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13/07/2006 - 21h00

Bomba caseira explode em shopping na zona leste de São Paulo

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da Folha Online

Uma bomba de fabricação caseira explodiu na noite desta quinta-feira no shopping Aricanduva, na zona leste de São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, não há feridos.

A bomba havia sido confeccionada com pregos e parafusos. De acordo com informações preliminares da PM, a explosão do artefato atingiu carros e uma vidraça da filial das Casas Pernambucanas no estabelecimento.

Desde a noite de terça-feira, São Paulo sofre uma nova onda de ataques, atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo o balanço da Secretaria da Segurança Pública, seis pessoas morreram em todo o Estado desde que as ações começaram.

Na cidade de São Paulo, devido à violência, 13 empresas não saíram das garagens na manhã desta quinta. Conforme a SPTrans, os microônibus do setor local (entre bairros) operam normalmente. Trens e metrô circulam sem problemas.

Ataques

Ataques incendiários contra ônibus ocorridos entre a noite de terça e esta quarta feriram quatro mulheres e um menino de dois anos, em São Vicente (litoral) e na Vila Madalena (zona oeste de São Paulo). Já passa de cem o número de ataques contra forças de segurança, ônibus e prédios públicos e particulares registrados em mais de 20 cidades do Estado de São Paulo.

O caso mais grave ocorreu em São Vicente, por volta de 21h de ontem. A cobradora, de 34 anos, e dois passageiros --uma fotógrafa de 24 anos e um menino de dois-- sofreram queimaduras antes de saírem do ônibus em chamas.

As vítimas foram hospitalizadas. A cidade de São Vicente registrou um total de sete incêndios criminosos: cinco contra ônibus e os demais contra fachadas de supermercados.

Na Vila Madalena, três homens entraram como passageiros em um ônibus da empresa Urubupungá, que fazia a linha Vila Munhoz-Vila Madalena, por volta das 23h. Na esquina das ruas Aspicuelta e Fidalga, o trio jogou um líquido inflamável no piso do ônibus e ateou fogo.

Segundo a Polícia Civil, duas mulheres, de 39 e 27 anos, sofreram queimaduras leves. O atentado gerou pânico no local, um dos principais bairros boêmios da classe média paulistana, e levou vários bares a fecharem as portas mais cedo.

Alvos

Ao contrário do que ocorreu na primeira leva de ataques do PCC, em maio, a nova série de ataques priorizou os alvos civis, como ônibus, bancos, postos de gasolina e ambulâncias, no lugar das forças de segurança.

Até uma ambulância foi queimada nos atentados. Atraída por uma chamada falsa, a ambulância foi até a Estrada do Pedregulho, na Vila Esperança, em Santana do Parnaíba (Grande São Paulo). Ali, o veículo foi cercado por três homens, que obrigaram o motorista a descer e atearam fogo ao veículo.

Uma granada foi atirada contra um posto de combustíveis na Avenida Adélia Chohfi, próximo ao terminal de ônibus de São Mateus, no início da madrugada. O artefato falhou e não explodiu. Policiais militares do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) interditaram o posto e recolheram a granada.

Prédios públicos não foram poupados. A Câmara Municipal de Juquitiba (Grande SP) foi alvo de um atentado a bomba. Criminosos num carro e numa moto lançaram a bomba contra o prédio por volta das 23h de quarta-feira. A explosão destruiu as vidraças e parte do teto.

Em Jundiaí (60 km a noroeste de São Paulo), criminosos atiraram às 0h50 contra o 3º Distrito Policial, na avenida São João.

O 5º Distrito Policial de Piracicaba (162 km a noroeste de São Paulo) foi metralhado por volta das 22h de quarta. A delegacia estava vazia, pois fecha às 18h. Na mesma cidade, foram registrados três ataques incendiários, que atingiram uma agência do Bradesco, também em Santa Terezinha, e dois ônibus da Viação Paulicéia.

Os atentados atingiram várias agências bancárias. Em São Sebastião (litoral), uma agência do Bradesco foi incendiada por volta das 0h. Na zona leste de São Paulo, outras duas agências do Bradesco foram metralhadas, uma na avenida Carrão, Tatuapé, e outra na rua Tibúrcio de Souza, no Itaim Paulista.

Balanço

O último balanço divulgado pela Secretaria da Segurança --por volta das 22h de quarta-- aponta seis pessoas mortas nos ataques: um policial militar, sua irmã (mortos na zona norte de São Paulo), três vigilantes particulares (no Guarujá) e um guarda municipal (em Cabreúva).

As mortes de um agente prisional, em Campinas, e do filho de um investigador, em São Vicente, não entraram nas estatísticas oficiais.

Conforme os últimos dados, ocorreram 11 ataques contra bancos, seis contra revendedoras de veículos, dois supermercados, uma loja, um sindicato e três casas de policias militares, entre outros.

Em alguns ataques foram usados coquetéis molotov e em outros, disparados tiros. As ações ocorreram, além de São Paulo, em municípios como Santos, Guarujá, Praia Grande, Santa Isabel, Ferraz de Vasconcelos, Suzano, Osasco, Guarulhos, Mauá, Taubaté, Embu, Taboão da Serra e Pindamonhangaba.

Apesar de divulgar os números, o governo estadual não informou todos os locais onde ocorreram os ataques. O motivo seria não aumentar a sensação de insegurança, de acordo com o comandante da PM, Eliseu Eclair Teixeira.

A polícia deteve sete suspeitos de participação nas ações criminosas, entre eles dois adolescentes. Um dos presos é Emivaldo Silva Santos, 30, o BH, que é apontado como o 'general' do facção na região do ABC. Ele foi capturado horas antes do início dos ataques, na rodovia Imigrantes, em uma operação conjunta das polícias Civil e Militar.

Em outra ação, quatro homens que possivelmente promoveriam um ataque também foram presos após denúncia de um agente penitenciário.

Suspeita

Um possível plano de transferência de presos para a penitenciária federal de Catanduvas (PR) teria sido o motivo da nova onda de ataques --a maior desde as ações de maio.

Reportagem publicada nesta quinta-feira pela Folha mostra que a nova onda de ataques foi uma represália contra a tortura, os maus-tratos a parentes e às condições dos presídios, conforme o ex-policial civil Ivan Raymondi Barbosa, presidente da ONG Nova Ordem, investigada pelo Ministério Público por suposta ligação com a facção criminosa.

Maio

Na maior série de atentados promovida pelo PCC, entre 12 e 19 de maio, o PCC promoveu uma onda de rebeliões que atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista e realizou 299 ataques, incluindo incêndios a ônibus.

Na ocasião, a onda de violência seria uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa em prisões.

Somadas aos ataques iniciados em 12 de maio, a nova onda de ações deixou o seguinte saldo: cerca de 370 atentados, 42 membros das forças de segurança do Estado e quatro civis assassinados, ao menos 92 pessoas acusadas de ligação com as ações da facção foram mortas pelas polícias.

A partir de 28 de junho, os atentados passaram a atingir também agentes penitenciários. Desde então, seis agentes penitenciários e um carcereiro foram mortos. Outros dois agentes sofreram tentativas de homicídio.

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