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05/06/2006 - 19h33

Promotor diz que adiamento de júri foi uma "homenagem ao deboche"

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da Folha Online

O promotor Roberto Tardelli definiu nesta segunda-feira o adiamento do julgamento sobre o caso Richthofen como uma "homenagem ao deboche". "Meu sentimento é de indignação, de revolta. Não suporto o deboche, este esculacho."

Advogados de Suzane von Richthofen, filha do casal Manfred e Marísia, assassinado em 2002, e dos irmãos Daniel e Cristian Cravinhos usaram técnicas parecidas para conseguir o adiamento do júri, que estava marcado para começar nesta segunda-feira, em São Paulo. Nova data foi marcada para o dia 17 de julho.

Tardelli classificou a manobra da defesa como um "circo". Após a ausência dos advogados dos irmãos Cravinhos, que alegaram cerceamento de defesa e não compareceram ao fórum, o juiz Alberto Anderson Filho decidiu desmembrar o júri.

Depois, foi a vez da defesa de Suzane pedir o adiamento do julgamento, alegando o não-comparecimento de uma importante testemunha. Após debate com o juiz, o pedido apresentado por Mauro Octávio Nacif foi negado e os advogados da jovem deixaram o plenário.

"Se não fosse por esta [razão], seria por outras 20, 50 razões", afirmou o juiz. Segundo ele, o episódio de hoje faz "as pessoas entenderem por que, às vezes, a Justiça é morosa".

O promotor reconheceu que apesar de "ridículos", os advogados de Suzane foram "eficientes". "Estamos vivendo um vale tudo, esqueceram que há um compromisso ético", disse Tardelli, que defendeu uma punição aos advogados.

Tardelli disse ainda que a adiamento do julgamento não significa uma derrota. "O que aconteceu hoje aqui foi um gesto deplorável, rasgou qualquer preceito de ética, mas não temo o julgamento. Vamos conseguir fazer Justiça."

Outro lado

Nacif, advogado de Suzane, afirmou que a testemunha ausente na sessão de hoje --Cláudia Sorge-- sabe muita coisa sobre o relacionamento mãe e filha. "Eu não sabia que ela não vinha, fiquei sabendo hoje. O depoimento dela é imprescindível."

Durante a sessão, o juiz informou que consta do processo a informação de que Sorge só voltaria amanhã de viagem. No entanto, ele alegou que pegou o caso só agora e não sabia do fato.

Segundo Nacif, o adiamento do julgamento não foi uma manobra. "Eu vim aqui para fazer o julgamento, o outro advogado, dos cafajestes [Daniel e Cristian], não veio. Não tinha clima para julgá-la hoje."

O advogado disse ainda que Suzane ficou "contentíssima" com o adiamento do júri.

O crime aconteceu em 2002, quando Manfred e Marísia foram golpeados com barras de ferro enquanto dormiam, na casa da família, no Brooklin (bairro nobre da zona sul).

Colaboraram GABRIELA MANZINI, da Folha Online e LÍVIA MARRA, editora de Cotidiano da Folha Online

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