qualquer acordo.

Retaliação

O movimento é uma retaliação do PCC à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. Na quinta-feira passada (11), 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

No dia seguinte, oito líderes do PCC foram levados para a sede do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), em Santana (zona norte de São Paulo). Entre eles estava o líder da facção, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola. No sábado, ele foi levado para a penitenciária de Presidente Bernardes (589 km a oeste de São Paulo), considerada a mais segura do país. Na unidade, ele ficará sob o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), mais rigoroso.

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