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04/06/2006 - 11h50

Para provar valor da virgindade, advogado de Suzane quer juradas

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GABRIELA MANZINI
da Folha Online

O advogado Mauro Otávio Nacif, que defende Suzane von Richthofen da acusação de ter planejado e participado do assassinato dos pais, disse à Folha Online que sua preferência na escolha dos jurados será por mulheres. Ele foi contratado a apenas quatro dias do júri.

Ele defende a tese de que Suzane foi pressionada por seu então namorado e réu confesso do crime, Daniel Cravinhos, a planejar a morte dos pais. Para o advogado, o fato de Suzane ter escolhido perder a virgindade com ele aos 16 anos mostra que o vínculo entre os dois era muito forte. O assassinato ocorreria três anos depois.

O advogado diz que a virgindade era um tabu na casa de Suzane, que recebeu uma educação rígida graças à ascendência alemã e cuja mãe se casou virgem. Ela perdeu a virgindade no quarto de Daniel, segundo Nacif.

Ele relata que, por causa do jovem, que não queria usar preservativos, ela se submetia a tomar injeções mensais de anticoncepcionais. "Ela tinha horror às injeções, mas ela foi ao ginecologista, pagou pelo ginecologista e vomitava após as aplicações só para agradar o namorado."

O criminalista diz que a preferência por mulheres na composição do júri vem do fato de que ele pretende comprovar o vínculo entre Suzane e Daniel com base na "primeira vez" dela. "Só mulher entende a perda da virgindade, aquelas circunstâncias. Só uma mulher entende o domínio do homem por causa do sexo. O homem não dá a menor bola para a virgindade."

Imprensa

O julgamento está marcado para começar às 13h desta segunda-feira (5). Na sexta-feira (2), a pedido dos advogados de Suzane, o TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo decidiu proibir o registro de imagens e sons do júri. A sessão será acompanhada apenas por cerca de 30 jornalistas.

Outro pedido dos advogados de Suzane relativo à imprensa foi negado. Eles queriam impedir a exibição de uma entrevista concedida por ela à Rede Globo no último mês de abril, quando estava em liberdade provisória. De acordo com Nacif, a entrevista foi totalmente "artificial".

"Do ponto de vista jurídico, a defesa está super calma e tranqüila de que aquilo [a entrevista] não tem nada. Agora, do ponto de vista do leigo, e os jurados são leigos, do ponto de vista do povo, aquilo é um desastre."

Durante a gravação, dois advogados de Suzane, seu ex-tutor legal Denivaldo Barni e Mário Sérgio de Oliveira, foram flagrados orientando a cliente a chorar e a demonstrar fragilidade diante das câmeras. Na sexta, eles foram absolvidos pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de São Paulo da acusação de ter infringido a ética profissional.

Com RENATO SANTIAGO, da Folha Online

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