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20/07/2006 - 22h24

Réus deixam plenário durante exibição de reconstituição do caso Richthofen

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GABRIELA MANZINI
TATHIANA BARBAR
da Folha Online

Os réus Suzane von Richthofen, 22, Daniel Cravinhos, 25, e Cristian Cravinhos, 30, deixaram na noite desta quinta-feira o plenário do 1º Tribunal do Júri de São Paulo durante a exibição da filmagem da reconstituição da morte dos pais dela, Manfred e Marísia, feita pela Polícia Civil. Os três são réus confessos do crime, ocorrido em 2002.

O quarto dia de julgamento, nesta quinta, se resumiu à leitura das peças processuais solicitadas pelo Ministério Público e pelas defesas de Suzane e dos Cravinhos. Foram lidos depoimentos prestados pelas testemunhas do caso ainda na fase processual e exibidos a filmagem da reconstituição e uma série de reportagens acerca do crime e dos depoimentos dados pelos acusados.

Logo que as reconstituições de Daniel e Cristian começaram a ser apresentadas, o primeiro passou a chorar. Ele chegou a abaixar a cabeça e colocar as mãos sobre o rosto. Durante sua própria reconstituição, Daniel pediu para deixar o plenário, e o irmão o seguiu. Suzane saiu duas vezes rapidamente, e uma terceira, permanecendo ausente até o final da sessão.

O primeiro vídeo exibido foi o da reconstituição da noite do crime, 31 de outubro de 2002, conduzida por Cristian. Na época, os três sustentavam a versão de que Suzane havia levado os irmãos à casa dos Richthofen; havia indicado que os pais estavam dormindo; e que os rapazes invadiram o quarto do casal e o golpearam. Na seqüência, eles desarrumaram os quartos para forjar um roubo.

Durante a encenação, Cristian disse aos policiais que o acompanhavam que colocou uma toalha no rosto de Marísia por causa do barulho que ela emitia, depois de ter recebido os golpes. Em suas declarações no júri, ele negou que tenha usado a toalha para abafar o barulho. Disse apenas que pretendia poupar o irmão caçula de Suzane, Andreas, da cena.

O segundo vídeo foi o de Suzane. Ela relatou o crime pausadamente, antes de iniciar a encenação; e evitou olhar para a câmera dos policiais. Durante a ação, Suzane admitiu ter separado previamente os sacos plásticos que seriam colocados sobre a cabeça de seus pais, a pedido dos Cravinhos.

Por último foi exibida a reconstituição de Daniel. O rapaz chorou desde o início da encenação e a interrompeu diversas vezes para conter as lágrimas e respirar profundamente. Disse ainda que, depois de golpear Manfred, sacudiu o braço dele "para ver se ele acordava".

Os réus divergiram sobre ao menos dois momentos: aquele em que pegam uma garrafa de água para jogar nas cabeças de Manfred e Marísia e sobre quem ficou responsável por bagunçar a biblioteca da casa, na simulação de roubo.

Na sexta, a sessão deverá começar com os debates entre acusação e as defesas de Suzane e dos irmãos. Primeiro, o Ministério Público terá três horas para fazer suas explanações. Depois, as defesas dividirão um espaço de três horas. Em seguida, o Ministério Público e as defesas terão uma hora cada um para réplica e tréplica. O júri se reúne após os debates.

Crime

Manfred e Marísia foram assassinados com golpes de barras de ferro em 30 de outubro de 2002, enquanto dormiam.

O julgamento começou na última segunda-feira (17), quando foram interrogados os réus. Depois, foram ouvidas testemunhas de defesa e acusação. Nesta quarta-feira, Cristian foi ouvido novamente e mudou sua versão.

Na segunda-feira, ele havia negado participação no crime, mas ontem recuou e afirmou ter golpeado Marísia, enquanto Daniel golpeava Manfred.

Suzane e os irmãos Cravinhos foram denunciados (acusados formalmente) por duplo homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítimas; e fraude processual, por terem alterado a cena do crime.

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