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13/07/2006 - 05h26

Ataques do PCC ferem quatro mulheres e um menino de dois anos

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da Folha Online
da Agência Folha

Os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital), iniciados na noite de terça-feira (11), continuaram na noite de quarta-feira e nesta madrugada. Não houve novas mortes nos ataques registrados, mas os ataques incendiários contra ônibus feriram quatro mulheres e um menino de dois anos, em São Vicente (74 km a sudeste da cidade de SP) e na Vila Madalena (zona oeste da capital).

Com as novas ações desta segunda onda de ataques atribuídos ao PCC, já passa de cem o número de ataques contra forças de segurança, ônibus e prédios públicos e particulares registrados em mais de 15 cidades do Estado de São Paulo.

O ataque mais grave ocorreu na avenida Penedo, bairro de Catiapoã, em São Vicente, por volta de 21h de quarta-feira. A cobradora, de 34 anos, e dois passageiros, uma fotógrafa de 24 anos e um menino de dois, sofreram queimaduras antes de saírem do ônibus em chamas.

As vítimas foram hospitalizadas no Centro de Referência para Emergência e Internação de São Vicente e na Santa Casa de Santos. São Vicente registrou um total de sete incêndios criminosos: cinco contra ônibus e os demais contra fachadas de supermercados.

Na Vila Madalena, três homens entraram como passageiros num ônibus da empresa Urubupungá, que fazia a linha Vila Munhoz-Vila Madalena, por volta das 23h de quarta-feira (12). Na esquina das ruas Aspicuelta e Fidalga, o trio jogou um líquido inflamável no piso do ônibus e ateou fogo.

Segundo a Polícia Civil, duas mulheres, de 39 e 27 anos, sofreram queimaduras leves durante o incêndio. Elas foram socorridas no pronto-socorro do Hospital das Clínicas. O fogo acabou contido por moradores antes da chegada dos bombeiros. O atentado gerou pânico no local, um dos principais bairros boêmios da classe média paulistana, e levou vários bares a fecharem as portas mais cedo.

Alvos civis

Ao contrário do que ocorreu na primeira leva de ataques do PCC, em 12 e 13 maio, a nova série de ataques priorizou os alvos "civis", como ônibus, bancos, postos de gasolina e ambulâncias, no lugar das forças de segurança.

Até uma ambulância foi queimada nos atentados. Atraída por uma chamada falsa, a ambulância foi até a Estrada do Pedregulho, na Vila Esperança, em Santana do Parnaíba (Grande SP). Ali, o veículo foi cercado por três homens, que obrigaram o motorista a descer e atearam fogo ao veículo.

Uma granada foi atirada contra um posto de combustíveis na Avenida Adélia Chohfi, próximo ao terminal de ônibus de São Mateus, no início da madrugada. O artefato falhou e não explodiu. Policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) interditaram o posto e recolheram a granada.

Prédios públicos não foram poupados. A Câmara Municipal de Juquitiba (Grande SP) foi alvo de um atentado a bomba. Criminosos num carro e numa moto lançaram a bomba contra o prédio por volta das 23h de quarta-feira. A explosão destruiu as vidraças e parte do teto.

Em Jundiaí (60 km a noroeste de São Paulo), criminosos atiraram às 0h50 contra o 3º Distrito Policial, na avenida São João.

O 5º Distrito Policial de Piracicaba (162 km a noroeste da capital), no bairro Santa Terezinha, foi metralhado por volta das 22h de quarta. A delegacia estava vazia, pois fecha às 18h. Na mesma cidade, foram registrados três ataques incendiários, que atingiram uma agência do Bradesco, também em Santa Terezinha, e dois ônibus da Viação Paulicéia.

Ônibus

Só na cidade de São Paulo, foram 43 ônibus queimados, segundo a SPTrans. O medo de novos ataques fez os ônibus circularem com atraso pela manhã.

Vários outros ônibus foram queimados, nas cidades de Cotia, Santo André, São Bernardo, Osasco e Taboão da Serra, todas na Grande SP. Os bombeiros de Santos registraram oito incêndios de ônibus entre 19h e 23h30.

Nem veículos dentro de garagens escaparam. Em Sumaré (120 km a noroeste da capital), uma bomba caseira atingiu a garagem da Viação Ouro Verde na avenida da Amizade, no Parque Manuel de Vasconcelos, e danificou parte dos ônibus estacionados, às 22h10 desta quarta.

Uma oficina mecânica e seis ônibus foram queimados em São Carlos (231 km a noroeste da capital). Os ônibus, da empresa Atenas Paulista, foram atacados entre a noite de quarta e o início desta madrugada, nos bairros de Santa Tereza, Jockey Clube, Cidade Aracy e Jardim Boa Vista, entre outros. Na ação no bairro Cidade Aracy, os criminosos roubaram R$ 13 do caixa. Dois ônibus também tinham sido incendiados na manhã desta quarta-feira na cidade.

No caso da oficina, o alvo dos criminosos era uma viatura policial que estava no conserto. Além de destruir a viatura, a explosão danificou outros dois carros particulares.

Os atentados atingiram várias agências bancárias. Em São Sebastião (214 km a leste da capital), uma agência do Bradesco foi incendiada por volta das 0h. Na zona leste de São Paulo, outras duas agências do Bradesco foram metralhadas, uma na avenida Carrão, Tatuapé, e outra na rua Tibúrcio de Souza, no Itaim Paulista.

Balanço

O último balanço divulgado pela Secretaria da Segurança Pública, no final da noite de quarta, contabilizava 73 ataques e seis mortes desde a noite de terça-feira --a versão oficial não levava em conta as mortes do filho de um investigador em São Vicente e de um agente penitenciário em Campinas (95 km a noroeste de São Paulo). Houve dezenas de ataques desde então.

As vítimas fatais dos atentados, reconhecidas pela Secretaria da Segurança, foram: um policial militar e sua irmã, assassinados em casa, na zona norte de São Paulo, três vigilantes assassinados no Guarujá (87 km a sudeste da capital) e um guarda civil municipal assassinado em Cabreúva (76 km a noroeste da capital).

Primeira leva

Na maior série de atentados promovida pelo PCC, entre 12 e 19 de maio, o PCC promoveu uma onda de rebeliões que atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista e realizou 299 ataques, incluindo incêndios a ônibus.

Na ocasião, a onda de violência seria uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa em prisões.

A partir de 28 de junho, os atentados passaram a atingir também agentes penitenciários. Desde então, seis agentes penitenciários e um carcereiro foram mortos. Outros dois agentes sofreram tentativas de homicídio.

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