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11/08/2006
-
10h42
DANIELA TÓFOLI
da Folha de S.Paulo
De um lado, o promotor Fernando Capez, que se tornou conhecido ao combater a violência das torcidas de futebol. Do outro Mauro Nacif, que ganhou fama nacional ao defender Suzane von Richthofen. Na platéia, mais de 600 pessoas que pagaram entre R$ 50 e R$ 80 para acompanhar um julgamento fictício e tentar entender como funciona um tribunal do júri.
Outdoors espalhados pela cidade convidam para "O julgamento do ano". O caso será o de um homem que matou a própria mulher ao flagrá-la em adultério. A propaganda chama a atenção ao convidar o grande público para um evento que costuma ocorrer dentro das faculdades de direito e por apresentar fotos do promotor e do advogado como se estivessem prontos para subir em um ringue de boxe. A disputa acontece amanhã, no Memorial da América Latina.
O papel de juiz ficará com o irmão do promotor, Rodrigo Capez, da 4.ª Vara de Guarulhos. Os jurados, por sua vez, serão escolhidos entre os pagantes da platéia. "Será como um julgamento de verdade. Júri, provas, debate e condenação. Só não terá o réu. Estudantes vão ver na prática como funciona o que aprendem na teoria e quem não é da área conhecerá os procedimentos", afirma Nacif, que conta ter sido chamado por Capez.
O promotor confirma o convite e comemora o número de inscrições. "Não esperávamos tanta procura. Até sábado, devemos passar de mil inscritos."
Maurício Silva, um dos diretores da empresa de cursos e-learning R2, que promove o evento com o Instituto Fernando Capez de Ensino Jurídico, também está satisfeito com a quantidade de inscritos: "Mais de 10% não são da área do direito. Acho que a população está interessada porque tivemos muitos júris importantes".
O presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP, Braz Martins Neto, não vê com bons olhos o evento. "Em relação aos advogados, entendo que há uma publicidade subliminar e essa projeção é imprópria. Uma coisa é reunir alunos de direito e promover um julgamento simulado; outra é fazer uma atividade divulgada em outdoors", afirma.
Nacif, por sua vez, diz que a população tem direito de entender como é um julgamento."Tem quem pense que estou querendo me aproveitar do caso Suzane, mas não é verdade. Fui convidado para o evento."
Curso Tribunal do Júri, com julgamento simulado: Amanhã, a partir das 9h, no Parlamento Latino Americano. De R$ 50 (acadêmicos de direito) a R$ 80 (público em geral). Informações no www.r2direito.com.br
Especial
Leia o que já foi publicado sobre Fernando Capez
Leia o que já foi publicado sobre Mauro Nacif
Leia a cobertura completa sobre o júri do caso Richthofen
600 pessoas assistirão julgamento encenado por advogado de Suzane
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da Folha de S.Paulo
De um lado, o promotor Fernando Capez, que se tornou conhecido ao combater a violência das torcidas de futebol. Do outro Mauro Nacif, que ganhou fama nacional ao defender Suzane von Richthofen. Na platéia, mais de 600 pessoas que pagaram entre R$ 50 e R$ 80 para acompanhar um julgamento fictício e tentar entender como funciona um tribunal do júri.
Outdoors espalhados pela cidade convidam para "O julgamento do ano". O caso será o de um homem que matou a própria mulher ao flagrá-la em adultério. A propaganda chama a atenção ao convidar o grande público para um evento que costuma ocorrer dentro das faculdades de direito e por apresentar fotos do promotor e do advogado como se estivessem prontos para subir em um ringue de boxe. A disputa acontece amanhã, no Memorial da América Latina.
O papel de juiz ficará com o irmão do promotor, Rodrigo Capez, da 4.ª Vara de Guarulhos. Os jurados, por sua vez, serão escolhidos entre os pagantes da platéia. "Será como um julgamento de verdade. Júri, provas, debate e condenação. Só não terá o réu. Estudantes vão ver na prática como funciona o que aprendem na teoria e quem não é da área conhecerá os procedimentos", afirma Nacif, que conta ter sido chamado por Capez.
O promotor confirma o convite e comemora o número de inscrições. "Não esperávamos tanta procura. Até sábado, devemos passar de mil inscritos."
Maurício Silva, um dos diretores da empresa de cursos e-learning R2, que promove o evento com o Instituto Fernando Capez de Ensino Jurídico, também está satisfeito com a quantidade de inscritos: "Mais de 10% não são da área do direito. Acho que a população está interessada porque tivemos muitos júris importantes".
O presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-SP, Braz Martins Neto, não vê com bons olhos o evento. "Em relação aos advogados, entendo que há uma publicidade subliminar e essa projeção é imprópria. Uma coisa é reunir alunos de direito e promover um julgamento simulado; outra é fazer uma atividade divulgada em outdoors", afirma.
Nacif, por sua vez, diz que a população tem direito de entender como é um julgamento."Tem quem pense que estou querendo me aproveitar do caso Suzane, mas não é verdade. Fui convidado para o evento."
Curso Tribunal do Júri, com julgamento simulado: Amanhã, a partir das 9h, no Parlamento Latino Americano. De R$ 50 (acadêmicos de direito) a R$ 80 (público em geral). Informações no www.r2direito.com.br
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