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08/08/2006 - 14h03

Criminosos tentaram provocar explosão em grande túnel de São Paulo

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da Folha Online

O artefato encontrado na manhã desta terça-feira no túnel Nove de Julho (centro de São Paulo), uma das principais ligações entre a zona sul e o centro da cidade, era uma granada de uso exclusivo do Exército que teria causado danos em um raio de 15 metros caso tivesse explodido, segundo o Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais), da PM (Polícia Militar).

De acordo com a Secretaria de Estado da Segurança Pública, a granada foi encontrada por funcionários da prefeitura que faziam a limpeza do local por volta das 9h18. Ela estava próxima a um chafariz recém-reformado, no sentido bairro da via. O artefato ainda tinha pino.

José Nascimento/Folha Imagem
O túnel Nove de Julho, uma das principais ligações entre a zona sul e o centro de SP
O túnel Nove de Julho, uma das principais ligações entre a zona sul e o centro de SP
O túnel foi totalmente interditado, às 10h06. Os policiais do Gate detonaram a granada e o tráfego foi liberado às 10h15. O bloqueio provocou lentidão.

O Estado de São Paulo começou a sofrer uma nova série de ataques atribuídos ao PCC (Primeiro Comando da Capital) no domingo (6).

Entre o final da noite de domingo e a manhã de segunda-feira (7), diversos prédios públicos, agências bancárias, postos de gasolina e supermercados foram atingidos, principalmente na capital. Entre a noite de segunda e a madrugada desta terça, houve mais ataques no interior.

Desde o começo desta série de atentados, conforme balanço divulgado pela Secretaria de Estado da Segurança Pública, seis suspeitos foram mortos em supostos confrontos com agentes de segurança.

Mortos e feridos

Os casos mais graves ocorreram em Cotia (Grande São Paulo). Dois homens --identificados como Celso Alves da Silva e Fábio Santana de Souza-- foram mortos em tiroteio com PMs. Eles eram suspeitos de terem arremessado um coquetel molotov e atirado no Centro Municipal Bancário. Os dois cumpriam pena em regime semi-aberto em Franco da Rocha (Grande São Paulo).

Um terceiro suspeito foi morto, também em Cotia, em uma troca de tiros com guardas civis. De acordo com a PM, ele havia participado, minutos antes, de um ataque a uma agência da Nossa Caixa que fica perto da prefeitura. Um de seus supostos comparsas foi preso. Houve ao menos mais um ataque, um incêndio a ônibus, na mesma cidade.

Outro suspeito identificado como Ulicio Machado Ribeiro, 50, foi morto na capital. Segundo a PM, ele era um dos ocupantes de um carro que passou a ser perseguido depois de cruzar a avenida Cupecê, no Jardim Miriam (zona sul de São Paulo), em alta velocidade. Durante a fuga, os suspeitos bateram em um poste, mas seguiram a pé. Um deles conseguiu escapar.

Na segunda-feira, ao menos duas pessoas ficaram feridas. Um homem de 29 anos e uma mulher de 43 foram atingidos por estilhaços após a explosão de um coquetel molotov, no hipermercado Extra, em Interlagos (zona sul de São Paulo). Eles foram socorridos e passam bem.

Mais ataques

Entre a noite de segunda-feira e a madrugada desta terça, mais prédios públicos foram atacados, principalmente no interior do Estado.

Em Miguelópolis (460 km ao norte de São Paulo), criminosos jogaram uma bomba dentro do departamento pessoal da prefeitura, à 1h30. Há suspeitas de que o mesmo grupo tenha incendiado um prédio da Igreja Internacional da Graça de Deus, que fica nas proximidades. O fogo foi controlado por caminhões-pipa da prefeitura e de uma usina da região.

Em Sumaré (120 km a noroeste de São Paulo), criminosos atiraram um coquetel molotov contra a Câmara Municipal, à 1h20.

Uma base fixa da GCM (Guarda Civil Municipal) de Piracicaba (162 km a noroeste da capital) foi atacada à 0h. Um ônibus também foi incendiado na cidade.

Na cidade de Hortolândia (105 km a noroeste da capital), ocupantes de três carros armados com pistolas .40 e .380 atiraram contra o 2º Distrito Policial, às 22h30 de segunda-feira. O imóvel estava fechado no momento do ataque, e ninguém ficou ferido.

Houve ao menos outros três ataques na cidade: a casa de um guarda municipal, no Jardim Amanda, foi alvejada por tiros; um ônibus e uma agência bancária foram incendiados.

Em Limeira (151 km a noroeste de São Paulo), criminosos atiraram contra um prédio da Receita Federal; contra a DIG (Delegacia de Investigações Gerais) e contra a fachada da TV Jornal de Limeira.

Em Indaiatuba (102 km a noroeste de São Paulo), dois homens que seguiam em uma moto atiraram contra o prédio do Demutran (Departamento Municipal de Trânsito), às 23h30 de segunda. Os tiros atingiram uma vidraça e um carro do departamento.

Em Louveira (73 km a noroeste de São Paulo), os ocupantes de três motos atiraram em uma base da Guarda Municipal e um Banco do Brasil.

Em Araraquara (273 km a noroeste de São Paulo), à 0h30 desta terça, um homem atirou contra a porta do prédio desativado do Fórum da Infância e Juventude. Um coquetel molotov ainda atingiu uma agência do Banco do Brasil; e a casa de um sargento da PM foi atingida por disparos.

Ocupantes de ao menos dois carros atiraram contra a base da 3ª Companhia do 32º Batalhão da Polícia Militar, em frente à estação Antonio Gianetti Neto da CPTM, em Ferraz de Vasconcelos (Grande São Paulo), ainda no começo da madrugada desta terça. Ninguém ficou ferido.

Ônibus

Pelo menos doze ônibus foram incendiados ou atingidos por disparos desde a noite de segunda-feira, em todo o Estado.

Na cidade de São Paulo, o último ataque a ônibus foi registrado à 1h desta terça, em Pirituba (zona norte). Também houve ataques na região do Jardim Míriam (zona sul); no Itaim Paulista (zona leste). Na Grande São Paulo, ônibus foram incendiados em Embu-Guaçu e Itapecerica da Serra.

Também houve ataques a ônibus em Hortolândia, em Piracicaba, em Ibiúna, em Assis, em São Vicente e em Araraquara.

Terceira vez

Esta é a terceira série de ataques contra forças de segurança e alvos civis --como agências bancárias, postos de gasolina e ônibus-- promovida pelo PCC, desde o começo do ano.

Os primeiros atentados ocorreram entre os dias 12 e 19 de maio. Foram 299 ações, incluindo incêndios a ônibus. Simultaneamente, uma onda de motins atingiu 82 unidades do sistema penitenciário paulista. Na ocasião, a onda de violência foi interpretada como uma resposta à decisão do governo estadual de isolar líderes da facção criminosa.

Nos dois meses seguintes, criminosos mataram 16 agentes penitenciários, de acordo com o sindicato que representa a categoria.

Uma segunda série de ataques ocorreu entre os últimos dias 11 e 14 de julho. Desta vez, os principais alvos foram os ônibus. Quase cem foram incendiados ou atacados a tiros, em todo o Estado. Durante os ataques, prédios públicos e particulares, agências bancárias, lojas e agentes de segurança também foram atacados. Oito morreram.

Colaboraram FAUSTO SALVADORI e GABRIELA MANZINI, da Folha Online, RACHEL AÑÓN, MARTHA ALVES e EDEVAL JÚNIOR, da Agência Folha

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