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18/05/2006
-
09h27
ANDRÉ CARAMANTE
GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
O governo do Estado admitiu ontem ter dado permissão para que vários integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) recebessem, em dois lotes, 28 televisores, da marca CCE e de 14 polegadas, em suas celas na Penitenciária de Avaré (262 km de SP).
Detalhes importantes admitidos ontem pelo próprio secretário da Administração Penitenciária Nagashi Furukawa: nenhum dos aparelhos tinha nota fiscal que comprovasse a sua origem e todos foram enviados por um só remetente, via serviço dos Correios.
Todas as televisões adquiridas pela facção, que arrecada dinheiro com a cobrança de mensalidade de criminosos em liberdade (R$ 500) e presos (R$ 50), foram distribuídas para os integrantes do grupo que estavam no raio (pavilhão) 2 da prisão de Avaré.
O PCC também recebe "participação nos lucros" de outros crimes praticados pelos integrantes da facção, como roubos de cargas, empresas e também a contribuição de traficantes.
A maior parte dos agraciados com o brinde dado pelo PCC era de detentos recém-saídos do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de SP), onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) e para onde vão os que têm de cumprir castigo no sistema prisional.
A chegada dos televisores pelo correio, enviados por um só remetente, chamou a atenção do diretor do presídio de Avaré, Fernando José Tomazella da Silva. Depois de anotar os números de cada um dos aparelhos e copiar os recibos de entrega do correio, Silva repassou os documentos à Polícia Civil da cidade para tentar descobrir a origem dos aparelhos, mas isso não aconteceu até hoje, segundo admitiu a Secretaria da Administração Penitenciária.
Nas outras unidades prisionais, o procedimento mais comum para a entrada de um aparelho destinado a um detento sempre foi vinculado à apresentação da nota fiscal que comprove sua origem.
TVs para a área comum
A Secretaria da Administração Penitenciária informou ontem, por nota oficial, que em todas as prisões, com exceção das que funcionam em regime de RDD, os presos têm televisores em suas celas e que os aparelhos são levados por seus familiares.
O órgão também informou que, há 20 dias, recebeu um pedido dos presos --sem especificar exatamente quem-- para que fossem instalados aparelhos nas áreas comuns dos presídios, desde que os próprios presidiários conseguissem adquirir os aparelhos.
Em entrevista na terça-feira, o secretário Furukawa disse "não ver mal nenhum [na liberação dos televisores] e que liberou os aparelhos em locais dos presídios que não afetavam o andamento normal das cadeias".
Até então, suspeitava-se que o PCC exigia a entrada de 60 televisores, todos eles de plasma. O secretário negou, no entanto, que esses aparelhos de TV façam parte de uma negociação com líderes da facção para que ataques em São Paulo fossem encerrados.
Na chegada dos aparelhos no presídio de Avaré, o chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e o restante da cúpula da facção, estavam naquela prisão.
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GILMAR PENTEADO
da Folha de S.Paulo
O governo do Estado admitiu ontem ter dado permissão para que vários integrantes da facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) recebessem, em dois lotes, 28 televisores, da marca CCE e de 14 polegadas, em suas celas na Penitenciária de Avaré (262 km de SP).
Detalhes importantes admitidos ontem pelo próprio secretário da Administração Penitenciária Nagashi Furukawa: nenhum dos aparelhos tinha nota fiscal que comprovasse a sua origem e todos foram enviados por um só remetente, via serviço dos Correios.
Todas as televisões adquiridas pela facção, que arrecada dinheiro com a cobrança de mensalidade de criminosos em liberdade (R$ 500) e presos (R$ 50), foram distribuídas para os integrantes do grupo que estavam no raio (pavilhão) 2 da prisão de Avaré.
O PCC também recebe "participação nos lucros" de outros crimes praticados pelos integrantes da facção, como roubos de cargas, empresas e também a contribuição de traficantes.
A maior parte dos agraciados com o brinde dado pelo PCC era de detentos recém-saídos do CRP (Centro de Readaptação Penitenciária) de Presidente Bernardes (589 km de SP), onde vigora o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado) e para onde vão os que têm de cumprir castigo no sistema prisional.
A chegada dos televisores pelo correio, enviados por um só remetente, chamou a atenção do diretor do presídio de Avaré, Fernando José Tomazella da Silva. Depois de anotar os números de cada um dos aparelhos e copiar os recibos de entrega do correio, Silva repassou os documentos à Polícia Civil da cidade para tentar descobrir a origem dos aparelhos, mas isso não aconteceu até hoje, segundo admitiu a Secretaria da Administração Penitenciária.
Nas outras unidades prisionais, o procedimento mais comum para a entrada de um aparelho destinado a um detento sempre foi vinculado à apresentação da nota fiscal que comprove sua origem.
TVs para a área comum
A Secretaria da Administração Penitenciária informou ontem, por nota oficial, que em todas as prisões, com exceção das que funcionam em regime de RDD, os presos têm televisores em suas celas e que os aparelhos são levados por seus familiares.
O órgão também informou que, há 20 dias, recebeu um pedido dos presos --sem especificar exatamente quem-- para que fossem instalados aparelhos nas áreas comuns dos presídios, desde que os próprios presidiários conseguissem adquirir os aparelhos.
Em entrevista na terça-feira, o secretário Furukawa disse "não ver mal nenhum [na liberação dos televisores] e que liberou os aparelhos em locais dos presídios que não afetavam o andamento normal das cadeias".
Até então, suspeitava-se que o PCC exigia a entrada de 60 televisores, todos eles de plasma. O secretário negou, no entanto, que esses aparelhos de TV façam parte de uma negociação com líderes da facção para que ataques em São Paulo fossem encerrados.
Na chegada dos aparelhos no presídio de Avaré, o chefe do PCC, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e o restante da cúpula da facção, estavam naquela prisão.
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