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19/05/2006 - 13h25

Após série de ataques, IML de São Paulo fica superlotado

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da Folha Online

O IML (Instituto Médico Legal) de São Paulo ficou superlotado desde o último dia 12, quando começaram os ataques promovidos pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). O diretor-geral do instituto, Hideaki Kawata, admitiu ter registrado problemas sanitários na conservação dos cadáveres em decomposição, pelo alto número de corpos que chegaram ao local.

No total, 107 suspeitos foram mortos pela polícia, em diferentes pontos do Estado. Na tarde desta quinta, 75 corpos permaneciam nas unidades do IML em Pinheiros e na Vila Leopoldina, na cidade de São Paulo.

Ao menos 28 corpos ainda não haviam sido identificados. Segundo Kawata, os corpos sem identificação ou que não tenham sido procurados pela família devem ficar ao menos 72 horas no instituto.

Apesar de admitir que a superlotação "é uma situação atípica", o diretor-geral do instituto afirma que não há determinação para a liberação antecipada dos corpos. "É possível que [os corpos não-identificados] sejam liberados na segunda-feira, mas até agora estamos proibidos de enterrar quem não foi identificado."

O diretor do IML informou que vai enviar ao presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa, deputado Ítalo Cardoso (PT), a lista com os nomes das pessoas que chegaram ao IML nos dias de ataques. O deputado fez o pedido ao IML no início da semana.

Além dos 107 suspeitos, as ações contra as forças de segurança deixaram outras 45 pessoas mortas --23 policiais militares, sete policiais civis, três guardas municipais, oito agentes de segurança penitenciária e quatro civis --sendo uma namorada de um policial.

Somadas às mortes de nove detentos de penitenciárias e CDPs (Centros de Detenção Provisória) ocorridas durante os motins, o total de pessoas mortas em decorrência da onda de crimes sobe para 161. Outros nove presos também teriam morrido em motins, o que elevaria o número para 170.

Trégua

Uma semana após o início da onda de violência promovida pela facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital), São Paulo não registrou, na madrugada desta sexta, ataques contra as forças de segurança. Também não há informações sobre confrontos entre suspeitos e policiais.

Apesar da tranqüilidade, a polícia continua mobilizada e deve manter blitze nas ruas, na tentativa de localizar criminosos, armas e drogas.

Segundo balanço divulgado na quinta-feira pela Secretaria da Segurança, desde o dia 12 foram registrados 293 ataques no Estado --82 a ônibus, 56 a residências de policiais, 17 a bancos e caixas eletrônicos, um à garagem de ônibus, um à estação de metrô, um à CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), além de outras 135 'agressões diversas'.

A onda de violência começou com ataques a policiais, guardas municipais e agentes penitenciários. Como parte do movimento, presos promoveram uma onda de rebeliões que atingiu 80 unidades prisionais paulistas --na segunda-feira (15), todas as rebeliões haviam terminado.

Criminosos também incendiaram ônibus em diferentes cidades. Foram cerca de 60 apenas em São Paulo.

Reação

Os ataques e rebeliões são uma retaliação do PCC à decisão do governo estadual de isolar lideranças da facção. No último dia 11, 765 presos foram transferidos para a penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km a oeste de São Paulo), em uma tentativa de evitar a articulação do crime.

O governo confirma que houve uma 'conversa' com o líder do PCC, Marcos Willians Herba Camacho, o Marcola, mas nega qualquer acordo para encerrar os ataques.

Na última quarta, a CPI do Tráfico de Armas informou que o depoimento secreto dos delegados da Polícia Civil de São Paulo Godofredo Bittencourt e Rui Ferraz Fontes, do Deic (Departamento de Investigações sobre o Crime Organizado), foi vendido a dois advogados do PCC por um funcionário terceirizado da Câmara, por R$ 200.

Por meio dos advogados, os CDs teriam chegado a Marcola, e detonado a série de ataques e rebeliões.

Com Agência Folha

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