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18/05/2006 - 10h34

SP enfrenta novos ataques; suspeitos mortos passam de cem

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da Folha Online
da Agência Folha

A onda de violência que atinge São Paulo chega nesta quinta-feira ao sétimo dia. Desde o início das ações --a maior contra forças de segurança já ocorrida no Estado-- ao menos cem suspeitos de envolvimento nos ataques foram mortos em supostos confrontos com a polícia.

Novas ações foram registradas entre a noite de ontem e a madrugada desta quinta, em diferentes pontos do Estado.

Uma nova onda de boatos sobre ameaças do crime organizado circulou por São Paulo e, na noite de ontem, alunos foram dispensados das aulas, estabelecimentos perderam clientes e até o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, teve a segurança reforçada.

Violência

O aeroporto de Cumbica, segundo a Polícia Militar, teve a segurança reforçada ontem após o serviço de inteligência da polícia divulgar que novas ondas de ataque estavam programadas para ontem. De acordo com o órgão, a polícia da Aeronáutica atuou no local. Procurada pela Folha, a Infraero confirmou que as polícias Civil, Militar e Federal atuaram.

Nesta quinta, policiais militares encontraram explosivos em um carro que circulava na marginal Tietê, perto da ponte Freguesia do Ó (zona norte de São Paulo). A polícia afirma que os dois ocupantes do veículo reagiram e atiraram. No revide, um deles foi ferido. O outro conseguiu fugir.

Na noite de ontem, um grupo formado por cerca de dez homens disparou vários tiros contra a 1ª Cia do 42º Batalhão de Osasco (Grande São Paulo), no Jardim Princesa. Os policiais revidaram e um dos criminosos morreu.

Por volta da 0h, também em Osasco, homens armados dispararam tiros contra o IC (Instituto de Criminalística) da cidade. Segundo a polícia, os tiros não acertaram o prédio e não houve feridos, mas foi encontrado um cartucho de pistola 380 na rua.

Cerca de uma hora depois, dois homens morreram em confronto com a Rota (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar) na avenida Estados Unidos, na mesma cidade.

Em Guarulhos (Grande São Paulo), ao menos oito mortes foram registradas em ocorrências diferentes. Ainda não há confirmação sobre o possível envolvimento dos mortos com a onda de violência. Em um dos casos, o confronto envolveu policiais da Rota e homens armados em uma picape Saveiro, por volta das 2h50, no bairro Jardim Palmira. Um dos supostos criminosos morreu.

Em Cotia (região metropolitana), uma operação policial terminou com ao menos um criminoso morto, no final da noite de ontem. Segundo a Polícia Militar, armas foram apreendidas com os criminosos --entre elas um revólver, uma submetralhadora.

Em Valinhos (85 km a noroeste de São Paulo), dois homens suspeitos de tentar atacar a delegacia da cidade ficaram feridos com a explosão de uma bomba caseira, antes do previsto.

Transporte

Desde o último domingo (14), ao menos 59 ônibus foram queimados na cidade de São Paulo. Cinco deles desde a noite desta quarta-feira (17) --na zona norte e sul da cidade, e nas cidades de Mauá (Grande São Paulo) e Guaratinguetá (176 km a nordeste da capital).

O incêndio levou duas empresas --a VIP e a Sambaíba-- a recolherem os veículos mais cedo, no início da noite de ontem, mas a circulação recomeçou normalmente nesta quinta, com o apoio da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana.

O incêndio dos ônibus é considerado parte da série de 281 ataques --inclusive a forças de segurança-- atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital) desde a sexta-feira (12) e que atingem diversos pontos do Estado de São Paulo.

Balanço

Conforme balanço divulgado ontem pela Secretaria da Segurança, em seis dias, as ações contra as forças de segurança causaram 44 mortes --23 policiais militares, seis policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária, e quatro civis --entre eles a namorada de um policial. Os motins mataram ainda nove detentos de penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória).

Se somadas aos suspeitos mortos e aos presos mortos em rebeliões no Estado --ao menos nove--, as mortes ocorridas desde o início da série de ataques chegam a 153. Outros nove presos teriam morrido em rebeliões, o que elevaria para 162 o número.

Reação

A onda de ataques começou, em resposta à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção criminosa. No último dia 11, 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação de ações criminosas.

O governo, apesar de confirmar uma "conversa" com o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, nega qualquer acordo para encerrar os ataques.

Ontem, a CPI do Tráfico de Armas informou que o depoimento secreto dos delegados da Polícia Civil de São Paulo Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), foi vendido a dois advogados do PCC por um funcionário terceirizado da Câmara, por R$ 200.

Por meio dos advogados, os CDs teriam chegado a Marcola, e detonado a série de 251 ataques a forças de segurança e de 80 rebeliões de presos que atingiu diversos pontos do Estado de São Paulo.

Com Folha de S.Paulo

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