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23/07/2006 - 09h15

Escadaria turística no Bixiga é recuperada

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RICARDO GALLO
da Folha de S.Paulo

Quatro anos após a primeira intervenção, a escadaria do Morro dos Ingleses, um dos pontos turísticos do Bixiga, centro de São Paulo, acaba de ser restaurada. O trabalho, concluído na semana passada, deu à obra o mesmo aspecto de quando foi construída, por volta de 1930 --a data é imprecisa, segundo a própria prefeitura.

A restauração foi paga por um engenheiro, que em 1999, demoliu uma casa no bairro de modo irregular, porque o imóvel estava em processo de tombamento no Conpresp (conselho municipal responsável pelo patrimônio histórico).

O custo, entre R$ 60 mil e R$ 100 mil, foi estipulado pelo Ministério Público Estadual, que moveu ação civil pública contra o engenheiro e estabeleceu, como condição para o arquivamento, que ele restaurasse a escadaria. Um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) oficializou o acordo, firmado entre engenheiro, Promotoria e DPH (Departamento de Patrimônio Histórico) da prefeitura. A Folha procurou Mauro Gamil, responsável pela recuperação da escadaria, que não soube especificar o valor gasto no empreendimento.

Recuperação

No ano passado, o empresário havia executado a obra, mas, segundo o DPH, o resultado não foi satisfatório --e ele teve de refazê-la. No período, tapumes cercaram a passagem; ela era aberta somente de dia.

Não foi a primeira reforma na escadaria, que liga a rua dos Ingleses à Treze de Maio. Em 2002, a prefeitura havia recuperado o revestimento das calçadas, em mosaico português.

A escadaria tem 84 degraus e 16 metros de altura. Apareceu pela primeira vez nos registros públicos em 1930, elencada como realização do então prefeito Pires do Rio, administrador da cidade entre 1926 e 1930.

Segundo a arquiteta Lia Mayumi, do DPH, a escadaria foi uma obra de "embelezamento" que uniu áreas de perfil populacional diverso. "O morrinho dividia a parte alta, cheia de palacetes, à parte baixa, com casas populares." Do topo da escadaria, na rua dos Ingleses, era possível ver o centro de São Paulo, pouco urbanizado à época.

Saudade

Ao olhar os degraus da escada, o bancário Reynaldo César D'Agostini, 60, tem saudades do passado. Na década de 50, ele costumava escorregar pela grama disposta ao lado da escada.

Também se lembra de quando Mazzaropi gravou filmes no local, ou, quando, volta e meia, algum diretor de novela usa a escadaria como cenário.

Hoje, D'Agostini, integrante do Conseg (conselho de segurança comunitário) da Bela Vista, diz que a escadaria, que ainda não foi reinaugurada, virou ponto de encontro de usuários de maconha e mictório.

Na avaliação da arquiteta Lia Mayumi, moradores e comerciantes do Bixiga deveriam criar um grupo para não permitir a degradação da escadaria. Uma das sugestões é a contratação de um vigia.

Especial
  • Leia o que já foi publicado sobre a escadaria do Bixiga
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