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12/06/2006 - 09h35

Grupo faz visitas a prédios abandonados do centro de São Paulo

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RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo

É início da tarde de sábado, faz sol em São Paulo. Máquinas fotográficas nas mãos, um grupo está na frente do edifício Erasmo de Assumpção, construção da década de 50 abandonada entre a avenida Ipiranga e a rua Cásper Líbero, no centro. Está prestes a começar uma expedição, a primeira dos Exploradores Urbanos, grupo formado para conhecer os meandros do patrimônio paulistano.

"Queremos explorar os prédios pouco conhecidos do centro para conhecer e preservar", diz o empresário Jorge Rubies, 34, criador do grupo. No Erasmo, onde entraram com autorização do segurança, a incursão ocorreu por um prédio vizinho.

A exploração começou pelo 13º andar, com ajuda de lanternas para enfrentar escadas escuras. Desabitado, o edifício não tem luz, e os elevadores estão desligados.

Dentro do prédio, a primeira turma, seis homens e uma mulher, encontrou esqueletos de pombos e cartazes com referência a movimentos sem-teto, indicação de que o edifício, construído para abrigar escritórios, já serviu de moradia.

O estado avançado de abandono do prédio exigiu sacrifício dos exploradores. Para chegar à recepção, eles atravessaram um buraco na parede.

A visita levou uma hora. Em seguida, de carro, saíram para um passeio pelo centro.

Segundo o criador do grupo, a incursão, tal qual em passeios ecológicos, tem propósito contemplativo. "Não mexemos em nada, não destruímos. Só tiramos fotos. Nosso objetivo é que as pessoas se interessem e conheçam esses lugares."

A divulgação das fotos deve ocorrer pela lista de discussão, em blogs e no SkyscraperCity (www.skyscrapercity.com), fórum internacional de debates sobre arquitetura, urbanismo e patrimônio histórico.

A união dos "exploradores" foi via internet, na lista de discussão "Preserva SP". Rubies, um apaixonado por patrimônio e dono de uma coleção de 600 fotos e cartões postais antigos, propôs a criação do grupo. A primeira visita, no Erasmo de Assumpção, foi então marcada para o dia 3 de junho.

Entre os próximos alvos dos exploradores estão o Castelinho da rua Apa, construção de 1912 à margem do Minhocão, o edifício São Vito, uma ex-favela vertical no Parque Dom Pedro, e um casarão de 1883, no bairro de Campos Elíseos, que pertenceu ao coronel Antônio José Corrêa, o Barão do Rio Pardo. O casarão está interditado pela Defesa Civil. A data da nova expedição não foi definida.

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